
Enquanto as manchas de �leo avan�am pelas praias do Nordeste, grupos de volunt�rios se organizam para ajudar na remo��o do poluente, que fica impregnado na areia e nos corais. Nos mutir�es, os grupos conseguem recolher grandes por��es do material, mas peda�os menores podem ficar v�rios anos depositados no ecossistema.
Para a bi�loga Yana Costa, foi "uma das experi�ncias mais tristes da vida" ir at� a Praia de Muro Alto, em Ipojuca, um dos cart�es-postais de Pernambuco, para ajudar na for�a-tarefa. "Havia diversos fragmentos de �leo na praia e na areia. Nos corais, n�o dava para tirar porque estava impregnado", conta. No Estado, o poluente tamb�m chegou nesta segunda-feira, 21, ao Cabo de Santo Agostinho e a outros destinos tur�sticos bastante procurados, como Carneiros.

Os grupos de volunt�rios trabalham em turnos, geralmente com in�cio pela manh�. A maior parte sai do Recife at� o litoral sul pernambucano. A comunica��o � feita, principalmente, pela internet, em grupos de mensagens instant�neas. "Durante a experi�ncia, voc� sente dois sentimentos opostos. Fica triste por ver aquilo acontecendo com as praias que frequenta. Mas tamb�m � bom ver que as pessoas est�o se engajando por um bem comum, que � limpar e tentar deixar o m�nimo de estrago poss�vel", diz o estudante Yan Lopes, outro volunt�rio.
Os grupos t�m recebido orienta��o da organiza��o X� Pl�stico de se protegerem totalmente com luvas e botas e evitar ao m�ximo entrar em contato com o �leo. Al�m da X� Pl�stico, organiza��es como PE Lixo, Recife sem Lixo e Salve Maraca�pe recrutam volunt�rios.
A recomenda��o dos �rg�os p�blicos � para uso de luva e bota de borracha, al�m de m�scara e cal�a comprida. Apesar disso, muitos trabalham sem a seguran�a necess�ria. "Tem gente que se melou toda de �leo", conta a estudante de Educa��o F�sica Louise Foster, que faz limpeza volunt�ria na Praia de Itapuama, no Cabo de Santo Agostinho. J� o secret�rio de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco, Jos� Bertotti, afirma que o tamanho do desastre dificulta a distribui��o de kits de prote��o a todos. "A gente conseguiu material de doa��o de empresas e a Defesa Civil fez distribui��o."
Riscos
Especialistas afirmam que o �leo pode desencadear doen�as respirat�rias e da pele, mas seria necess�ria exposi��o prolongada para levar a problemas mais graves. "Petr�leos que possuem mais benzeno em sua composi��o podem, em casos mais graves, provocar altera��es neurol�gicas e at� leucemia", diz o m�dico toxicologista Anthony Wong, diretor do Centro de Assist�ncia Toxicol�gica da Universidade de S�o Paulo (USP).
A inala��o dos gases liberados com a vaporiza��o do petr�leo pode levar a doen�as respirat�rias, como bronquite e asma. � recomend�vel que banhistas se mantenham longe do mar e, em caso de contato, lavem imediatamente com �gua e sab�o.