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Estado de Minas GERAL

Detentos diziam temer mortes em pres�dio no Par�, dizem familiares


postado em 31/07/2019 07:36

Cal�ando sand�lias com desenho da boneca LOL, uma adolescente de 17 anos abra�a parentes e amigos e, com as cabe�as baixas, todos come�am a chorar. A jovem est� gr�vida de 8 meses e, desta vez, espera uma menina. Apesar da pouca idade, � o terceiro filho - mas o primeiro que teria com Renan da Silva Souza, de 30 anos, que acabara de ser reconhecido entre os 58 corpos empilhados no Instituto m�dico-legal. Ele � uma das v�timas do massacre ocorrido no pres�dio de Altamira (PA).

Um homem puxa uma ora��o e profere b�n��os � fam�lia - a cena do choro e da reza se repete a cada v�tima confirmada desde segunda-feira. Ao todo, 18 corpos passaram por necropsia, dos quais 14 foram identificados e dez, liberados.

"O sonho dele era ficar livre para ver a filha", diz a irm� da v�tima, M�rcia Silva, de 38 anos. O casal j� escolhera o nome da menina: Haila. Segundo conta, Souza estava preso desde o in�cio do ano, suspeito de roubo. Teria audi�ncia na Justi�a no in�cio do m�s, com chance de responder ao processo em liberdade. "Ele n�o teve nem chance de se defender", afirma a irm�.

Mais cedo, uma mulher chegou a desmaiar ao ver o corpo de um familiar no IML. "Segunda-feira meu irm�o ia sair, eu estou sem ch�o, perdi meu mundo", dizia na frente do IML. "Sem piedade nenhuma essas pessoas perderam a vida. Muitos sem a cabe�a... Deus n�o queria isso. Deus n�o queria isso! � muita crueldade."

Entre 7h e 18h30, dezenas de familiares se aglomeraram no local, � espera de seus mortos. Muitos reclamavam da demora, justificada pelo quadro de m�dicos legistas prec�rio. S�o seis, ao todo. Equipes auxiliares tiveram de vir de Bel�m. Em frente ao IML, foram armadas tendas, com distribui��o de alimentos, al�m de servi�o de equipes de sa�de e de psic�logos. Tamb�m eram distribu�das m�scaras para atenuar o cheiro de carne em putrefa��o que impregna o local. A c�mara fria do IML tem capacidade para seis corpos, por isso a maioria teve de ser alocada em caminh�o refrigerador.

Mulher de Nathan Nael Furtado, Elisa Brand�o, de 42 anos, diz n�o saber lidar com a afli��o. "Cheguei a ver a foto s� das cabe�as e reconheci a dele. Agora, eu n�o quero entrar l� e ver o meu marido com o pesco�o para fora, as pernas para fora e o cora��o tirado."

Sem surpresa

Embora o clima fosse de consterna��o, nem todos demonstravam surpresa. "Eu conhecia o meu irm�o, do envolvimento com fac��o, ent�o sabia que uma hora ou outra poderia acontecer", diz Joelsio Ferreira, de 33 anos, irm�o de Josu� Ferreira, de 22. "Quando recebi a lista de mortos por WhatsApp, j� estava preparado."

Segundo as investiga��es, o massacre foi promovido por l�deres da fac��o local Comando Classe A (CCA) contra integrantes do grupo carioca Comando Vermelho (CV). Nesta ter�a-feira, 30, os l�deres come�aram a ser transferidos para cadeias locais e federais. Embora o governo do Par� alegue que o setor de intelig�ncia nada detectou, parentes afirmam que o ataque j� era aguardado. "Meu filho comentou que havia um plano dos outros presos para invadir o bloco que ele estava", diz Maria Regina Sousa, de 43 anos, m�e de Diego Walison Sousa. "Todo mundo sabia que ia acontecer. S� n�o sabia quando." As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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