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Estado de Minas GERAL

�leo afeta mercado de pescado e estudo da UFBA alerta sobre contamina��o


postado em 24/10/2019 12:00

As manchas de �leo que atingem o Nordeste j� prejudicam o mercado de pescado. Os poluentes dificultam a a��o dos pescadores e pesquisas j� orientam que se evite comer produtos das regi�es afetadas. O Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) realizou uma pesquisa com 50 animais marinhos e detectou metais pesados em todos eles. No organismo humano, essas subst�ncias podem causar n�useas, v�mito, enjoo, problemas respirat�rios e arritmia card�aca, entre outras consequ�ncias nocivas.

O professor Francisco Kelmo, da UFBA, explica que, assim que o �leo chega � costa, o material se deposita em rochas, areias e manguezais, que s�o onde mariscos, caranguejos, ostras e siris se alimentam. Quando esses animais filtram a �gua do mar, o petr�leo entra no sistema respirat�rio. Em alguns casos, morrem por asfixia; em outros, o metal pesado se deposita no tecido. "Pela cadeia alimentar, esses metais pesados s�o transferidos para n�s, o que � algo extremamente perigoso." Como metais pesados n�o s�o excretados pelo ser humano, esses res�duos ficariam dentro do corpo pelo restante da vida.

Para ele, o cen�rio de contamina��o de animais e da costa pode levar ao menos dez anos para ser revertido, "isso se todas as manchas forem retiradas", at� as que ficam por baixo da superf�cie. Um estudo detalhado ser� lan�ado nesta sexta-feira.

J� para Magno Botelho, bi�logo e especialista em meio ambiente da Universidade Presbiteriana Mackenzie, haver� "contamina��o a longo prazo". "Mas saber a quantidade de �leo vazado � fundamental para que possa ser feito um progn�stico mais apurado."

Mercado

As manchas de �leo que atingem as praias t�m afetado a produ��o e a venda de pescadores e marisqueiros da Bahia h� duas semanas. Consumidores est�o receosos em comprar frutos do mar. � o caso da estudante de Engenharia Estefane Caetano, de 25 anos. M�e de um beb� de 5 meses, conta que est� com medo de ingerir camar�es. "Eu sempre comia peixe, porque moro perto da praia, mas vou passar um bom tempo sem comprar, especialmente porque tenho um beb� e tenho medo de que alguma coisa passe para o meu leite."

O estudante de Direito Gabriel Martins, de 18 anos, tamb�m afirma que vai passar um tempo sem comer peixe. Ele tomou a decis�o depois de ir � Praia de Vilas do Atl�ntico, em Lauro de Freitas (BA). "A �gua foi afetada e tenho certeza de que vai passar para os peixes."

Enquanto isso, os pescadores estocam ou jogam fora peixes, mariscos e camar�es. Alguns viram a renda m�dia mensal, de R$ 1 mil, cair mais de 80%. Na cidade do Conde, no interior da Bahia, por exemplo, cerca de 2 toneladas de peixes est�o em freezers.

"A gente at� tem peixe, mas ningu�m quer comprar", diz o presidente de um grupo de pescadores, Givaldo Batista Santos. Frutos do mar s�o uma das maiores fontes de renda da cidade: cerca de 2 mil pessoas vivem exclusivamente disso.

De acordo com a Bahia Pesca, estatal do governo baiano respons�vel por fiscalizar e fomentar o trabalho de pescadores, 16 mil trabalhadores foram afetados. Na col�nia de Itapu�, em Salvador, s�o 400 quilos guardados em freezers. "Todo mundo est� reclamando nas peixarias", diz o presidente do grupo, Arisvaldo Filho. "A gente n�o consegue vender porque a popula��o est� com medo de comer o peixe com petr�leo."

Na maior col�nia de pesca do Estado, que fica no Rio Vermelho, em Salvador, os 5 mil trabalhadores se viram obrigados a jogar no lixo toda a produ��o de um dia de trabalho: 250 quilos de peixe. O pescador e presidente da col�nia, Marcos Antonio Chaves Souza, diz que o movimento caiu porque o governo baiano os orientou a n�o comercializar os pescados. A Bahia Pesca n�o confirmou a informa��o; a orienta��o seria para "n�o pescar nas �reas atingidas".

Em Pernambuco, pescadores tamb�m temem o impacto do �leo. "Hoje � um sacrif�cio de horas para pegar peixe, que n�o est� conseguindo entrar na barra por causa do �leo", lamenta Valter Dionisio Santana J�nior, de 39 anos, de Jaboat�o dos Guararapes. "Ainda se pega uma quantidade, mas est� diminuindo cada vez mais." As manchas j� atingiram 233 localidades em todos os Estados do Nordeste, segundo o Ibama. Mais de mil toneladas do poluente foram recolhidas. Com colabora��o de Gilberto Amendola. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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