Despolui��o dos rios exige efici�ncia em coleta e tratamento do esgoto

Melhorar a efici�ncia de empresas respons�veis por captar e tratar esgoto e harmonizar o marco regulat�rio no Brasil. Essas s�o algumas das medidas que podem ajudar na recupera��o de rios como o Tiet� e o Pinheiros, em S�o Paulo, segundo participantes do semin�rio A Despolui��o dos Rios.

O primeiro painel do evento, parceria entre a Federa��o das Ind�strias do Estado de S�o Paulo (Fiesp) e o jornal O Estado de S. Paulo, foi realizado na manh� desta ter�a-feira, 8. Entre outros temas, os participantes discutiram modelos para a contrata��o de empresas prestadoras de servi�o sanit�rio e inefici�ncia de pol�ticas p�blicas nas �ltimas d�cadas.

Segundo Percy Soares Neto, da Associa��o Brasileira de Concession�rios Privados de Servi�os P�blicos de �gua e Esgoto (Abcon), 75% dos sistemas no Pa�s s�o operados por companhias estaduais, enquanto que empresas privadas est�o presentes em 6% dos munic�pios. J� o �ndice total de esgoto tratado seria de 46% no Brasil.

"Se saneamento n�o desse voto, n�o haveria vontade pol�tica t�o grande em manter o servi�o nas m�os de estatais", disse Neto. "As companhias estaduais s�o tamb�m instrumento de poder junto � popula��o, e por isso existe grande resist�ncia � abertura do mercado."

Para Soares Neto, recuperar os rios � um processo "simples, mas n�o f�cil". "� conseguir captar o esgoto e trat�-lo", disse. "Por que n�o se resolveu antes? Pelo vazio de pol�ticas p�blicas e financiamento inefetivo."

Um dos desafios, segundo afirma, � evitar perdas no processo de abastecimento. "Hoje se investe no Brasil cerca de R$ 11 bilh�es ao ano, mas se perde algo na ordem de R$ 9 ou R$ 10 bilh�es", disse.

"Despoluir os rios � uma obra de engenharia, e n�o de marketing", afirmou Eduardo San Martin, presidente do Conselho Superior de Meio Ambiente da Fiesp. Para ele, melhorar resultados de saneamento passa por aumentar a efici�ncia das prestadoras de servi�o. "Relat�rios da Sabesp mostram que todo ano h� perda de R$ 800 bilh�es de litros de abastecimento", disse.

Sobre o projeto Novo Pinheiros, de Jo�o Doria (PSDB), os participantes disseram ser favor�veis ao modelo de pagamento de b�nus por resultado. "Contrato por performance � bem-visto, porque estimula resultado, contanto que existam metas claras", disse Soares Neto.

Diretor-presidente da Associa��o Nacional dos Servi�os Municipais de Saneamento (Assemae), �rg�o que representa 25% do setor, Aparecido Hojaij citou ocupa��es irregulares em �reas de mananciais como um dos maiores desafios do projeto. "Al�m de tratar esgoto, tem de resolver essa quest�o."

Procurado, o governo enviou nota e disse que "lamenta a desinforma��o sobre o maior projeto de despolui��o do Pa�s."