Um
terreiro
de
candombl�
localizado no bairro
Parque Paulista
, em
Duque de Caxias
, na
Baixada Fluminense
, foi invadido na tarde de ontem (11/7) e depredado. A den�ncia foi feita nas redes socias pelo
babalaw� Ivanir dos Santos
, interlocutor da
Comiss�o de Combate � Intoler�ncia Religiosa
(
CCIR
) do estado.
Segundo ele, em entrevista � Ag�ncia Brasil,
templos
de
religi�es
de matriz africana da mesma regi�o t�m recebido constantes amea�as.
“O
ataque
foi ontem de tarde, em uma mesma �rea em que v�m ocorrendo casos h� mais seis meses, j� s�o mais de 15 casos de
amea�as
. Aquela regi�o j� estava sendo amea�ada, diziam que n�o podiam tocar, n�o podiam fazer isso ou aquilo, e agora chegaram a
quebrar
”, contou.
Segundo Ivanir, uma
mulher
de idade
chegou ao local no momento em que os atos de vandalismo ocorriam, mas ela n�o foi agredida. Ele ressaltou que em todo o estado mais de 200 casas religiosas t�m
recebido amea�as
.
“Tem mais de dez casas amea�adas em
Campos
, na regi�o da
Penha
, na zona norte. S�o mais de 200 casas hoje amea�adas de funcionar por causa dessa intimida��o. Algumas j� foram expulsas das
comunidades
. Nos �ltimos dois anos j� s�o mais de 15 casas que tiveram essa experi�ncia amarga [de serem vandalizadas]”, disse.
Descaso
Para o
babalaw�
, os cont�nuos ataques mostram descaso das autoridades, al�m de configurarem racismo religioso. Segundo ele, as intimida��es t�m sido difundidas por
grupos criminosos
ligados ao
tr�fico de drogas
.
“Eu tive um encontro com o governador [
Wilson Witzel
] pedi a ele uma plen�ria aberta com todas as religi�es para tratar disso e com a �rea de seguran�a dele. At� hoje n�o houve essa plen�ria. Eu n�o tenho d�vidas de que, se fosse uma sinagoga ou uma igreja crist� atingida, a atitude do
governo
do
estado
seria outra. [O ato] seria enquadrado no crime de terrorismo” afirmou.
O procurador da Rep�blica J�lio Jos� Ara�jo J�nior, do Minist�rio P�blico Federal no Rio de Janeiro (MPF/RJ), informou que o �rg�o foi acionado para acompanhar o caso.
“A gente recebeu a den�ncia e se mobilizou para fazer com que os �rg�os atuem. H� um di�logo com a Pol�cia Civil para garantir as visitas e investiga��es, isso leva um tempo. L�gico que a gente deseja que seja o mais r�pido poss�vel, mas independentemente disso, o MPF vem travando conversas com diversos atores para n�o s� identificar as causas como estabelecer a��es para o combate � intoler�ncia”, afirmou.
Cobran�a
Em maio, o
MPF
cobrou do governador do Rio de Janeiro,
Wilson Witzel
, uma a��o para resolver o problema.
Na ter�a-feira (12/7), MPF promoveu reuni�o com
Ivanir dos Santos
e pastores evang�licos para tratar da quest�o. Segundo o babalaw�, as pessoas que compareceram se comprometeram a mobilizar as
bases
de suas igrejas para colaborar para o fim do racismo religioso.
“Os pastores que atenderam nossos apelos e nossos convites j� nos acompanham h� algum tempo. Eles v�o fazer uma nova reuni�o para tra�ar uma estrat�gia com a sua pr�pria base evang�lica, que � o que n�s precisamos. As grandes igrejas de bem, nas suas bases, nas suas defesas, nas suas conven��es, falam da import�ncia do respeito e da n�o propaga��o do �dio religioso”, observou.
Foi marcada para domingo (14/7) uma Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa na Baixada Fluminense, �s 9h.
Segundo a Pol�cia Civil, o caso de vandalismo est� sendo registrado na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intoler�ncia. “Dilig�ncias ser�o realizadas para apurar as circunst�ncias e autoria do fato. A investiga��o corre sob sigilo”, informou a pol�cia.