Espiando por uma fenda da janela, Cl�udio Silva (nome fict�cio) diz ter visto todo o tumulto no baile funk. Frequentador de Parais�polis, ele relata que sacou o celular e come�ou a gravar a cena. Na rua, viam-se pessoas gritando e correndo desesperadas. As que ca�ram ficaram feridas ou morreram pisoteadas. Tamb�m via os PMs durante a a��o. Segundo Silva, a vers�o relatada pelos agentes � falsa. "Os policiais j� chegaram atirando", afirma.
Sob condi��o de anonimato, Silva diz ter sido respons�vel por gravar um v�deo de 25 segundos que viralizou pouco tempo depois da a��o da PM em Parais�polis. As imagens mostram um policial apontando uma arma longa e realizando disparos, enquanto um colega diz para as pessoas irem embora dali. A a��o se d� na Rua Ernest Renan, onde acontece o Baile Dz7, o pancad�o que era alvo da a��o.
O jornal O Estado de S. Paulo conversou com ele na tarde de segunda-feira, 2, e constatou que o local da entrevista era o mesmo de onde as imagens haviam sido feitas. No momento da grava��o, a rua surge esvaziada e alguns poucos correm, tentando escapar das agress�es dos policiais. No fim da grava��o, uma mulher anda por uma cal�ada e � atingida por um golpe de cassetete no bra�o, mesmo n�o tendo aparentado qualquer rea��o agressiva ao que acontecia. Ao contr�rio, ela parecia tentar fugir da confus�o formada.
De acordo com a vers�o oficial, duas pessoas em uma moto teriam atirado contra uma guarni��o da PM e depois tentado se esconder no baile funk. Os tiros teriam assustado os frequentadores que, na correria, acabaram caindo e sendo pisoteados.
Silva, no entanto, diz que n�o foi isso que aconteceu - os pr�prios PMs teriam cercado os frequentadores do baile e dado in�cio ao tumulto. "Ningu�m viu essa moto", afirma.
Outros moradores ouvidos tamb�m refutam a narrativa da PM - nas ruas de Parais�polis, a trag�dia era o assunto mais comentado nesta segunda. O com�rcio na Ernest Renan, entretanto, funcionou normalmente.
Ainda de acordo com os relatos, as v�timas ficaram empilhadas em duas vielas, localizadas uma perto da outra, e foram socorridas por viaturas. No boletim de ocorr�ncia, os PMs alegaram demora do Samu.
Um desses becos come�a com uma s�rie de degraus, onde as pessoas teriam trope�ado. Em alguns pontos das vielas, a passagem tem menos de 1 metro de largura. Tamb�m h� port�es instalados na �rea - como se o quadril�tero formasse uma esp�cie de condom�nio. "A gente fecha para que o pessoal do pancad�o n�o incomode", diz uma moradora.
Outro morador, que est� em Parais�polis h� 40 anos, diz ter testemunhado o epis�dio. "Eu ouvi a correria e as pessoas come�aram a for�ar para entrar na minha casa", conta. Na porta, h� marca de chutes e respingos de sangue. "Quando eu abri, havia um jovem agonizando bem na frente. Nunca tinha visto nada parecido antes."
No domingo, ap�s a trag�dia, o tenente-coronel Emerson Massera, porta-voz da PM, afirmou que todos os v�deos recebidos seriam analisados durante a investiga��o para saber se houve excesso por parte dos policiais. Segundo ele, ainda n�o seria poss�vel dizer se essas imagens eram verdadeiras. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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GERAL
Morador de Parais�polis mostra v�deo com confus�o e agress�es na rua
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