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Estado de Minas GERAL

Plano de Enem digital faz MEC correr para aumentar estoque de quest�es


postado em 09/11/2019 12:00

A vers�o digital do Exame Nacional do Ensino M�dio (Enem), prometida pelo Minist�rio da Educa��o (MEC) para come�ar a ser aplicada em 2020, ainda esbarra no aumento do banco dispon�vel de quest�es e na falta de estudos que comprovem que esse formato tem o mesmo n�vel de dificuldade do atual, com a prova em papel. O minist�rio afirma ter acelerado o processo para criar novas perguntas para o teste. Apresentado em julho, o Enem Digital ser� aplicado no ano que vem para 50 mil candidatos.

Ap�s cr�ticas do presidente Jair Bolsonaro a edi��es do exame em outros anos, mudan�as na estrutura da prova t�m criado expectativas em professores e candidatos. Ontem, Bolsonaro disse que � importante que o teste reconhe�a a "fam�lia" e o valor do "Estado brasileiro".

No �ltimo s�bado, v�spera do 1.� dia do Enem, o ministro da Educa��o, Abraham Weintraub, destacou o novo projeto como uma "a��o inovadora do governo" e uma "modernidade que trar� mais conforto". O plano � aumentar gradativamente o n�mero de candidatos com prova online at� 2026, quando a vers�o em papel ser� extinta. Com a mudan�a gradual, o MEC ter� de produzir uma prova a mais por ano. Hoje, j� s�o elaboradas duas vers�es a cada edi��o - a regular e a de presos.

� sigiloso o tamanho do Banco Nacional de Itens (BNI), que guarda todas as perguntas que podem cair no Enem. H� anos, especialistas, t�cnicos e ex-presidentes do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), �rg�o do MEC respons�vel pela prova, alertam para a necessidade de crescer o banco. Mas elaborar itens � caro e demorado, por seguir rigoroso processo para garantir qualidade e sigilo. O custo estimado da produ��o de cada item � de R$ 2 mil a R$ 4 mil.

"A gente est� em processo de aumento exponencial do banco. Temos uma equipe se dedicando bastante para essa produ��o exponencial, trabalhando at� mais tarde e aos finais de semana", disse o presidente do Inep, Alexandre Lopes. Ainda segundo ele, n�o houve refor�o na equipe de elaboradores de itens, mas intensifica��o do trabalho do grupo atual.

Para especialistas, pedir para que elaboradores acelerem a produ��o pode causar preju�zo. "Cada item passa por processo rigoroso antes de ser aprovado para o banco. Com press�o, a probabilidade de reprovar na revis�o ou pr�-teste � maior", diz Ocimar Alavarse, da Faculdade de Educa��o da Universidade de S�o Paulo (USP). Todo item � avaliado por tr�s revisores e passa por pr�-teste com alunos de ensino m�dio de redes p�blicas e privadas. Al�m de o item ter de cobrir a matriz curricular exigida, � preciso que tenha diferentes n�veis de dificuldade. "� um processo humano, que exige criatividade de quem elabora. N�o � como aumentar escala de produ��o em f�brica", diz Alavarse.

Em nota, o Inep informou manter o mesmo protocolo para criar itens, com a mesma metodologia e com base na matriz de refer�ncia do Enem. Disse ainda prever abrir ainda este ano chamada p�blica para que professores de ensino m�dio e superior participem da elabora��o e revis�o de itens - a �ltima chamada p�blica foi em 2016 e os contratos, com institui��es que cederam funcion�rios para a fun��o, acabam em 2020.

Desafio

Uma das principais preocupa��es de t�cnicos do Inep � com a falta de estudo comprovando que a vers�o digital tem n�vel de dificuldade igual ao da prova impressa. Eles temem que �rg�os de controle, como o Minist�rio P�blico, questionem a validade da prova sem a comprova��o. Especialistas dizem ser preciso testar se o aluno gastar� mais ou menos tempo para fazer a prova e se � poss�vel ter a mesma estrat�gia de elabora��o. "O aluno consegue ter vis�o geral das 90 quest�es em poucos segundos porque folheia rapidamente a prova. Conseguir� isso com a mesma rapidez?", indaga Alavarse.

Para Ernesto Faria, do Interdisciplinaridade e Evid�ncias no Debate Educacional (Iede), estudos com avalia��es estrangeiras, como o Pisa, mostram que a plataforma influencia. "Muda a forma de responder, de pensar na elabora��o. N�o que seja positivo ou negativo, mas � preciso medir o impacto." Questionado sobre os estudos, o Inep disse ter feito "diversas reuni�es" com equipe t�cnica "de mais de 20 especialistas" para analisar a proposta. Mas, ao responder a questionamento do Estado, via Lei de Acesso � Informa��o, disse estar finalizando "estudos nesse sentido". As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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