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Estado de Minas GERAL

Estudo mapeia bioma e o que existe no ar que respiramos


postado em 19/11/2019 13:38

O que existe no ar que respiramos? A verdade � que h� at� bem pouco tempo, ningu�m sabia. Embora os microorganismos presentes no solo e nos oceanos estejam bem mapeados, o bioma do ar nunca tinha sido estudado em larga escala. Agora, pela primeira vez, cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade Tecnol�gica de Nanyang, em Cingapura, conseguiram fazer esse levantamento. E a resposta � inquietante: s�o mais de mil esp�cies de micr�bios diferentes, muitas delas totalmente desconhecidas.

Segundo os pesquisadores, esse detalhamento in�dito pode ajudar a criar ambientes com determinadas caracter�sticas, como o de hospitais por exemplo. Conhecendo os microorganismos presentes no ar tamb�m ser� poss�vel estimar os efeitos do aquecimento global sobre esse bioma. O trabalho foi publicado no m�s passado na Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

"A gente se preocupa muito com a �gua que bebe e muito pouco com o ar que respira", alertou Ana Carolina Junqueira, professora do Departamento de Gen�tica do Instituto de Biologia da UFRJ, uma das autoras do estudo.

Estudar o ecossistema do ar sempre foi um desafio para os cientistas por conta das baixas quantidades de material gen�tico - o que dificulta a aquisi��o de DNA em quantidades suficientes para serem testadas. Por isso, o microbioma da atmosfera era o menos estudado em escala global, sobretudo quando comparado � hidrosfera e � litosfera.

O mapeamento foi poss�vel agora por conta da descoberta de um novo m�todo de coleta do ar e an�lise gen�tica em amostras m�nimas, at� 50 vezes menores que um fio de cabelo. Os poucos estudos dispon�veis at� hoje tinham sido feitos em pa�ses de clima temperado. O novo levantamento foi realizado em Cingapura, um pa�s de clima tropical como o Brasil.

Os pesquisadores conclu�ram que existem mais de mil esp�cies de micr�bios no ar e, ainda, que essa diversidade responde a padr�es espec�ficos nos tr�picos: o ar diurno � dominado por bact�rias, enquanto o noturno � predominantemente constitu�do por fungos.

"Grande parte da popula��o � al�rgica", lembra Ana Carolina. "Com essas informa��es, podemos determinar padr�es de incid�ncia de alergias em diferentes regi�es, por exemplo. Tamb�m podemos orientar para que deixem a janela aberta � noite ou de dia, dependendo da alergia. Usar filtros de ar para n�o permitir a prolifera��o de determinados fungos."

O novo estudo revela que o ar tropical apresenta uma complexidade microbiana semelhante � dos oceanos, solos e trato gastrointestinal humano - para citar os tr�s microbiomas mais bem estudados at� hoje. Fatores ambientais como a temperatura, umidade, irradia��o solar e n�veis de di�xido influenciam a composi��o e abund�ncia das comunidades microbianas.

Por isso, o trabalho tamb�m � importante para o entendimento de processos relacionados �s mudan�as clim�ticas globais e � qualidade do ar.

"Estes resultados indicam que subestimamos a diversidade de microrganismos presentes na atmosfera e que mudan�as clim�ticas podem alterar a composi��o do microbioma do ar", sustenta Ana Junqueira.


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