
Mais de dois meses ap�s as primeiras manchas de �leo terem sido encontradas nas praias do Nordeste, ainda s�o muitas as d�vidas em rela��o ao vazamento que amea�a os ecossistemas litor�neos da regi�o. N�o � a primeira vez que o Brasil se depara com uma situa��o desse tipo, mas uma coisa � certa: o pa�s nunca esteve diante de um desastre como o atual.
At� hoje, o acidente na refinaria Presidente Get�lio Vargas (Repar), no Paran�, em 2000, � considerado o maior vazamento de petr�leo em territ�rio brasileiro. Foram despejados em solo cerca de 4 milh�es de litros. O acidente aconteceu quando o �leo cru era transferido do terminal mar�timo da Petrobras em S�o Francisco do Sul (SC) para a Repar. Os danos foram gigantescos. A superf�cie contaminada foi de 17,70 hectares. E dois rios — o Barigui e o Igua�u —, al�m de len��is fre�ticos foram afetados.
Por�m, o derramamento na costa nordestina preocupa mais porque ocorre em um sistema mais aberto e n�o se sabe de onde partiu o �leo. "A gente j� teve alguns derramamentos de �leo, mas nenhum caso semelhante a esse do Nordeste. Em termos de quantidade, o vazamento da Repar foi maior, mas ocorreu em terra, situa��o que � mais facilmente controlada. O caso atual atinge uma �rea muito mais delicada. Al�m da costa, t�m os manguezais, que s�o ambientes sens�veis", explica a coordenadora do Laborat�rio de Monitoramento Ambiental da Pontif�cia Universidade Cat�lica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Clarissa Melo.
O professor Renato Eug�nio de Lima, diretor do Centro de Apoio Cient�fico em Desastres da Universidade Federal do Paran�, concorda com a avalia��o de Melo. "Acidentes com dispers�o de �leo em sistemas abertos s�o de enfrentamento dif�cil. Vazamentos em uma ba�a, em um navio identificado ou mesmo em uma plataforma j� s�o desafios imensos. A situa��o de agora, pelas informa��es preliminares, tem caracter�sticas ainda mais desafiadoras", opina.
Ba�a de Guanabara
Quando se fala de vazamento de petr�leo no mar, o mais expressivo no Brasil ocorreu na Ba�a de Guanabara, no Rio de Janeiro, tamb�m em 2000. Na ocasi�o, um duto da Petrobras que ligava a Refinaria Duque de Caxias (Reduc) ao terminal Ilha d’�gua, na Ilha do Governador, se rompeu. O vazamento foi de aproximadamente 1,3 milh�o de litros de �leo combust�vel.
Ba�a de Guanabara
Quando se fala de vazamento de petr�leo no mar, o mais expressivo no Brasil ocorreu na Ba�a de Guanabara, no Rio de Janeiro, tamb�m em 2000. Na ocasi�o, um duto da Petrobras que ligava a Refinaria Duque de Caxias (Reduc) ao terminal Ilha d’�gua, na Ilha do Governador, se rompeu. O vazamento foi de aproximadamente 1,3 milh�o de litros de �leo combust�vel.
“Apesar de ser um volume menos expressivo, ele foi muito pior, por ter atingido uma �rea muito sens�vel”, afirma Clarissa Melo. "A partir de ent�o, a legisla��o se tornou mais rigorosa, expressando uma maior preocupa��o e prevendo san��es para os danos ambientais provocados por desastres desse tipo", observa.
O acidente do Rio causou graves impactos socioambientais e provocou a redu��o de 90% da pesca na regi�o. A Petrobras destinou R$ 15 milh�es para projetos de revitaliza��o ambiental e assinou um conv�nio de mais R$ 40 milh�es. Em 2011, a mesma regi�o sofreu novamente com novo vazamento. Dessa vez, foram 500 mil litros de �leo.
De acordo com o professor Renato Lima, o Brasil tem duras li��es a tirar do desastre atual. “Devemos utilizar toda nossa capacidade para enfrentar o problema neste momento, mas temos tamb�m a obriga��o de aprender as li��es que vierem dessa experi�ncia”, destaca. Para isso, ele ressalta a import�ncia da pesquisa. “Investimentos em conhecimento cient�fico para preven��o e prepara��o para resposta s�o sempre menores que os custos de qualquer desastre.”