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Estado de Minas GERAL

Sem autoridades brasileiras, missa pela padroeira do Brasil ocorre em Roma


postado em 12/10/2019 19:49

Mais de 300 pessoas - na maior parte deles, bispos, padres e freiras - lotaram a capela de Nossa Senhora Aparecida, dentro do Pontif�cio Col�gio Pio Brasileiro, em Roma, na tarde deste s�bado, 12 de outubro. Ali ocorreu a tradicional missa, em portugu�s, em honra � santa, considerada a padroeira do Brasil.

Uma comitiva de pol�ticos brasileiros, que est� em Roma desde sexta-feira para acompanhar a canoniza��o de Santa Dulce dos Pobres, marcada para domingo, foi convidada - mas ningu�m compareceu.

Liderados pelo vice-presidente da Rep�blica, Hamilton Mour�o, os pol�ticos estiveram no Col�gio Pio Brasileiro na manh� de s�bado. Participaram de uma ora��o, a Liturgia das Horas. Foram convidados � missa da padroeira - e, ao longo do dia, religiosos ligados ao Vaticano comentavam que eles eram aguardados na cerim�nia.

"Quero que esta sauda��o chegue ao cora��o das autoridades convidadas para a celebra��o, que foram recebidos aqui pela manh�", comentou o arcebispo de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, durante a homilia. Atual presidente da Confer�ncia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), ele foi o celebrante da missa festiva. A bandeira do Brasil permaneceu hasteada � esquerda do altar durante toda a cerim�nia.

Com dura��o de 1h45, a missa teve a presen�a de boa parte da c�pula brasileira da Igreja Cat�lica, entre eles o cardeal dom Geraldo Majella Agnelo, arcebispo-em�rito de Salvador, antigo Primaz do Brasil, e o cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo de S�o Paulo. Participaram tamb�m dezenas de padres sinodais - que est�o em Roma por conta do S�nodo dos Bispos Sobre a Amaz�nia.

No fim da missa, Irm� Dulce tamb�m foi saudada. Um �cone dela, impresso, foi levado ao altar e ela foi chamada j� de Santa Dulce dos Pobres, com �nfase no fato de que "ser� canonizada amanh�".

Scherer chegou meia hora antes da cerim�nia e circulou entre os bancos da assembleia, sendo cumprimentado e conversando animadamente com diversos padres e freiras. A maior parte dos presentes eram brasileiros que residem em Roma.

Chamado pelos religiosos de "pedacinho do Brasil em Roma", o Col�gio Pio Brasileiro foi fundado em 1934. � uma institui��o mantida pela CNBB a cerca de 4 quil�metros do Vaticano. Dedica-se � forma��o de presb�teros. Azevedo � um exemplo e ex-aluno: estudou ali logo que se ordenou padre, aos 23 anos - e fez quest�o de ressaltar a qualidade do ensino em uma de suas falas durante a missa.

Ao longo da celebra��o, o presidente da CNBB fez v�rios coment�rios indiretos sobre a atual situa��o conturbada da pol�tica brasileira. "� um momento desafiador para o mundo, mas sabemos, especialmente para a sociedade brasileira", disse, no in�cio da homilia. "Estamos em um caminho de altos e baixos, de dificuldades pessoais e de toda a sociedade e ela [referindo-se � Nossa Senhora Aparecida] caminha conosco", afirmou, minutos mais tarde. "A Igreja tem, por raz�o de f�, e n�o por pol�tica ou ideologia, a miss�o de ser presen�a prof�tica, de sabedoria e compromisso com a justi�a", ressaltou o religioso.

Durante a ora��o da comunidade, uma das preces apresentadas pela leitora pedia especialmente para que o povo brasileiro n�o desanime frente �s adversidades do momento atual.

Azevedo tamb�m citou, em v�rios momentos, o S�nodo Sobre a Amaz�nia. "Aquilo que conseguimos intuir no caminho ser� modelar para toda a Igreja, e n�o apenas para a Amaz�nia", disse. Ele usou a met�fora dos "pulm�es", t�o presente quanto as pessoas se referem � floresta, ao enfatizar as necessidades de �nimo dentro do catolicismo. "A Igreja do Brasil precisa de muitos pulm�es para respirar e dar conta de sua caminhada. E o Pio Brasileiro � um pulm�o importante", afirmou.

O governo brasileiro e o Vaticano t�m batido de frente, sobretudo em quest�es ambientais. Especula-se inclusive que esta tenha sido a principal raz�o pela qual o presidente Jair Bolsonaro resolveu n�o ir � missa de canoniza��o.

Dentro do atual contexto de polariza��o agressiva da pol�tica brasileira, o atual presidente da CNBB foi v�tima menos de 24 horas ap�s assumir o cargo, em maio. Um v�deo viralizou em grupos de WhatsApp afirmando que ele era "mais um que segue a Teologia da Liberta��o e seus desdobramentos, como a ideologia de g�nero (sic)".

Azevedo tamb�m foi acusado de n�o ser "mais um petista, dilmista". Uma das primeiras a��es dele ao assumir o cargo, para o qual foi eleito at� 2023, foi visitar o presidente Jair Bolsonaro, em 29 de maio - segundo ele afirmou na �poca, um encontro "cordial e de cortesia".

Na manh� de s�bado, quando a comitiva visitou o Pio Brasileiro, Azevedo n�o estava. Participante do S�nodo, ele viajou �s pressas para o Brasil nesta semana para celebrar as ex�quias do cardeal e arcebispo em�rito de Belo Horizonte dom Serafim Fernandes de Ara�jo, morto dia 8. Ele retornou a Roma no in�cio da tarde deste s�bado - a tempo de presidir a missa da padroeira.

No site oficial do Pal�cio do Planalto, a �ltima informa��o a respeito da agenda do vice-presidente foi a chegada a Roma, sexta-feira. No comunicado divulgado � imprensa na tarde deste s�bado pela Santa S�, o general Hamilton Mour�o consta como representante do governo brasileiro esperado pelo Vaticano na cerim�nia de canoniza��o de Santa Dulce dos Pobres, na manh� de domingo.


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