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Estado de Minas GERAL

Ela venceu a si mesma. E virou Miss Plus Size


postado em 15/12/2019 08:10

Quando crian�a, ela sofreu bullying na escola e na fam�lia por estar acima do peso. Na adolesc�ncia, fez dietas mirabolantes e chegou a ser diagnosticada com anorexia e depress�o. Nina Sousa n�o imaginava que ganharia o t�tulo de modelo plus size mais bonita do planeta.

"Foi maravilhoso! N�o � miss�o f�cil representar seu pa�s fora", conta ela, de 28 anos, vencedora do Miss Top Of The World, realizado em novembro em Kiev, na Ucr�nia. Nina vai passar uma parte de 2020 realizando projetos sociais na �frica e planeja uma s�rie de palestras no Brasil sobre empoderamento feminino, aceita��o, depress�o e amor pr�prio.

Marina, seu nome real, nasceu em Volta Redonda, Rio. N�o conheceu os pais biol�gicos e foi deixada com a fam�lia adotiva ainda beb�. Da inf�ncia, ela se lembra com carinho das brincadeiras com o pai de cora��o, morto por um c�ncer no p�ncreas h� cinco anos, mas tamb�m guarda mem�rias tristes.

Aos 8 anos, Nina nem sabia o que significava bullying, mas sofreu agress�o por causa do sobrepeso: um colega a agrediu e chamou a menina de "porca" e "rolha de po�o". "Essa � a pior lembran�a que tenho. E as escolas n�o tinham uma participa��o t�o ass�dua nem puniam muito", conta.

Nem entre os parentes a forma f�sica deixou de ser motivo para ataques. "Quando acontece na fam�lia, � um pouco pior, porque voc� convive com eles, n�? Tios, primos mais velhos... Ent�o come�a a se questionar: 'Ser� que estou gorda mesmo?', 'Preciso ficar sem comer?'. Muito cruel", diz a modelo.

Briga com o espelho

Humilhada na escola e na fam�lia, Nina decidiu que precisava emagrecer, caso quisesse seguir a carreira de modelo. O sentimento ficou mais forte na adolesc�ncia. "Com 15 anos, comecei a tentar ficar sem comer. Modelo era magra! Desde pequena, j� colocavam na minha cabe�a que precisava parar de comer e ser magra. Isso � uma constru��o, infelizmente." Nina iniciou como modelo de cabelo aos 16 anos. Na �poca, n�o existia o segmento plus size.

J� com dist�rbio de imagem, desenvolveu anorexia. "Eu me olhava no espelho e n�o estava satisfeita. Perguntava para o namorado se os meus ossos estavam aparecendo. E eu achava maravilhoso ver os ossos da coluna. Desenvolvi bulimia tamb�m e depress�o", continua.

A alimenta��o errada levou a jovem com frequ�ncia ao hospital, v�tima de infec��es. Aos 21 anos, ap�s uma esp�cie de reabilita��o, com aux�lio de m�dicos e psic�logos, passou a ressignificar o conceito corporal que tinha. "N�o sa�a mais da cama por causa da depress�o. Comecei a sentir dores por todo o corpo. A� comecei um tratamento de aceita��o e psicol�gico. Foi perto da morte", lembra Nina.

Com 25 anos, ela criou perfis em redes sociais para divulgar seu trabalho como modelo e conheceu o segmento no qual teria mais sucesso. "Pesquisei a respeito do assunto. Eu havia voltado ao peso original, estava fazendo tratamento psicol�gico e psiqui�trico e conheci o Miss Plus Size."

Nos Estados Unidos, uma mulher � considerada plus size a partir do manequim 40. No Brasil, esse padr�o � considerado a partir do n�mero 44. Nina resolveu se inscrever e foi selecionada para representar o Rio. "Com a cara e com a coragem, venci o concurso e minha vida mudou." Antes do pr�mio internacional, ela havia sido campe� plus size no Rio e no Brasil.

"N�o � porque somos plus size, gordas, que somos doentes. Lutamos contra esse estigma. No Brasil, mais da metade da popula��o tem sobrepeso. Todos os corpos s�o reais, ent�o, por que a gente n�o pode ser?", indaga a modelo. "Depois do Miss Brasil, passei a me cuidar muito mais porque passei a ser um ponto de refer�ncia. N�o deixo de comer as coisas que gosto, porque � uma tortura, mas n�o posso ser exemplo estando doente", conclui. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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