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Estado de Minas GERAL

Concession�ria quer deque no lago do Ibirapuera e novo Museu do Folclore


postado em 11/07/2019 11:15

Um Parque do Ibirapuera mais conservado e sinalizado, mas sem perder a ess�ncia. � o que promete a Construcap, empresa que venceu a licita��o para concess�o do espa�o, na zona sul da capital paulista. Em um processo cercado de d�vidas, questionamentos - e boatos -, a empresa promete melhoras em algumas estruturas, como um deque no lago, e uma atra��o repaginada: o Museu do Folclore, no Pavilh�o das Culturas Brasileiras (Pacubra), que hoje est� fechado. Ela tamb�m poder� explorar mais lojas e quiosques nesse espa�o, destaca reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.

A empresa detalhou � reportagem parte das propostas, como "vacina" a informa��es falsas das redes sociais (dando conta at� de shoppings e de restaurantes fast-food no Ibirapuera). Organiza��es de defesa do parque e membros do conselho gestor do local, por�m, questionam a forma como o processo tem sido conduzido pela gest�o Bruno Covas (PSDB).

Segundo o presidente da empresa, Roberto Capobianco, o destaque ser� um aplicativo de celular. Ele apresentar� o parque aos usu�rios e passar� a agenda de eventos do m�s. Im�veis e �rvores ser�o sinalizados com placas com QR Code, para apresentar digitalmente informa��es de cada bem. "O que queremos � manter a identidade do parque", diz.

Nesse sentido, segundo ele, n�o h� segredo sobre como a empresa far� dinheiro. "O Ibirapuera recebe 15 milh�es de visitantes por ano", diz. "Se 10 milh�es deles consumirem R$ 5 no parque, teremos uma receita de R$ 50 milh�es", afirma.

O novo Museu do Folclore ser� instalado no Pavilh�o das Culturas Brasileiras (Pacubra), pr�dio anexo � marquise que, tamb�m est� fechado. O acervo � da Prefeitura e esteve at� o fim dos anos 1990 na Oca. Grandes eventos tempor�rios, como shows, n�o fazem parte dos planos. Capobianco diz temer o efeito de multid�es. "Faremos atra��es pequenas, em locais pouco frequentados, com os m�sicos do audit�rio", diz.

O ponto em aberto � a marquise. A cobertura que interliga os pr�dios desenhados pelo arquiteto Oscar Niemeyer tem problemas estruturais e precisa de obras que n�o estavam prevista no edital da gest�o Covas.

H� trechos que est�o interditados. Capobianco diz que a empresa est� aberta a negociar termos do contrato de concess�o para assumir a obra. Nega, entretanto, a possibilidade de amplia��o do tempo, de 35 anos.

Quando a proposta de concess�o passou a tomar corpo, ainda na gest�o Jo�o Doria (PSDB), outro dos temores foi com rela��o � perman�ncia ou n�o dos vendedores ambulantes que trabalham ali. A empresa n�o d� garantias de que v�o continuar.

O respons�vel por concess�es de parques da Construcap, Samuel Loyd, afirma que ele ser�o procurados e convidados a continuar no Ibirapuera ap�s capacita��o e mudan�as nos neg�cios, "recolhendo impostos" - e cita a��o parecida que a Construcap fez no Est�dio do Mineir�o, em Belo Horizonte.

A Construcap venceu a licita��o ao oferecer � gest�o Covas uma outorga de R$ 70,5 milh�es. S�o previstos ainda R$ 180 milh�es em investimentos. A licita��o previu que quem levasse o Ibirapuera teria de gerenciar outros cinco parques, nas zonas leste, norte e oeste.

Resist�ncia

Grupos organizados apontam problemas no modelo adotado. O diretor-presidente da organiza��o Parque Ibirapuera Conserva��o, Thobias Furtado, cita, por exemplo, a cria��o de uma �nica concess�o para o parque todo, "como uma concess�o rodovi�ria" e defende a op��o, a partir de um plano diretor bem elaborado, de fazer concess�es de �reas espec�ficas, como o Planet�rio ou outro equipamento, e n�o uma transfer�ncia da �rea verde como um todo.

A arquiteta Fernanda Araujo Curi, que estudou a hist�ria do parque para sua tese de doutorado na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de S�o Paulo (USP), aponta que a concess�o n�o prev� nenhuma amplia��o. "Do parque original, de 1954, o Ibirapuera j� perdeu a �rea da Assembleia, do C�rculo Militar, de uma s�rie de resid�ncias", diz. "Um milh�o e quinhentos mil metros quadrados n�o � muito para uma cidade como S�o Paulo."

A Construcap foi relacionada a pagamentos ilegais feitos por obras da Petrobr�s no Rio na Opera��o Lava Jato. Capobianco chegou a ser preso em 2016 durante uma das fases da investiga��o, a Opera��o Abismo, e foi condenado pelo ent�o juiz S�rgio Moro a 12 anos de pris�o.

A empresa, entretanto, foi absolvida das acusa��es, em 1.� inst�ncia, em 2017. Capobianco aguarda em liberdade o julgamento em 2.� inst�ncia, pelo Tribunal Regional Federal da 4.� Regi�o (TRF 4), em Porto Alegre.

Plano diretor

Depois de questionamentos na Justi�a por parte do Minist�rio P�blico e do vereador Gilberto Natalini (PV), a Prefeitura teve de elaborar um plano diretor para o Ibirapuera com as normas de conserva��o para o parque, antes de finalizar a concess�o. Integrantes do conselho gestor do Ibirapuera criticam a "pressa" da gest�o Bruno Covas (PSDB) em fazer uma proposta.

O ge�grafo Giuliano Cossolin, um dos membros, destaca que o plano deveria vir antecedido de pesquisas com usu�rios sobre o que a popula��o quer para o parque. "N�o temos prazo. Queremos o melhor", diz.

A Prefeitura chegou a marcar em junho duas audi�ncias p�blicas para apresentar o plano - um conjunto de diretrizes que, segundo Cossolin, tinha textos id�nticos aos do edital de concess�o. O Minist�rio P�blico negociou o adiamento das reuni�es. "Aguardo a resposta para uma s�rie de questionamentos que fizemos", diz o promotor p�blico Carlos Henrique Prestes de Camargo. A Prefeitura informou que o material apresentado originalmente est� sendo "revisto". As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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