Em comum, a f� na santa e a incredulidade dos m�dicos. A religiosa baiana Maria Rita Lopes Pontes, mais conhecida como Irm� Dulce, ser� elevada aos altares, ou seja, canonizada, no pr�ximo domingo, dia 12, gra�as a milagres concedidos a uma gr�vida e a um cego. Ser� a primeira santa cat�lica nascida no Brasil, destaca o jornal O Estado de S. Paulo.
Necess�rio para a canoniza��o, o segundo milagre reconhecido pelo Vaticano foi a cura instant�nea da cegueira do maestro Jos� Maur�cio Moreira, atualmente com 51 anos, que convivia com a cegueira havia 14 quando ocorreu o que era considerado imposs�vel. "Eu descobri que tinha glaucoma em 1992, com 23 anos. Tratei essa doen�a durante quase dez anos, mas n�o foi o suficiente porque, quando eu descobri, j� tinha perdido muito do nervo �ptico", conta Moreira. Apesar de passar por alguns tratamentos, em 2000 estava completamente cego.
Foi em 2014, ao contrair uma conjuntivite com sintomas muito intensos, que o maestro fez um pedido a Irm� Dulce e recebeu muito mais do que esperava. "Em uma noite de muita dor e sofrimento, eu peguei uma imagem de Irm� Dulce, coloquei sobre os olhos e, com toda a f� que sempre tive, pedi que ela curasse minha conjuntivite. N�o pedi para voltar a enxergar, os m�dicos j� tinham dito que eu praticamente n�o tinha mais nervo �ptico." Algumas horas depois, ele foi capaz de ver as pr�prias m�os, e a "nuvem de fuma�a" que bloqueava seus olhos come�ou a se dissipar gradativamente.
Houve ainda uma segunda surpresa, ap�s a alegria de recobrar a vis�o. Ao se consultar com o m�dico que j� cuidava da conjuntivite, o maestro foi informado de que nada havia mudado fisicamente.
De acordo com os exames cl�nicos, ele continuava cego, j� que o nervo �ptico estava muito danificado. "Irm� Dulce era assim: se algu�m pedisse a ela para subir dois degraus, ela j� colocava a pessoa l� em cima na escada. Ela n�o fazia o bem pela metade, ia at� o final", acrescenta.
A imagem da freira utilizada naquele momento pertencia anteriormente � m�e. Jos� Maur�cio Moreira cresceu assistindo �s contribui��es de sua fam�lia �s a��es de Irm� Dulce e chegou a conhec�-la. Em entrevista ao Estado, ressaltou que, para os baianos, o "Anjo Bom" sempre foi santa.
O parto
J� o primeiro milagre atribu�do � Irm� Dulce, que levou � beatifica��o (est�gio anterior � canoniza��o) em 22 de maio de 2011, agraciou uma mulher que n�o a conhecia antes do epis�dio. Claudia Santos, hoje com 50 anos, recuperou-se de uma grave hemorragia p�s-parto, cujo sangramento foi subitamente interrompido.
Moradora do munic�pio de Malhador, no interior de Sergipe, deu � luz o segundo filho em 2001. Ap�s o parto normal, ela apresentou uma hemorragia incontrol�vel, que a levou � UTI. Os m�dicos realizaram todos os procedimentos poss�veis, mas j� havia poucas esperan�as de salvar a vida da paciente. "Chegou um momento em que o m�dico falou para minha fam�lia que n�o tinha mais o que fazer, s� aguardar o falecimento", afirma.
A paciente foi ent�o transferida para a capital do Estado, Aracaju, onde recebeu a visita de um religioso de sua cidade. "Padre Almir foi me visitar e levou uma santinha, Irm� Dulce. Ele rezou e me entregou a santinha. Depois disso, foi cada dia uma melhora", acrescenta Claudia. Segundo ela, nem o m�dico que realizou o parto acreditou quando a viu chegar ao hospital para uma revis�o. Hoje, Claudia Santos � devota de Irm� Dulce e agradece sua vida � intercess�o naquele momento.
Processo
Iniciado em janeiro de 2000, o processo de canoniza��o da Santa Rita dos Pobres foi o terceiro mais r�pido da hist�ria contempor�nea da Igreja Cat�lica, atr�s de Jo�o Paulo II (nove anos ap�s sua morte) e Madre Tereza de Calcut� (19 anos depois). "Foi um dos processos mais r�pidos da atualidade", comenta o Frei Giovanni Messias, reitor do Santu�rio de Irm� Dulce.
Ele explica que, "para acontecer tanto o processo de beatifica��o quanto de canoniza��o, � preciso uma an�lise minuciosa da vida do candidato, at� mesmo para comprovar as virtudes de santidade, f�, caridade, amor, esperan�a". Para finalizar o processo de canoniza��o, excluindo o caso de m�rtires, cobra-se a comprova��o de dois milagres. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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