A explos�o da plataforma petrol�fera Deepwater Horizon no Golfo do M�xico, em abril de 2010, criou o que ficou conhecido como o maior acidente ambiental da hist�ria americana. Quase 10 anos depois, os efeitos do derramamento de mais de 3 milh�es de barris de petr�leo, em um vazamento que levou cerca de 90 dias para ser estancado, ainda s�o discutidos pela comunidade cient�fica. E o Brasil vive hoje sua maior trag�dia no mar com �leo, com suspeitas sobre um petroleiro.
Segundo a Administra��o Oce�nica e Atmosf�rica Nacional dos Estados Unidos, o acidente na plataforma, que levou � responsabiliza��o da British Petroleum (BP), causou efeitos na costa dos Estados de Louisiana, Mississippi, Texas, Alabama e Fl�rida. Christopher Reddy, qu�mico e cientista marinho no Woods Hole Oceanographic Institution, nos EUA, tem parte da carreira dedicada �s pesquisas sobre o vazamento no Golfo do M�xico, com trabalho inclusive in loco, em 2010. Ele alerta que � preciso tomar cuidado com compara��es. "Parece ilustrativo, �s vezes, mas pode levar a uma confus�o. Normalmente h� diferen�as no tipo de �leo, quanto vazou e como s�o as �reas afetadas", afirma.
Segundo ele, a estrat�gia inicial, contudo, � a mesma e tem como primeiro passo identificar e ter certeza de que o vazamento foi interrompido, para n�o piorar a situa��o. Reddy tem acompanhado as not�cias sobre o Brasil e lamenta a falta de prote��o adequada ao ver as fotos da popula��o no Nordeste do Pa�s tentando limpar �reas com as pr�prias m�os. "Outra quest�o � que, por mais bem intencionadas que as pessoas estejam, podem estar criando problemas. Ao passar por uma �rea com os p�s, � poss�vel espalhar por um rastro o �leo", afirmou.
Diferen�as
O tipo de �leo encontrado no Brasil � diferente do identificado depois do vazamento de 2010 no Golfo do M�xico. "No Brasil, o �leo � pegajoso, o que pode ser bom, porque facilita o manuseio. O comportamento do �leo no Golfo do M�xico, por sua vez, era muito diferente, e hoje a regi�o est� em uma situa��o bastante saud�vel", afirma Reddy. "� preciso ter um senso de estrat�gia. Identificar as �reas que precisam ser limpas de forma mais r�pida e agir de forma sistem�tica. � como a triagem de um pronto-socorro, que identifica quem precisa de tratamento urgente", afirmou.
No caso do vazamento de 2010, conta o cientista, houve tamb�m um trabalho de conscientizar a popula��o sobre a recupera��o da �rea - e mostrar, por exemplo, que as pesquisas indicavam que os peixes n�o estariam contaminados. Ao Estado, Reddy destacou o quanto � necess�rio deixar a ci�ncia de forma acess�vel � sociedade e evitar os alarmismos.
Nem toda avalia��o sobre a situa��o dos ecossistemas atingidos pelo vazamento � como a de Reddy. Os efeitos agudos, segundo especialistas, se dissiparam, mas ainda h� n�vel de contamina��o em sedimentos mais profundos do mar, que afetam os microbiomas. Um estudo de 2018 feito por pesquisadora da Universidade do Sul do Mississippi e publicado pelo The Guardian apurou que restos de petr�leo reduziram a biodiversidade nos arredores do vazamento.
No Golfo do M�xico, foram usados dispersantes qu�micos para ajudar no processo de limpeza. � uma op��o considerada controversa pelos efeitos na vida marinha e tamb�m na sa�de de trabalhadores expostos aos qu�micos.
Deputados democratas do Comit� de Energia da C�mara pediram, neste ano, um posicionamento do governo americano sobre as pol�ticas de preven��o a acidentes como o que atingiu o Golfo do M�xico. Um dos pontos questionados pelos congressistas � o efeito do uso dos dispersantes qu�micos na sa�de humana e no ecossistema. Desde a explos�o, o tema � pauta de pesquisas cient�ficas nos Estados Unidos. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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GERAL
Megavazamento nos EUA, em 2010, ainda continua sob an�lise
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