
Segundo o escritor, o pa�s vive em um momento totalmente polarizado. “Um Brasil totalmente polarizado que est� caminhando para o mesmo clima de terror da ditadura”, disse. “J� vivi ditadura, democracia, muitas fases do Brasil, mas nunca vi o que est� acontecendo agora. � um del�rio. Necessitava (Howard Phillips) Lovecraft, um escritor de fic��o cient�fica, para descrever o Brasil. Fico muito triste com o que est� acontecendo”, completou.
Paulo Coelho, que vive em Genebra, ainda revelou a rea��o dos estrangeiros ao falar sobre o Brasil. “As pessoas ficam muito constrangidas em perguntar sobre o Brasil. Elas n�o perguntam. Tenho que dar uma entrada para as pessoas perguntarem. Eles v�m e dizem: ‘Ah, pois �, voc� viu que ele ofendeu a primeira-dama francesa’. A� eu tenho que falar alguma coisa. Mas eu procuro evitar a conversa ‘Brasil’, porque n�o posso no momento falar bem do meu pa�s, e falar mal � muito chato”, disse.
Em meio a entrevista, Paulo Coelho n�o poupou elogios a Felipe Neto e Glenn Greenwald. Ele revelou que sentiu inveja do youtuber, ap�s o mesmo ter distribu�do livros com tem�ticas LGBT ap�s a censura imposta pelo prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella. “N�o s� elogiei, senti uma certa inveja positiva”, comentou. “E eu resolvi me posicionar para que a pessoa seja defendida. Na �poca da repress�o, digo no governo militar, quando as pessoas eram presas, elas eram agarradas na rua, sei l�, em qualquer lugar, e elas tinham que gritar o nome para que todo mundo soubesse que a pessoa estava sendo presa. Porque uma vez que as pessoas sabem, isso j� � um escudo de prote��o. A mesma coisa valia para o Felipe Neto. N�o vamos deixar que as coisas sejam assim, n�o.”
Ao falar sobre Glenn, Paulo Coelho o chamou de “�dolo”. "Esse cara � um �cone para mim. Ele est� l�, est� falando tudo aquilo e desmascarando uma coisa que voc� diz "Ah, vamos fazer isso porque est� certo", declarou.
*A estagi�ria est� sob supervis�o da subeditora Ellen Cristie.