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Estado de Minas GERAL

'J� temos uma fila para usar terapia antic�ncer', diz hematologista


postado em 16/10/2019 12:00

Desenganado pelos m�dicos e sem outras alternativas de tratamento contra o c�ncer, o aposentado Vamberto Luiz de Castro, de 62 anos, foi submetido a uma terapia celular experimental no m�s passado. Menos de 20 dias depois, seus exames comprovavam a remiss�o do tumor. Agora, mais tr�s pacientes com linfoma avan�ado do tipo n�o-Hodgkin s�o preparados no Centro de Terapia Celular do Hospital das Cl�nicas de Ribeir�o Preto (CTC-Fapesp-USP) para serem submetidos ao tratamento.

A terapia, personalizada, � feita a partir das c�lulas de defesa do pr�prio paciente. O m�todo j� � usado com sucesso nos Estados Unidos e na Europa e est� revolucionando o tratamento deste tipo de c�ncer no exterior. A t�cnica usada em Castro e nos novos tr�s pacientes, no entanto, foi totalmente desenvolvida no Brasil e pode, no futuro, ser oferecida gratuitamente pelo SUS. H� ainda, por�m, um longo caminho a ser percorrido at� ser aprovada oficialmente.

Um dos respons�veis pelo desenvolvimento da tecnologia, o hematologista Dimas Tadeu Covas, coordenador do CTC, se mostra otimista em rela��o aos resultados do tratamento. Mas est� apreensivo com a poss�vel demora na aprova��o do tratamento no Brasil.

"Quando abrimos a porta da esperan�a, n�o tem como fechar", disse, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. "Mas precisamos acelerar os processos. � estrat�gico para o Pa�s olhar para este cen�rio e tomar uma decis�o: vamos transformar em produto, come�ar um estudo cl�nico, combinar com as ag�ncias reguladoras."

J� existe previs�o de outros pacientes serem submetidos � terapia celular experimental usada em Vamberto Luiz de Castro?

Quando abrimos a porta da esperan�a, n�o tem como fechar. J� temos uma pequena fila para o uso compassivo da terapia, em car�ter experimental. Tr�s pessoas j� est�o em prepara��o, na fase da coleta e modifica��o das c�lulas. Meu objetivo, que talvez seja um pouco otimista, � testar a terapia em dez pacientes nos pr�ximos seis meses.

Quais os principais obst�culos?

Bom, primeiro que � uma terapia experimental, n�o temos um produto aprovado, e nossa capacidade de ampliar a produ��o � muito pequena. Hoje, conseguimos fazer um caso a cada 30 ou 40 dias. Para ampliar, precisar�amos de apoio, investimento. Estamos tentando parcerias com outros laborat�rios que tenham condi��es de reproduzir a tecnologia, mas n�o � f�cil; trata-se de pessoal muito especializado.

Tanto o Vamberto quanto esses outros tr�s pacientes fazem a terapia em car�ter compassivo. O senhor pode explicar o que isso significa e como optaram por esse tipo de estudo?

Isso significa que essas pessoas n�o t�m mais nenhuma alternativa de tratamento. Tudo j� foi tentado. S� assim elas podem entrar no estudo. Era a �nica forma que t�nhamos de fazer; j� estava tudo pronto. Nesse caso, quando se tem todas as condi��es de fazer, a necessidade m�dica � considerada inadi�vel. Seria at� um erro do m�dico se dispus�ssemos da terapia e n�o fiz�ssemos o teste.

E em quanto tempo o senhor acha que estariam prontos para fazer o teste cl�nico?

O estudo cl�nico apresenta dificuldades, ainda mais nesse assunto de terapias avan�adas, que ainda n�o � totalmente regulamentado no Pa�s. O ambiente regulat�rio para esse tipo de avan�o n�o � favor�vel. O Brasil n�o tem o h�bito de fazer isso (aprovar terapias novas). O mais comum � trazer coisas j� aprovadas por ag�ncias do exterior. Vamos fazer a proposta (para o teste cl�nico), claro, mas n�o vejo isso acontecendo de forma r�pida. Em geral, um teste cl�nico para uma nova droga leva de um a dois anos para ser aprovado.

Mas o senhor acha que esses processos poderiam ser acelerados?

Acho que � uma quest�o estrat�gica para o Pa�s olhar para esse cen�rio e tomar uma decis�o: vamos come�ar um estudo cl�nico, transformar em produto, combinar com as ag�ncias reguladoras, acelerar processos. O governo poderia tomar a frente, criar uma pol�tica p�blica como fez a Inglaterra, que j� oferece gratuitamente o tratamento a crian�as com leucemia e tem um sistema p�blico muito parecido com o nosso SUS.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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