Na estreia do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, na Confer�ncia do Clima da ONU, em Madri, o Brasil foi "homenageado" com o F�ssil do Dia, pr�mio ir�nico concedido por ONGs para os pa�ses que est�o "fazendo o seu melhor para bloquear o progresso nas negocia��es" sobre o combate ao aquecimento global.
A "honraria", organizada diariamente pela Climate Action Network (CAN), rede que re�ne mais de 1.300 ONGs de 120 pa�ses, foi dividida entre Brasil, Austr�lia e Jap�o. O Pa�s foi inclu�do na ironia por causa da alta do desmatamento e das queimadas e tamb�m porque o governo, nas palavras da organiza��o, tem feito ONG de "bode expiat�rio" pela destrui��o da floresta.
"Imagine a seguinte cena: um homem com uma arma invade um banco. Apontando para o gerente, ele diz estar endividado e exige que seus limites de cr�dito sejam aumentados, porque costumava ser um bom pagador antes de ter essa conta. Essa cena est� acontecendo agora na COP-25. O gerente perplexo � a comunidade internacional. O agressor desesperado � o Brasil, que veio a Madri exigindo ser pago pela queima da floresta amaz�nica", diz a CAN em sua justificativa do dia.
"O Brasil, o ex-campe�o do clima que reduziu as emiss�es do desmatamento em 80% no passado. Brasil, de samba, caipirinhas e diplomatas experientes que negociavam acordos dif�ceis em COPs anteriores. Sob o governo de extrema direita e amante de Trump de Jair Bolsonaro, o Brasil est� dizendo ao mundo aqui em Madri que n�o negociar� at� que seja pago para despejar mais CO2 na atmosfera. Esta, hum ... t�tica de negocia��o criativa rendeu ao Brasil o primeiro f�ssil do dia da CO-P25", afirmou a CAN.
A rede cita ainda outras cr�ticas feitas por ambientalistas do Brasil sobre o desmantelamento da pol�tica ambiental e do Fundo Amaz�nia, al�m do aumento da explora��o ilegal de madeira na Amaz�nia e na viol�ncia contra povos ind�genas.
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que est� em Madri desde o fim de semana para acompanhar as duas semanas de negocia��o chefiando a delega��o brasileira, foi procurado pela reportagem, mas n�o se manifestou sobre a brincadeira.
Austr�lia e Jap�o
A Austr�lia foi contemplada em raz�o das falas do primeiro-ministro, Scott Morrison, que disse recentemente na r�dio nacional que os inc�ndios florestais que est�o devastando n�o est�o ligados �s mudan�as clim�ticas. "Al�m disso, ele disse n�o acreditar que se Austr�lia estivesse fazendo mais para lidar com o aquecimento global isso teria alterado os resultados de inc�ndios nesta temporada, apesar de a Austr�lia ser o terceiro maior exportador de combust�veis f�sseis do mundo", apontou a CAN.
"Em vez de tomar uma a��o respons�vel sobre as mudan�as clim�ticas, o primeiro-ministro deixou claro que estava enviando seus pensamentos e ora��es para aqueles que sofreram perdas. Esque�a a a��o clim�tica, apenas pensamentos e ora��es."
J� o Jap�o foi lembrado por sua pol�tica de expans�o e depend�ncia de carv�o. Nesta ter�a, lembrou a CAN, o ministro da Economia, Com�rcio e Ind�stria do Jap�o, Hiroshi Kajiyama, ao ser questionado sobre a recomenda��o do Gap Emissions Report do Programa da ONU para o Meio Ambiente sobre a elimina��o do carv�o no Jap�o, disse que � inflex�vel e que o pa�s continuar� usando o combust�vel f�ssil.
"Num instante, o ministro Kajiyama desprezou a comunidade internacional e o Acordo de Paris. Em vez de mostrar um compromisso com o multilateralismo e o clima, o ministro Kajiyama demonstrou compromisso em destruir o planeta e colocar as pessoas em perigo", disse a rede de ONGs
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