O Minist�rio da Agricultura recuou e liberou a pesca de camar�o e lagosta no Nordeste a partir de 1.� de novembro, um dia ap�s anunciar o veto � atividade. O motivo da proibi��o era o vazamento de �leo no litoral, que j� foi identificado em 283 pontos em nove Estados, segundo o Ibama, �rg�o do Minist�rio do Meio Ambiente. O governo federal n�o apresentou os estudos t�cnicos que motivaram a nova decis�o. Cientistas t�m alertado para riscos de contamina��o em peixes e frutos do mar e um estudo da Universidade Federal da Bahia (UFBA) j� apontou resqu�cios do poluentes nesses animais.
Em nota, a ministra Tereza Cristina informou que a instru��o normativa publicada esta semana, que antecipava para 1.� de novembro o per�odo de defeso de camar�o e lagosta, ser� cancelada. "O Minist�rio fez isso pelo princ�pio da precau��o. Como n�s n�o sab�amos como era essa mancha, enquanto isso estava sendo analisado, suspendemos a pesca em v�rios Estados brasileiros onde esse petr�leo chegou", disse. "A gente j� tem dados mostrando que n�o � necess�rio. A lagosta est� sendo examinada, o Minist�rio da Agricultura est� fazendo uma s�rie de testes, n�o h� nada que justifique acabar com a pesca agora."
Apesar de a pesca estar liberada, o governo vai manter o pagamento de um sal�rio m�nimo para os pescadores em novembro, como j� havia anunciado. Um total de 60 mil dos mais 470 mil pescadores cadastrados do Nordeste receber�o aux�lio. O defeso originalmente � acionado para assegurar a reprodu��o.
A Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) informou na ter�a-feira, 29, que s� quando os exames laboratoriais conduzidos pelo Minist�rio da Agricultura tiverem resultados ser� poss�vel avaliar o risco e a seguran�a para o consumo desses produtos.
Estudos
Pesquisa do Instituto de Biologia da UFBA, divulgada na semana passada, detectou resqu�cios de �leo em 38 animais marinhos de v�rias esp�cies. Os cientistas acharam metais pesados nas amostras, o que pode causar problemas de sa�de em humanos.
O �leo se deposita em rochas, areias e manguezais, que s�o onde mariscos, caranguejos, ostras e siris se alimentam. Quando esses animais filtram a �gua do mar, o petr�leo pode entrar no sistema respirat�rio. Segundo especialistas, a lagosta est� mais sujeita � contamina��o por ter "movimento restrito".
J� outra pesquisa divulgada essa semana, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), avaliou 25 peixes da esp�cie carapeba entre a Praia de Ipioca, em Macei�, e Paripueira, no litoral norte do Estado, e n�o achou vest�gios do poluente. Outros exames ainda ser�o feitos.
"Avaliamos em n�vel microsc�pico e macrosc�pico, mas faremos an�lises dos �rg�os para detec��o de metais e hidrocarbonetos", diz o especialista em toxicidade em peixes Emerson Carlos Soares, da Ufal. Tamb�m n�o foi identificada contamina��o em corais.
Outras institui��es, como a estatal Bahia Pesca e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte, tamb�m v�o fazer an�lises similares, mas ainda n�o h� resultados divulgados. Empresas do setor afirmam que os peixes e frutos do mar consumidos no Sudeste n�o s�o oriundos das �reas afetadas pelo �leo. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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