O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou nesta quarta-feira, 20, que o Brasil usar� a Confer�ncia do Clima deste ano (COP-25), em Madrid, para buscar recursos estrangeiros para a �rea ambiental "que foram prometidos e at� agora n�o recebemos". A declara��o ocorre durante uma reuni�o com governadores da Amaz�nia Legal, que teriam concordado com a estrat�gia de reivindicar aportes de outros pa�ses.
"N�s n�o concordamos que o Brasil n�o est� indo bem nas suas metas, ao contr�rio. O Brasil est� indo bem, j� avan�ou muito na redu��o do desmatamento", disse Salles. "O que n�o est� indo bem � receber os recursos que nos foram prometidos l� de fora e s�o essenciais aos governos estaduais que aqui est�o e aos brasileiros em geral", afirmou.
Um dos assuntos que deve ser discutido na COP � a distribui��o de um fundo de US$ 100 bilh�es por ano, a partir de 2020, para custear iniciativas de pa�ses emergentes para combate �s mudan�as clim�ticas. "Se o Brasil presta servi�os ambientais ao clima e ao planeta, se a Amaz�nia tem �ndice de conserva��o consider�vel, o outro componente do acordo, a contrapresta��o financeira, precisa se concretizar", disse Salles.
A reuni�o ocorre horas ap�s o presidente Jair Bolsonaro declarar que queimadas e desmatamento n�o devem acabar nas florestas brasileiras, pois s�o um problema "cultural". Ele evitou responder sobre o aumento do desmate na Amaz�nia.
Ap�s a reuni�o, Salles n�o respondeu qual � a meta do governo brasileiro para redu��o do desmatamento na regi�o da Amaz�nia. "Mais importante do que estabelecer metas num�ricas � estabelecer uma estrat�gia, que � o alinhamento do governo federal com os Estados", afirmou Salles.
A declara��o ocorre dois dias ap�s dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostrarem que o desmatamento na regi�o alcan�ou a maior taxa dos �ltimos dez anos. Houve aumento de 29,5% no per�odo entre 1� de agosto do ano passado e 31 de julho deste ano, na compara��o com os 12 meses anteriores.
Segundo o ministro, o grande fator para o desmatamento na Amaz�nia � a aus�ncia de "dinamismo econ�mico" da regi�o. "Nossa expectativa � reduzir o desmatamento ilegal da Amaz�nia j� para o pr�ximo PRODES (projeto que monitora o desmate), do pr�ximo ano. E do ponto de vista de tend�ncia, eliminar o desmatamento ilegal", declarou o ministro.
Fundo Amaz�nia
O presidente Jair Bolsonaro criticou neste ano o uso de recursos estrangeiros em a��es para a floresta, como do Fundo Amaz�nia. Em transmiss�o nas redes sociais, no dia 29 de agosto, Bolsonaro disse que "alguns pa�ses estavam comprando o Brasil a presta��es". "J� gastaram mais de R$ 1 bilh�o. Pergunto: o que fizeram com esse dinheiro. Me aponte um hectare replantado, uma a��o positiva. Nada", afirmou � �poca. Na mesma transmiss�o, o presidente disse que "grande parte" destes recursos vai para ONGs, "para colocar no bolso".
O ministro Salles apresentou nesta quarta, 20, propostas do governo com slogan "ambientalismo de resultado: incluir para preservar". A agenda tem quatro principais pontos: regulariza��o fundi�ria; zoneamento econ�mico e ecol�gico; monetiza��o e bioeconomia.
Salles disse que tamb�m est� em discuss�o desonerar produtos oriundos da floresta. O ministro citou ainda possibilidade de transferir equipes do governo federal de ecoturismo para trabalhos em campo, nos Estados, para explorar potencialidades da floresta.
Fundo da Petrobras
Presente na reuni�o, o governador do Maranh�o, Fl�vio Dino (PCdoB), disse que os Estados da Amaz�nia Legal decidiram usar os R$ 430 milh�es reservados do fundo da Petrobras para a��es contra crimes ambientais e para regulariza��o fundi�ria.
O governador do Par�, Helder Barbalho (MDB), disse que haver� uma reuni�o mais tarde com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para esclarecer como este recurso ser� aplicado. A d�vida, disse Barbalho, � se o dinheiro ser� repassado direto a fundos estaduais ou se os governadores ter�o de acessar por meio de conv�nios com o governo federal.
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