�rg�o estadual respons�vel por barragem na Bahia nega rompimento

Uma barragem transbordou na manh� desta quinta-feira, 11, no distrito de Quati, na cidade de Pedro Alexandre (BA), localizado a 437 quil�metros de Salvador. N�o h� relatos de mortes nem feridos. A cidade vizinha de Coronel Jo�o S� foi atingida por alagamentos e a Prefeitura estima que 150 fam�lias tiveram de deixar suas casas, �s margens do Rio do Peixe.

A Superintend�ncia de Defesa Civil da Bahia (Sudec) negou a informa��o de rompimento da barragem, que circulou mais cedo. O �rg�o reconheceu que havia rachaduras na estrutura, mas diz que o excesso de chuvas na regi�o provocou um "galgamento", quando a �gua transborda a parede do a�ude.

"N�o h� rompimento", diz o superintendente-adjunto Vitor Gantois, da Superintend�ncia de Defesa Civil da Bahia (Sudec). "H� rachaduras nas laterais, que ainda n�o conseguimos vistoriar."

A barragem, que transbordou �s 11h, pertence ao governo do Estado da Bahia. A barragem de �gua no distrito de Quati. A coordenadora da Defesa Civil de Pedro Alexandre, Carla Le�o, diz que a chuva atingiu cerca de 100 mil�metros em 24 horas na regi�o. "Desde as 7h20 n�s j� est�vamos avisando a popula��o da regi�o. Fomos avisando via internet e ligando para que os moradores deixassem suas resid�ncias", disse Carla.

De acordo com a Defesa Civil local, sete casas nos povoados de Quati e Boa Sorte ficaram inundadas e a regi�o segue ilhada pela quantidade de �gua e lama.

J� em Coronel Jo�o S�, foram ao menos 150 casas atingidas. A chuva ainda atinge a regi�o na noite desta quinta, 11, e o n�vel do rio continuou subindo ao menos at� as 18h50. A cidade decretou situa��o de emerg�ncia e deslocou cerca de 500 pessoas at� cinco escolas municipais no local.

Segundo o prefeito de Coronel Jo�o S�, Carlinhos Sobral, n�o h� necessidade de remover pessoas no centro da cidade, e as escolas municipais t�m capacidade para receber mais pessoas.

"A prioridade, nesse momento, � fornecer assist�ncia �s pessoas: colch�o, cobertores, mantimentos, �gua e roupas", disse o prefeito. "Quando as �guas baixarem, e n�o sabemos se isso vai acontecer amanh� (sexta) � que n�s vamos ter uma no��o dos preju�zos causados, tanto ao munic�pio quanto �s pessoas."

Na cidade, de 17,5 mil habitantes, as pessoas foram sendo avisadas sobre "um rompimento" da barragem por mensagens de celular. "Estava almo�ando quando vi um v�deo do prefeito pedindo para a cidade ser evacuada", conta o professor Seltom Romulo Andrade de Abreu, de 34 anos. Ele, que � dono de uma escola na cidade, foi correndo para o local de trabalho, que era um dos pontos baixos da cidade e pass�vel de ser alagado. "Como a barragem fica distante, a �gua n�o chegou de uma vez. Foi alagando", conta.

Dessa forma, deu tempo para que ele e vizinhos, em solidariedade, retirasse m�veis e computadores. "A primeira coisa que eu peguei foram os documentos, que n�o daria para recuperar", conta. "Estava chovendo h� uma semana. No lugar onde fica a escola, nunca havia alagado antes", contou o professor, no come�o da noite, por telefone, enquanto estava no gin�sio da cidade, para onde os desabrigados foram levados. "Arrumaram alimenta��o e roupas para as pessoas aqui, mas a �gua est� baixando", afirmou.

Segundo a Secretaria de Assist�ncia Social do munic�pio, a opera��o para retirada dos moradores � beira do Rio do Peixe teve in�cio �s 7h, quando o munic�pio foi informado sobre o risco iminente na barragem. Uma idosa que mora em uma rua atingida pela enchente quase se afogou, segundo a Prefeitura, mas o Corpo de Bombeiros, conseguiu resgat�-la.

De acordo com a Secretaria de Comunica��o do governo da Bahia, a barragem do Quati foi constru�da pela Companhia de Desenvolvimento e A��o Regional (CAR), vinculado ao governo estadual, e entregue em novembro de 2000 � Associa��o de Moradores da Comunidade de Quati. � uma barragem pequena, com menos de 200 hectares, e n�o chega a ser classificada dentro da Lei Nacional de Barragens.

Ainda segundo o governo, o que houve nesta quinta foi um transbordamento devido aos temporais dos �ltimos dias, mas a barragem n�o chegou a romper. Em nota, foi informado que o governador Rui Costa (PT) ir� visitar na manh� desta sexta as cidades de Coronel Jo�o S� e Pedro Alexandre, afetadas pelas fortes chuvas e pelo transbordamento da barragem. O governo estadual disse, ainda, que responsabilidade sobre a barragem � do munic�pio, uma vez que foi entregue � comunidade.

Foram enviados efetivos do Corpo de Bombeiros, t�cnicos da Defesa Civil Estadual e do Instituto do Meio Ambiente e Recursos H�dricos (Inema). O governador tamb�m prometeu o envio de mantimentos e �gua mineral para Coronel Jo�o S�.

A Ag�ncia Nacional de �guas (ANA) disse que a barragem n�o consta do Sistema Nacional de Informa��es sobre Seguran�a de Barragens (Snisb) e que, portanto, n�o tem informa��o sobre risco ou dano potencial da sua estrutura. Em nota, a ag�ncia informou que tomou conhecimento do problema na barragem Quati e que acompanha a situa��o.

A Sudec informou que a grande quantidade de lama nas estradas dificulta o acesso e o atendimento � popula��o. Temendo que o lama�al alcance a cidade, o prefeito de Coronel Jo�o S�, Carlinhos Sobral, usou as redes sociais para alertar a popula��o a procurar ajuda. Na postagem, o gestor cita as escolas municipais dispon�veis para acolher a comunidade.

A �gua bloqueou a rodovia BR-235, na altura do quil�metro 25, trecho que liga os munic�pios de Jeremoabo (BA) e Carira (SE). Segundo a Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF) na Bahia, a estrada est� intransit�vel nos dois sentidos por causa do transbordamento do Rio do Peixe. Uma equipe da PRF foi deslocada at� o local.

Uma moradora de Coronel Jo�o S� diz que a �gua na cidade segue subindo na tarde desta quinta, cerca de cinco horas ap�s a barragem apresentar problemas. "A cada minuto que passa, a �gua est� subindo mais", diz a lavradora Sirleide da Silva. "Muita gente perdeu os m�veis"