Ap�s constatar evolu��o em rachaduras em cinco blocos de um conjunto residencial no Pinheiro, um dos quatro bairros de Macei� que apresenta fissuras e afundamento desde o ano passado, a Defesa Civil da capital alagoana analisa a possibilidade de demoli��o dos im�veis. O problema afeta mais de 40 mil pessoas.
"O engenheiro que avaliou as condi��es dos pr�dios n�o descartou a possibilidade de demoli��o. Mas foi informado que as medidas a serem adotadas ser�o discutidas pelo �rg�o municipal e demais �rg�os necess�rios para, ent�o, serem implantadas", informou a gest�o municipal, em nota.
Segundo a prefeitura, uma vistoria realizada pela Defesa Civil na manh� de ter�a-feira, 29, constatou evolu��o nas rachaduras em cinco blocos do Conjunto Jardim Ac�cia, que est�o isolados desde junho.
"A Defesa Civil de Macei� informa que h� avan�o nas fei��es (rachaduras) em alguns pontos dos bairros Pinheiro, Mutange e Bebedouro, uma vez que o solo continua em movimento", complementa a nota.
Presidente do SOS Pinheiro, associa��o que re�ne moradores afetados pelo problema, o administrador de empresas Geraldo Vasconcelos, de 55 anos, diz que o conjunto foi um dos primeiros a apresentar as rachaduras e que os cinco blocos j� foram evacuados.
"A ideia de demoli��o � muito incipiente, � a primeira vez que falam sobre isso. Tem um engenheiro ligado ao movimento que n�o identifica a necessidade de demoli��o", disse. "Poderia ser feito um processo de escoramento."
O conjunto, segundo ele, � formado por 24 pr�dios e tanto quem j� deixou o bairro quanto quem continua morando no local est� abalado com a situa��o.
"O fator emocional � sempre muito forte. As pessoas t�m suas ra�zes sociais no bairro e h� muita expectativa sobre o que vai acontecer, mas est� tudo parado", afirmou Vasconcelos. "N�o sabemos como ser�o as a��es."
Rachaduras
Em fevereiro de 2018, ap�s fortes chuvas, rachaduras come�aram a aparecer em dezenas de im�veis do bairro do Pinheiro. Em 3 de mar�o, foi registrado abalo s�smico no local. Em maio deste ano, o Servi�o Geol�gico do Brasil (CPRM) divulgou relat�rio informando que a extra��o de sal-gema - mat�ria-prima usada na fabrica��o de soda c�ustica e PVC - feita pela Braskem foi a principal causa para o surgimento de rachaduras n�o s� no Pinheiro, mas em outros dois bairros: Bebedouro e Mutange.
Em nota, de julho de 2019, a Braskem informou que o documento elaborado pelo CPRM apresenta "inconsist�ncias t�cnicas relevantes e a falta de uma solu��o definitiva que garanta a seguran�a aos moradores dos bairros afetados".
Em setembro, tamb�m em nota, a empresa disse que "institui��es de estudo geol�gico e especialistas do Brasil e do exterior" apontam "inconsist�ncias de metodologias usadas na elabora��o do Relat�rio S�ntese da CPRM".
J� nesta quarta-feira, 30, a Braskem informou seguir "empenhada em contribuir com as autoridades na identifica��o das causas e das solu��es e tem cooperado com a ado��o das medidas emergenciais necess�rias definidas em Termo de Coopera��o com os Minist�rios P�blicos Estadual e Federal, Munic�pio de Macei� e CREA-AL (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura)".
A empresa ainda disse reafirmar "seu comprometimento e sua atua��o respons�vel com as pessoas de Alagoas, onde atua h� mais de 40 anos".
Aux�lio-moradia
Atualmente, segundo a gest�o municipal, 2.108 fam�lias afetadas pelo problema recebem aux�lio-moradia. Moradores do Mutange, bairro que apresenta a situa��o mais grave, devem ser realocados para unidades habitacionais do Minha Casa Minha Vida assim que a transfer�ncia for autorizada pelo governo federal.
Em setembro, a prefeitura de Macei� incluiu o bairro do Bom Parto no decreto de calamidade p�blica declarado ap�s registros de rachaduras e afundamentoS. Segundo moradores, ao menos 300 im�veis apresentavam o problema.
GERAL