
Desde �s 2h30 da madrugada at� a manh� desta ter�a-feira, 1,5 tonelada de �leo foi retirada pelas equipes das Secretarias Municipais de Desenvolvimento Sustent�vel e Especial de Morro. Volunt�rios e homens da empresa respons�vel pela limpeza p�blica da regi�o tamb�m auxiliaram na opera��o de retirada do res�duo.
A quantidade foi a maior registrada at� o momento em praias na regi�o sul da Bahia. No �ltimo fim de semana, manchas foram encontradas em Ilh�us e Itacar�, mas em menor por��o.

Segundo a secret�ria de Desenvolvimento Sustent�vel de Cairu, Fabiana Pacheco, a situa��o est� controlada. O material foi reunido e aguarda a retirada da ilha pelos �rg�os respons�veis: Defesa Civil, Marinha do Brasil e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renov�veis (Ibama). Uma reuni�o realizada nesta manh�, com equipes da pasta, vai definir o plano de a��o que ser� adotado diante da chegada do poluente.
Segundo o superintendente do Ibama na Bahia, Rodrigo Alves, equipes do �rg�o e da Marinha j� estavam monitorando a regi�o, diante da possibilidade de avan�o do �leo para o sul baiano. Isso possibilitou que a a��o de resposta � chegada do poluente fosse mais r�pida. Equipes que atuam no Litoral Norte foram deslocadas para a regi�o ainda pela manh�.
Plano de Emerg�ncia Individual
Ainda de acordo com o superintendente, o Ibama vai oficiar a Petrobras para que empregue o Plano de Emerg�ncia Individual (PEI), desenvolvido para a plataforma de Manati, que fica na bacia de Camamu. O planejamento � acionado quando h� incidentes de polui��o por �leo. Mesmo que o poluente encontrado n�o seja da petroleira, o objetivo � de que a expertise da estatal seja usada para minimizar os impactos em Morro. "A Petrobr�s pode disponibilizar monitoramento e equipamentos da plataforma nesta opera��o", explica Rodrigo.
A preocupa��o agora � que o vazamento avance para a Ba�a de Camamu. Terceira maior do Brasil e segunda maior da Bahia, a ba�a � considerada bem preservada e ambientalmente sens�vel, j� que � irrigada por rios pequenos com muitos manguezais, nascedouros e ber��rios de v�rias esp�cies marinhas. A �rea polu�da nesta madrugada tamb�m abriga a �rea de Prote��o Ambiental (APA) das Ilhas de Tinhar� e Boipeba.
Com uma popula��o de cerca de 100 mil habitantes, Morro � o terceiro destino tur�stico mais visitado da Bahia, perdendo apenas para Salvador e Porto Seguro, no extremo sul do estado. Cerca de 400 mil turistas que passam pelo local por ano, atra�dos pelas belas praias.
A��es
A prefeitura de Cairu afirmou que o monitoramento das praias do arquip�lago e ado��o das estrat�gias do Plano de Emerg�ncia Ambiental foram adotados desde os primeiros sinais de impacto do vazamento de �leo na Bahia. "Todos os materiais necess�rios para prote��o e limpeza tamb�m foram adquiridos antecipadamente", informou em nota.
O munic�pio aguarda nesta ter�a as equipes do Grupo de Avalia��o e Acompanhamento (GAA), formado por Marinha do Brasil, Ibama, Inema (�rg�o estadual) e Ag�ncia Nacional de Petr�leo (ANP) para mensurar os danos causados. O monitoramento de outras praias prossegue. A prefeitura afirmou tamb�m que continuar� com uma opera��o de pente-fino, que ser� realizada por equipes da gest�o municipal em todas as localidades do munic�pio para assegurar que n�o h� vest�gios de �leo.
Rodrigo Alves ressaltou que as praias do Nordeste est�o recebendo quantidade cada vez menor de �leo nos �ltimos dias. A situa��o � mais cr�tica em Pernambuco e Alagoas. De acordo com balan�o feito na segunda � noite, 21, pelo Ibama, 75 praias da regi�o est�o limpas e n�o voltaram a registrar vest�gios do poluente.
Apesar desta tend�ncia, a praia de Carneiros, um dos maiores destinos tur�sticos pernambucanos, amanheceu coberta de �leo na sexta, 18. Um dia antes, o material poluiu a praia e a �rea de prote��o ambiental de Maragogi, no litoral norte de Alagoas.
Na Bahia, o �leo atingiu esta semana 11 praias de Salvador, incluindo pontos tur�sticos como o Farol da Barra. At� as 18h de sexta-feira, 90 toneladas de �leo tinham sido recolhidas na capital, de acordo com a prefeitura.
O superintendente do Ibama destacou a preocupa��o do governo federal com a atividade tur�stica no Nordeste e refor�ou que as pessoas n�o devem ter receio de visitar as praias da regi�o. "As pessoas est�o muito impressionadas com as imagens de grande quantidade de �leo em alguns locais, mas n�o � todo o Nordeste que est� assim. � importante frisar isso", ressaltou.
Susto em Vera Cruz
A morte de 12 tartarugas marinhas desde 11 de outubro deixou em alerta o governo de Vera Cruz, regi�o metropolitana de Salvador. O fato de praias do munic�pio terem sido atingidas por manchas de �leo levantou a possibilidade dos animais terem sido intoxicados pelo material.
Uma an�lise feita pelo Projeto Tamar, que atua na preserva��o de esp�cies de tartarugas-marinhas em extin��o, apontou, no entanto, que a matan�a foi provocada pela atividade pesqueira. Diretora de Fiscaliza��o de Meio Ambiente de Vera Cruz, Priscilla Velloso informou que nenhum dos animais foi encontrado com manchas de �leo. A orienta��o dada pela prefeitura � de que, caso alguma esp�cie seja vista com marcas do poluente, o animal seja encaminhado para an�lise do Ibama.
Al�m de Morro de S�o Paulo, o �leo tamb�m atingiu outras duas praias do munic�pio de Cairu, que � um arquip�lago formado por 26 ilhas.
Petr�leo Cru
O petr�leo cru no litoral do Nordeste vai continuar sendo problema por um bom tempo. Por mais que exista o monitoramento constante por parte da Marinha do Brasil, o trabalho fica mais dif�cil de ser feito quando se admite a possibilidade de existir placas com o material submersas. Na Praia do Paiva, que fica no Cabo de Santo Agostinho, Regi�o Metropolitana do Recife, Pernambuco volunt�rios que participaram do mutir�o de limpeza tomaram um susto quando encerraram os trabalhos. Ao entrarem na �gua para se banhar, pisaram em �leo submerso, que n�o tinha sido detectado at� ent�o.
Caso algu�m sinta ou detecte petr�leo submerso no mar, deve informar � Marinha no telefone 185.