Quando o analista Harley Barg, de 29 anos, procurou o hospital pela primeira vez com dor de garganta e febre, no in�cio de julho, nem o m�dico suspeitou de sarampo. "Como n�o estava com manchas nem problemas respirat�rios, fui diagnosticado com infec��o, mas sem saber a origem", conta.
Quatro dias depois, sem conseguir dormir bem por causa das dores no corpo, tontura e febre, ele voltou ao centro m�dico e j� foi internado. "Fui levado ao isolamento pela suspeita do sarampo pois j� estava cheio de manchas no rosto", relata.
A suspeita foi confirmada em exames sorol�gicos e o quadro se agravou. Ele contraiu pneumonia relacionada ao sarampo (uma das complica��es poss�veis da doen�a) e teve de ficar sete dias no hospital. Barg, felizmente, respondeu bem ao tratamento e teve alta no dia 14 de julho.
"Fiquei um pouco preocupado principalmente quando peguei a pneumonia. Achava que nunca mais iria ouvir falar de sarampo aqui", diz. Ele faz parte dos 363 casos confirmados da doen�a na cidade de S�o Paulo somente neste ano.
Outro que foi infectado pelo v�rus na cidade e ainda sofre com os sintomas da doen�a � o apresentador de TV Fernando de Oliveira, mais conhecido como Fefito, de 36 anos, diagnosticado no �ltimo domingo.
"Estou com coceira, febre. Tomei um antial�rgico para conseguir dormir. Mas o pior � ter a minha liberdade privada, n�o � confort�vel ficar uma semana fora do trabalho e n�o � bom saber que as pessoas ao seu redor est�o tensas", afirmou.
O surto fez a secretaria refor�ar a necessidade da campanha de vacina��o, focada principalmente no p�blico de 15 a 29 anos, que, segundo estudos da pasta, t�m as menores taxas de cobertura vacinal, maior vulnerabilidade e deslocamento mais intenso pela capital. Apesar da a��o, apenas 6% desse p�blico buscou a imuniza��o.
Alerta
Com o aumento de mais de 1.000% no total de casos em apenas um m�s na capital, a recomenda��o � que todos dessa faixa et�ria se vacinem, independentemente de terem sido imunizados quando crian�as. A campanha tem por objetivo proteger os que n�o receberam a vacina quando beb�s mas tamb�m aqueles que, mesmo vacinados, n�o tiveram a resposta imunol�gica adequada, situa��o rara mas que aconteceu tanto com Barg quanto com Fefito. O analista diz ter tomado as duas doses da vacina quando crian�a. O apresentador relata ter tomado uma dose.
Segundo a m�dica Isabela Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imuniza��es, a efic�cia da vacina tr�plice viral no caso do sarampo � alta, mas, assim como todos os imunizantes, n�o chega a 100%. "Os estudos mostram que 95% das pessoas ficam protegidas j� com uma dose e que esse �ndice vai a 98% com a segunda dose."
Ela explica que a chamada falha vacinal (quando a pessoa � vacinada mas n�o desenvolve imunidade) acontece principalmente em pessoas que foram imunizadas antes do primeiro ano de vida (antigamente os beb�s eram vacinados com 9 meses) ou com sistema imunol�gico fr�gil, como pacientes com c�ncer, doen�as autoimunes ou com o v�rus HIV. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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