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Estado de Minas GERAL

Pacientes que enfrentam doen�as graves relatam rotina de tratamento nas redes


postado em 13/09/2019 07:51

A primeira publica��o sobre o assunto no Instagram foi no dia em que ela raspou o cabelo. "Eu ia p�r a legenda: 'come�ar a enfrentar essa bodega' - porque n�o gosto muito de 'text�o'. Mas essa foto n�o significa isso. (...) Resolvi abrir isso porque me ajuda a tornar mais leve. Estou aberta pra quem quiser falar comigo, a ideia � desmistificar. Ali�s acabei de inventar a hashtag #DesmistificandoOC�ncer."

A partir da�, Daniela Toledo Saldanha, de 43 anos, que nunca foi muito de redes sociais ou, como ela mesma diz, nunca pensou em ser "bloguerinha", come�ou a receber uma enxurrada de mensagens de amigos e desconhecidos em sua conta no Instagram @dandansal.

"As pessoas queriam saber o que estava acontecendo, como eram as sess�es de quimioterapia, o que eu sentia ou por que o cabelo estava caindo", contou ela. Ao perceber a rea��o das pessoas, Dani come�ou a fazer stories (transmiss�es curtas no Instagram) e v�deos sobre o seu tratamento contra um agressivo c�ncer de mama.

"Sou leiga, mas falo aquilo que as m�dicas me explicam e conto como me sinto. Para mim, faz bem falar. N�o sou o tipo de pessoa que guarda esse tipo de coisa. Sei que o que estou passando � muito dif�cil. N�o quero romantizar o c�ncer. Quero repartir esse peso. Sinto que, ao falar, eu ven�o o medo. E, ao mesmo tempo, ajudo as pessoas a enfrentarem esse tipo de situa��o tamb�m", conta Daniela.

Claro, ao abrir sua vida em uma rede social, Dani tamb�m recebeu mensagens com sugest�es de tratamentos alternativos, correntes de ora��es e at� receitas de garrafadas "invenc�veis contra o c�ncer".

"Tem esse lado, que � meio chatinho. Mas tento entender isso como um jeito de as pessoas expressarem carinho e preocupa��o."

Dani sabe que ainda tem um longo tratamento pela frente, mas espera o dia em que poder� publicar o �ltimo v�deo ou foto dizendo que acabou. "N�o me iludo. Sei que ainda tem muito pela frente. �bvio que tenho medo, mas sou otimista. Ainda vou publicar esse post falando da cura."

Conversa

De maneira espont�nea, Dani come�ou a falar sobre o c�ncer para os seus seguidores. Assim como ela, outras pessoas t�m recorrido �s redes sociais para ter esse tipo de conversa com amigos e desconhecidos. A youtuber Giovanna Moreschi, de 20 anos, por exemplo, tem Ataxia de Friedreich - uma doen�a degenerativa rara que, aos poucos, tem limitado seus movimentos.

Ela reagiu a essa condi��o fazendo v�deos (e publicando fotos no Instagram), em que aparece praticando atividades f�sicas e esportes radicais.

"Eu ia em m�dicos, realizava muitos tratamentos e todo mundo me perguntava sobre o que eu tenho. Pensei que devia ter um lugar onde pudesse explicar, me falaram do YouTube, j� que sou muito comunicativa. Ent�o, resolvi compartilhar minha hist�ria", contou.

Giovanna falou que no in�cio achava que se comunicaria apenas com um nicho de pessoas com doen�as raras, mas n�o foi o que aconteceu. "Me procuram pessoas que passaram por depress�o, por um momento dif�cil. Elas gostam de ver meus v�deos, porque n�o se sentem esquecidos e sozinhos. E, por eu falar das coisas com muita positividade e leveza, come�am a n�o olhar as dificuldades como fim do mundo."

Por outro lado, a exposi��o tamb�m tem ajudado a pr�pria jovem. "N�o me sinto algu�m que tem de esconder o que tenho. Eu me sinto livre e entendida, me sinto igual a todos mesmo sabendo que sou diferente", completou Giovanna.

Autoestima

Paloma Lira, de 22 anos, tamb�m � uma personalidade do YouTube (conhecida nas redes como Cinderela Country). Portadora de ictiose lamelar - doen�a rara que causa descama��o da pele -, ela usa suas redes para falar de maquiagem e autoestima. "Tudo come�ou em 2016, quando criei o canal no YouTube e decidi compartilhar um pouco da minha vida com as pessoas e assim poder passar alguma mensagem para quem sofre de baixa autoestima ou algo do tipo", disse.

A psic�loga Andressa Miiashiro afirma que, ao compartilhar uma doen�a ou dor com outras pessoas nas redes sociais, h� "a oportunidade de ressignificar aquilo que se sente". "Pode fazer com que as pessoas consigam dar sentido diferente para aquele problema ou doen�a." As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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