
Em nota, a defesa de Adriana disse ter a mais absoluta certeza e convic��o" da inoc�ncia da r�. Segundo a equipe de advogados, ela foi condenada "sem um fiapo de prova". "� um erro judici�rio colossal e desumano. Iremos ao Tribunal para reverter esta injusti�a", afirmaram os defensores.
O julgamento come�ou h� 10 dias e � o mais longo registrado na hist�ria do Distrito Federal. Ao longo do j�ri, 24 testemunhas, sendo 8 de acusa��o e 16 de defesa, foram interrogadas. Delegados, peritos, familiares e amigos de Adriana compareceram ao plen�rio para prestar informa��es sobre o crime.
A aposta da defesa foi uma linha do tempo de onde Adriana esteve no dia do crime. Al�m disso, apresentaram peritos criminais, que contestaram laudos contidos nos autos do processo. Um deles, Sami El Jundi, contratado pelos advogados, usou t�cnicas do FBI (Pol�cia Federal dos Estados Unidos) para reavaliar o caso. Ele indicou que o crime tem sinais de latroc�nio e n�o homic�dio.
A acusa��o contra Adriana foi embasada na confiss�o dos tr�s condenados pelo triplo homic�dio. Al�m disso, a promotoria apresentou um laudo feito por papiloscopistas da Pol�cia Civil, que mostra a marca da palmar de Adriana no apartamento dos pais. Segundo o Minist�rio P�blico, essa digital � ind�cio de que ela esteve na casa da fam�lia Villela no dia do crime. Um exame para comprovar a data dessa marca foi feito, por�m, tamb�m foi contestado por peritos da defesa.
Dia a dia
Relembre o que aconteceu em cada um dos 10 dias de audi�ncias, que somam mais de 100 horas de dura��o:
- 23 de setembro: As sess�es come�aram com o depoimento de uma testemunha de acusa��o, a delegada aposentada Mabel Alves de Faria Corr�a, que estava � frente da antiga Coordena��o de Crimes Contra a Vida (Corvida) em 2009. O depoimento durou quase 10 horas. Mabel criticou inconsist�ncias na apura��o da 1ª Delegacia de Pol�cia (Asa Sul), unidade chefiada, � �poca, pela delegada Martha Vargas.
- 24 de setembro: Quatro testemunhas foram ouvidas. Renato Nunes Henrique, delegado de Montalv�nia (MG), explicou o trabalho durante dilig�ncias em 2010, quando tr�s suspeitos de cometer o crime foram presos em Minas Gerais. Michele da Concei��o Alves, filha de Leonardo,um dos tr�s condenados pelos assassinatos, afirmou que Adriana mandou matar os pais. Luiz Juli�o Ribeiro, titular da Corvida � �poca, disse que Leonardo contou que Adriana estava na cena do crime.
- 25 de setembro: Ecimar Loli, delegado da Corvida em 201009, foi a s�tima testemunha interrogada e detalhou o que ouviu de suspeitos.O procurador de justi�a Maur�cio Miranda leu uma carta de 2006, escrita pela m�e da r�, Maria Villela, que, segundo ele, comprovaria uma m� rela��o familiar. A primeira testemunha de defesa prestou depoimento: Rosa Masuad Marcelo afirmou que Adriana e Maria tinham bom relacionamento.
- 26 de setembro: A defesa de Adriana apresentou sete testemunhas. Enio Esteves, irm�o de um ex-namorado de Villela que morreu em 1983, disse que nunca presenciou brigas entre a arquiteta e os pais. Marcos Menezes Barberino Mendes, primo de Adriana, e C�lia Barberino Mendes Sena, tia dela, informaram ao j�ri que a r� era amorosa. Elimar Pinheiro, professor de mestrado de Adriana, contou ao j�ri que a acusada era uma boa aluna e chamava aten��o pelo dinamismo.
- 27 de setembro: Rodrigo Meneses de Barros, papiloscopista do Instituto de Identifica��o (II) da Pol�cia Civil do DF e testemunha de acusa��o, produziu um laudo que indica que Adriana mentiu quanto � �ltima data em que ela esteve no apartamento dos pais. Juliano de Andrade Gomes, perito do Instituto de Criminal�stica (IC) da PCDF e testemunha de defesa, elaborou um parecer t�cnico sobre o primeiro laudo. A an�lise de Rodrigo, segundo Juliano, deixou de considerar vari�veis que poderiam alterar os resultados.
- 28 de setembro: A defesa de Adriana apresentou �libis que comprovariam que ela n�o esteve no apartamento dos pais no dia do crime. Francisco das Chagas Leit�o, amigo de faculdade da r�, contou que estava com a arquiteta no dia do crime, em um semin�rio. Os dois teriam ficado juntos entre 14h e 18h. A amiga Graziela Ayres Ferreira Dias foi a 19ª testemunha a ser interrogada. Ao j�ri, ela contou que esteve com Adriana no dia dos assassinatos e que teria chegado em casa no fim da tarde ou in�cio da noite, deixando o local �s 20h57.
- 29 de setembro: As duas �ltimas testemunhas escolhidas pela defesa prestaram depoimento. Os advogados de Adriana levaram um perito criminal para ser ouvido. Sami El Jundi, funcion�rio do Instituto Geral de Per�cias do Rio Grande do Sul (IGP/RS), fez um "exerc�cio de retrospectiva sobre o caso". Ele confrontou informa��es contidas no processo, como laudos periciais de corpo e local. O ministro aposentado do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Pedro Augusto de Freitas Gordilho tamb�m dep�s a pedido da defesa. Amigo da fam�lia Villela desde 1960, ele disse acreditar na inoc�ncia de Adriana.
- 30 de setembro: Defesa e acusa��o apresentaram material contido nos autos do processo. Depoimento dos tr�s condenados, �udio de testemunhas e precat�rias de pessoas que n�o puderam comparecer ao julgamento foram apresentados aos jurados. A exibi��o dessas informa��es tomou todo o dia.
- 1º de outubro: Adriana Vilela foi interrogada por mais de 10 horas. Por orienta��o dos advogados, ela se recusou a responder os questionamentos do Minist�rio P�blico. Adriana respondeu �s perguntas do juiz, da defesa e dos jurados. Ela, principalmente, falou sobre a rela��o com os familiares e criticou as investidas da Pol�cia Civil contra ela.
- 2 de outubro: Defesa e acusa��o protagonizaram debate. Em diversos momentos, as partes aumentaram o tom de voz e trocaram farpas. Ambos tentaram cativar os jurados e provar que a pr�pria tese era verdadeira.