Autoridades, organiza��es religiosas, institui��es de direitos humanos e famosos lamentaram a morte do rabino Henry Sobel, de 75 anos, nesta sexta-feira, 22. Ele se destacou como uma das principais lideran�as religiosas cr�ticas � ditadura militar, especialmente na d�cada de 70, quando defendeu que Vladimir Herzog fosse enterrado fora da ala dos suicidas, contrariando a vers�o oficial sobre a morte do jornalista.
Filho do jornalista, Ivo Herzog, divulgou nota em que chama o rabino de um dos "grandes her�is" nacionais. "Foi a 1� pessoa, representando uma institui��o, que denunciou o assassinato do meu pai, poucas horas depois do ocorrido. Junto com D. Paulo Evaristo Arns e James Wright, corajosamente, promoveu e esteve presente no ato ecum�nico em mem�ria de meu pai."
"Quebrando protocolos do juda�smo, enfrentando resist�ncia dentro da comunidade judaica, foi um dos protagonistas que abriram caminho para o fim da ditadura no Brasil. Se meu pai foi uma das v�timas daquele per�odo, Henry Sobel foi um dos grandes her�is. Registro aqui minha homenagem e saudades desta pessoa que faz parte da minha vida", escreveu Ivo Herzog.
Davi Alcolumbre (DEM), presidente do Senado, chamou Sobel de "um not�vel porta-voz de nossa comunidade judaica no Brasil" , que "estabeleceu uma ponte entre as religi�es crist�s e o juda�smo". "N�s, judeus, perdemos um grande l�der espiritual. Seremos eternamente gratos � dedica��o dele � nossa comunidade."
O governador de S�o Paulo, Jo�o Doria (PSDB), descreveu o l�der religioso como "um grande defensor dos direitos humanos". "� fam�lia, amigos e comunidade judaica, meus profundos sentimentos de pesar", publicou nas redes sociais.
Em nota, a Confedera��o Israelita do Brasil (Conib) reiterou que Sobel foi "um protagonista hist�rico na defesa dos direitos humanos no Brasil" e "uma das grandes lideran�as religiosas" do Pa�s. "Sobel estabeleceu di�logo e construiu pontes entre o juda�smo e as demais religi�es, participando de in�meros cultos e eventos ecum�nicos. Foi tamb�m representante da Conib para o di�logo inter-religioso. Sua atua��o ajudou a inserir a comunidade judaica em um outro patamar na vida nacional."
O Congresso Judaico Latino-Americano lembrou de Sobel como o algu�m sempre esteve "atuando na luta pelos direitos humanos, contra o antissemitismo, toda forma de discrimina��o e, sobretudo, a melhoria do mundo, vemos calar, hoje, essa voz firme que ecoava n�o apenas na comunidade judaica, mas na sociedade em geral".
A ex-ministra Marina Silva (Rede) ressaltou a atua��o do rabino durante a ditadura militar. "Pe�o a Deus que conforte os familiares e amigos do rabino em�rito Henry Sobel, que junto com Dom Paulo Evaristo Arns rejeitou a vers�o oficial sobre a morte do jornalista Vladimir Herzog durante a ditadura. Uma voz corajosa na defesa dos direitos humanos."
J� o PSOL divulgou uma nota lamentando a morte de Sobel, a quem chamou de algu�m 'imprescind�vel na luta pela democracia, se recusou a enterrar Vladimir Herzog como suicida e organizou o ato ecum�nico da Pra�a da S� em 1975, que iniciou a derrocada da ditadura militar"." Sobel, presente!", finalizou a postagem.
O apresentar Luciano Huck tamb�m se manifestou nas redes sociais: "Triste not�cia. O rabino Henry Sobel esteve presente em momentos importante da minha vida. Se foi uma voz firme e potente na defesa dos direitos humanos no Brasil. Um homem de di�logo, construtor de pontes religiosas e ideol�gicas."
O escritor Laurentino Gomes lembrou de uma experi�ncia que teve com o rabino. "Certa vez, e l� se v�o uns 25 anos, tive o privil�gio de me sentar ao lado do rabino Henry Sobel em uma viagem a Nova York a bordo da antiga Varig. Conversamos horas a fio. Foi dos encontros mais iluminados desta minha j� longa jornada. Sou grato pela vida dele. Sentirei saudades."
O ator Dan Stulbach tamb�m relatou momentos que teve com o rabino, a quem chamou de um homem "�nico". "Eu o imitava, todos o imitavam, e ele me dizia 'a c�pia � melhor que o original', e r�amos, com seu sotaque. 'tem raz�o, voc� me imita muito bem', eu respondia, com o mesmo sotaque. Era meu personagem preferido, e mais, eu o admirava", escreveu. "Um representante do di�logo, defensor da liberdade, um homem de grande intelig�ncia e generosidade, judeu do seu tempo."
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