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Estado de Minas GERAL

Sa�de responde por at� 40% de vaquinhas virtuais


postado em 04/09/2019 07:22

Ao navegar pelas p�ginas de crowdfunding (as vaquinhas virtuais), � poss�vel encontrar os mais diversos tipos de campanha solicitando ajuda financeira. Entre todas, sobressai a de sa�de - voltada principalmente para tratamentos m�dicos -, que chega a corresponder a 40% das mobiliza��es nas plataformas.

"Porque t�m car�ter de urg�ncia. As pessoas que ajudam se solidarizam com a campanha ou j� passaram por algo parecido. Al�m disso, todo mundo sabe que as despesas (com tratamento) s�o muito caras", explica Fabricio Milesi, CEO e fundador da Vakinha, empresa criada em 2009 que j� realizou mais de 600 mil campanhas em diferentes categorias. A estimativa da empresa � que de 30% a 40% das a��es sejam nessa �rea.

Os pedidos pessoais, incluindo solicita��es de tratamentos, correspondem a 30% das mobiliza��es na plataforma Kickante, lan�ada em 2013. "J� s�o mais de 200 mil brasileiros buscando a plataforma para realizar seus sonhos mais variados. (Entre as campanhas) 30% s�o causas (tanto pessoais quanto ONGs), 30% s�o projetos criativos e 40% s�o empreendimentos variados", detalha Candice Pascoal, CEO da empresa. Segundo ela, os pedidos de sa�de s�o os que criam mais como��o. "S�o os que mais captam. O povo se solidariza muito."

ELA

H� quatro meses, o personal trainer Bruno Flosi, de 34 anos, foi diagnosticado com esclerose lateral amiotr�fica (ELA), doen�a rara neurodegenerativa. Amigos de inf�ncia resolveram, ent�o, organizar uma vaquinha online para ajudar no pagamento das terapias e na adapta��o da casa dele. "Toda essa campanha que est� sendo feita � para fisioterapia, fonoaudiologia, nutricionista. Estou mudando todo o quarto dele. A doen�a n�o tem cura - e � cara, rara e cruel -, mas o tratamento retarda os sintomas", diz a terapeuta de autoconhecimento Marlene Pereira Camargo, de 55 anos, que � m�e do personal trainer.

Com a campanha virtual, foram arrecadados cerca de R$ 34,5 mil. Para Marlene, foi um al�vio. "Quando voc� recebe uma senten�a dessas, esse apoio faz com que o nosso ch�o n�o caia. O apoio afetivo e emocional � muito valioso. Isso d� for�a para a gente seguir em frente, n�o � s� o dinheiro."

Em apenas tr�s dias, a contadora Ayla Filgueira Woth, de 28 anos, conseguiu arrecadar os R$ 20 mil que precisa para completar o pagamento de uma cirurgia que deve fazer em setembro. Diagnosticada com uma endometriose que atingiu o nervo ci�tico, ela sente dores fortes desde o fim do ano passado. J� se submeteu a duas cirurgias, mas o problema n�o foi resolvido. "A dor � enlouquecedora. N�o consigo ficar sentada."

Segundo ela, o procedimento vai custar R$ 36 mil, mas pediu apenas parte do valor. "Uma amiga insistiu para que eu fizesse a vaquinha, mas foi dif�cil expor a doen�a grave, a minha situa��o financeira. Nunca pedi dinheiro emprestado. Eu e meu marido est�vamos pagando consultas, exames caros."

A campanha ainda est� aberta e, al�m de ter superado a meta, ela diz que foi surpreendida pelo apoio que tem recebido. "Pensava que as pessoas fossem fazer questionamentos negativos sobre tudo isso, mas recebi mensagens de pessoas emocionadas, falando que eu n�o merecia passar por isso." Ela pretende, no futuro, doar o mesmo valor que recebeu para alguma institui��o como forma de retribuir a ajuda.

Transpar�ncia

Pesquisadora do Laborat�rio de Estudos da Psicologia e Tecnologias da Informa��o e Comunica��o da Pontif�cia Universidade Cat�lica de S�o Paulo (PUC-SP), Andrea Jotta diz que v�rios cuidados devem ser tomados ao se criar uma vaquinha online tanto com o paciente quanto com a transpar�ncia da mobiliza��o. "A vaquinha vai fazer a pessoa se sentir bem, mas n�o substitui estar ao lado dela."

A pesquisadora diz ainda que, quem recebe a ajuda, tem de ser respons�vel e transparente para evitar que a corrente de solidariedade seja rompida por causa de atitudes incorretas. "Quem doa ajuda. Quem recebe fica bem. Isso tem de ser muito honesto. Quando est� pedindo, a pessoa � respons�vel pelo sentimento que vai causar no outro." Ela observa que o financiamento coletivo pode ajudar a trabalhar habilidades que ficam esquecidas no dia a dia. "Vai treinando a solidariedade e a empatia. A gente acaba esquecendo de ser solid�rio e a virtualidade abre esse espa�o."

Em alta

As campanhas de financiamento coletivo de diferentes campos t�m crescido nos �ltimos anos. O Catarse, plataforma em atividade desde 2011 que j� teve mais de 10,4 mil projetos apoiados - a maioria do ramo de livros -, registrou um crescimento de 35% entre as pessoas que fizeram mais de um apoio por ano em 2018. Entre as que participaram mais de dez vezes, o aumento foi de 290%. "(As vaquinhas) tiram do papel e trazem ao mundo projetos criativos e de impacto", diz Rodrigo Machado, cofundador e CEO da empresa. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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