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Estado de Minas GERAL

Ap�s 5 anos, Plano Diretor de SP verticaliza entorno da Esta��o Vila Madalena


postado em 24/07/2019 11:00

Da Esta��o Vila Madalena do Metr�, as mudan�as na regi�o s�o evidenciadas pelas torres que j� come�am a despontar na paisagem. Mais de uma dezena de canteiros de obras e lotes vazios substituem onde antes havia casas e sobrados em ruas como a Senador C�sar Lacerda Vergueiro, no Sumarezinho, zona oeste da capital paulista.

Esses s�o sinais vis�veis, nas ruas de S�o Paulo, do que foi previsto pelo Plano Diretor Estrat�gico, aprovado em julho de 2014. Esse mesmo tipo de verticaliza��o tamb�m desponta em distritos como a Vila Mariana, zona sul, e o Tatuap�, zona leste, especificamente nas �reas pr�ximas a corredores de �nibus e esta��es de metr�.

A ideia do plano era que, nesses eixos, os empreendimentos tenham, no m�ximo, uma garagem e apartamento de �rea m�dia de 80 m�, segundo urbanistas. Isso significaria im�veis menores, com mais gente morando na regi�o e perto do transporte coletivo. Para isso, o plano prev� uma s�rie de incentivos para adensar essas �reas, com o objetivo de atrair mais moradores que utilizem a estrutura de transporte j� existente.

Alguns dos novos pr�dios trazem padr�es de uso e edifica��o incentivados pelo PDE. Na Rua Senador C�sar Lacerda Vergueiro, por exemplo, um edif�cio em fase de acabamento ter� loja no t�rreo (a chamada fachada ativa), al�m de andares com salas comerciais e outros com apartamentos (o que configura uso misto). Outro caso � de um edif�cio em obras na mesma rua, que ter� exclusivamente unidades entre 25 e 30 m� (com pre�os a partir de R$ 384 mil). Sem garagem, � anunciado com destaque para o fato de estar a cerca de 450 metros do metr�.

Nem todos, por�m, seguem a proposta de atrair mais moradores interessados em usar o transporte p�blico. Um exemplo � um edif�cio em obras na Rua Harmonia, cujos apartamentos ter�o quatro dormit�rios e de 4 a 6 vagas de garagem (o pre�o de venda parte de R$ 4,2 milh�es).

Entre parte dos moradores, por�m, a mudan�a na rotina causada pelas obras causa insatisfa��o, mas as maiores cr�ticas s�o � transforma��o do bairro. "Parece um campo minado, come�ou a cair tudo", lamenta a jornalista Helena Coelho, de 60 anos, que se mudou para o bairro h� 19 anos. "A rua era muito bonitinha, com sobrados antigos. Est� se transformando em outra coisa."

Para Helena, as vias do bairro n�o v�o suportar o adensamento. "As ruas mais estreitas j� est�o entupidas de carros", diz.

As caracter�sticas da regi�o s�o destacadas nos an�ncios de venda de apartamentos, como um que descreve a regi�o como a mistura da "tranquilidade da vida no interior" com o "esp�rito cosmopolita de uma metr�pole". Mas s�o justamente esses aspectos que os atuais moradores acreditam que a quantidade de novos pr�dios vai afetar.

Para Nabil Bonduki, que foi relator do PDE e secret�rio na gest�o Fernando Haddad (PT), a legisla��o deveria ter tido mais "diferencia��o nos padr�es" para o entorno do metr� naquela �rea. "A Vila Madalena deveria ter proibido apartamentos com garagem", afirma ele, professor de Urbanismo da Universidade de S�o Paulo (USP).

Outros bairros

Com a restri��o de altura prevista pelo PDE, os investimentos imobili�rios migraram para os eixos de mobilidade. Nesse contexto, as regi�es mais valorizadas atra�ram especial aten��o. Ao transitar pela Radial Leste, por exemplo, o n�mero de novos empreendimentos � maior no entorno da Esta��o Tatuap� e reduz conforme se aproxima da esta��o seguinte (Carr�o).

"� muito dif�cil controlar o que o mercado vai colocar", explica Antonio Claudio Fonseca, professor de Urbanismo da Universidade Mackenzie. "� evidente que o incorporador vai se associar a lugares que j� constru�ram uma marca."

A Prefeitura ressaltou, em nota oficial, que os "objetivos previstos no Plano Diretor" devem ser alcan�ados at� 2029" e que aguardar� at� 2021 (prazo previsto em lei) para fazer proposta de revis�o do PDE - "a ser elaborada de forma participativa". Disse ainda que o Munic�pio est� em "fase de avalia��o das propostas apresentadas em audi�ncias p�blicas participativas e consulta p�blica" para poder fazer "ajustes" na Lei do Zoneamento.

Tombamento

H� quem descreva a situa��o como "corrida contra o tempo". Em bairros em que a verticaliza��o avan�a em S�o Paulo, o tombamento tem sido visto como uma alternativa para manter im�veis ou caracter�sticas marcantes de determinadas �reas da cidade. Os pedidos s�o abertos no Conselho Municipal do Patrim�nio Hist�rico, Cultural e Ambiental de S�o Paulo (Conpresp) por moradores. Esses grupos recorrem a abaixo-assinados e at� contratam especialistas em arquitetura e urbanismo para ajudar nessa ofensiva.

Um dos casos � o da Ch�cara das Jabuticabeiras, �rea que abrange a preserva��o das Ruas Fabr�cio Vampr�, Benito Juarez e Artur Godoi, al�m das Pra�as Arquimedes Silva e Dam�sio Paulo, na Vila Mariana, zona sul. O objetivo � preservar o tra�ado urbano (desenho das ruas e pra�as) e o tamanho dos lotes, dentre outros aspectos.

Segundo moradores, o tombamento foi proposto ap�s receberem ofertas de compra de incorporadoras. Eles consideram que o local n�o absorveria maior adensamento, pelas ruas estreitas e redes de �gua e saneamento atuais. Mas a �rea fica perto da esta��o Ana Rosa do Metr� e tem a verticaliza��o incentivada pelo Plano Diretor.

A designer Vanessa Gomes, de 41 anos, foi inicialmente contr�ria, mas hoje defende o tombamento e integra um coletivo que reuniu 1.690 assinaturas de apoiadores. "� uma configura��o de vizinhan�a muito particular", afirma. A regi�o tem caracter�sticas paisag�sticas dos anos 1950, com ruas estreitas e de paralelep�pedos e a presen�a de c�rregos e declividade.

Templo

Tamb�m nas proximidades, a algumas quadras da Esta��o Ch�cara Klabin, h� um movimento pela preserva��o do Catedral Nikkyoji, templo ligado ao Honmon Butsuryu Shu (HBS), vertente religiosa conhecida como budismo primordial. "� um o�sis, cheio de verde", descreve a advogada Lilianne da Silva, de 58 anos. "Se olhar ao redor, � s� pr�dio, pr�dio. Est� virando uma selva de pedra."

O templo foi inaugurado em 1982, mas a fachada e o telhado atuais s�o de 2012 (com arquitetura de inspira��o japonesa). J� a HBS � contr�ria ao tombamento e tem uma mudan�a de endere�o planejada. "Nada jamais foi feito com intuito de se enraizar em um lugar, o que nunca aconteceu no budismo primordial", diz o monge Correia Kyohaku. O advogado da entidade, Alo�sio Pedro, chama o pedido de "artif�cio para prejudicar a venda do im�vel". Para ele, "tamb�m n�o faz sentido o argumento de impedir a verticaliza��o, pois o entorno � composto por torres residenciais". No pedido de preserva��o do templo, assinado pelo professor de Hist�ria da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o espa�o religioso � descrito como um marco para o "budismo" no Pa�s. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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