Soldado � soldado, n�o � bombeiro nem tem treinamento para isso. Entretanto, pode aprender depressa e passar a dar combate a um novo inimigo, as chamas que fazem da Amaz�nia o assunto do mundo - com maior intensidade h� tr�s dias e com certeza neste fim de semana, na mesa dos governantes dos sete pa�ses mais ricos do mundo, o G-7, reunido em Biarritz, no litoral da Fran�a. O envolvimento das For�as Armadas na luta para controlar os inc�ndios nos Estados de Acre, Amap�, Amazonas, Mato Grosso, Par�, Rond�nia, Roraima e Tocantins - cobrindo cerca de 217,4 mil km� -, foi recebido como uma miss�o determinada pelo governo.
A tarefa, todavia, est� longe de agradar a toda a oficialidade. Nos comandos regionais diretamente atingidos, o do Norte e o da Amaz�nia, pondera��es ouvidas pelo jornal O Estado de S. Paulo foram de certa forma cr�ticas, variando da escassez cr�nica de recursos, de equipamentos e de dinheiro, o que pode obrigar a uma redu��o nas opera��es de Defesa, ao fato das For�as serem sucessivamente designadas para suprir defici�ncias locais - como foi na interven��o federal de dez meses na seguran�a p�blica do Rio, em 2018.
Um veterano de v�rias a��es na regi�o amaz�nica, lembrou que a ocorr�ncia de queimadas nesta �poca do ano "� t�o certa e sabida quanto o Natal em dezembro", destacando que os relat�rios e os alertas enviados aos servi�os ambientais do governo "recebem tratamento apenas burocr�tico".
Mesmo agora, na emerg�ncia do momento, tem de seguir uma liturgia. O regime de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) havia sido pedido por Acre, Par�, Rond�nia e Roraima at� o come�o da noite de ontem. Nos demais Estados, tropas e avi�es s� podem atuar em parques federais e �reas da Uni�o.
Atividades conjuntas, por exemplo, com equipes policiais, dependem de autoriza��es espec�ficas. H� ainda muitas incertezas operacionais. O tamanho do efetivo aplicado e as unidades que participar�o ainda devem ser definidos. O Comando Militar da Amaz�nia (CMA) tem de 17 mil a 23 mil combatentes. Na execu��o dessa GLO haver� grupos armados? A Amaz�nia � imensa e o acesso a muitos dos pontos de fogo mapeados � complicado, quase todo feito por meio da densa rede de rios. Haver� barcos suficientes, uma provid�ncia b�sica? A For�a A�rea anunciou ontem que vai despachar para Porto Velho dois grandes avi�es H�rcules C-130 para entrar rapidamente no combate aos inc�ndios. Com duas tripula��es, mais pessoal t�cnico, o grupo tem cerca de 30 pessoas. Uma das aeronaves leva o MAFFS (Modular Airborne Fire Fighting System) e a outra todos os acess�rios de apoio. S�o cinco tanques de �gua que transportam 12 mil litros de �gua, mais dois tubos de press�o que saem pela porta traseira e o mecanismo de lan�amento. O C-130 sobrevoa a �rea visada a 46 metros de altura e aciona o MAFFS durante sete segundos, tempo suficiente para esparramar a �gua por uma linha de 500 metros. Volta a base e reabastece os reservat�rios. O ciclo completo demora 30 minutos. O consumo de combust�vel � elevado: a cada duas decolagens � preciso reabastecer o avi�o. Para espa�os menores, � empregado um helic�ptero H-34 Super Puma (tamb�m usado em remo��es) que segue outro procedimento: a carga l�quida vai em uma esp�cie de bolsa que se abre sobre as chamas. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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