Ibama rejeitou imagens de '�leo' antes de opera��o

Uma semana antes de a Pol�cia Federal deflagrar a Opera��o M�cula no dia 1� de novembro, que apontava o navio grego Bouboulina como o principal suspeito pela mancha de derramamento de �leo avistada no litoral, o Ibama j� havia rejeitado as imagens que d�o base � prova da PF, por saber que n�o se tratava de uma mancha de �leo.

A revela��o foi feita pelo coordenador-geral do Centro Nacional de Monitoramento e Informa��es Ambientais (Cenima) do Ibama, Pedro Alberto Bignelli. Em declara��es dadas � CPI do �leo, durante audi�ncia na C�mara, o t�cnico especializado em an�lise de imagens de sensoriamento afirmou que as imagens chegaram a ser levadas ao Ibama em outubro, pela empresa Hex Tecnologias Geoespaciais. O material, segundo Bignelli, foi exposto ao Ibama como parte de uma oferta comercial de servi�o. A Hex mant�m, desde mar�o, contrato com o Ibama para an�lise de imagens por sat�lite, mas se trata de servi�o sob demanda - a Hex ganha quando presta o servi�o.

Ao ver as imagens que a Hex apresentou, Bignelli disse que o material j� apresentava caracter�sticas b�sicas de que n�o se tratava de petr�leo, como a colora��o. A aus�ncia de dados t�cnicos b�sicos, disse ele, levou o Ibama a rejeitar o material como prova da origem do �leo. Uma semana depois, por�m, a PF deflagrou a opera��o com base nessas mesmas imagens, as quais foram cedidas gratuitamente pela Hex �s investiga��es. Os investigadores teriam alegado que, al�m das imagens, teriam outras evid�ncias.

"Vendo as imagens, eu, como t�cnico, n�o me senti confort�vel em assumir aquele relat�rio como verdadeiro", disse Bignelli. A opera��o da PF apontava o navio grego Bouboulina, da empresa Delta Tankers, como o autor do derramamento. A declara��o contradiz o que afirmou, no m�s passado, o presidente da Hex, Leonardo Barros. Ao Estado, o executivo comentou que tinha decidido ceder as imagens � PF porque n�o tinha sido acionado pelo Ibama nem pelo Minist�rio do Meio Ambiente.

Deflagrada a opera��o da PF, o Ibama fez laudo t�cnico pr�prio sobre as supostas provas e concluiu que, na realidade, se tratava de clorofila. A Marinha, que centraliza os trabalhos de investiga��o, chegou a dizer, na semana passada, que o Bouboulina ainda faria parte dos trabalhos das investiga��es. J� a Delta Tankers rejeita liga��es com o crime ambiental. Procuradas, a Hex, a Marinha e a PF n�o se manifestaram at� a publica��o desta mat�ria. As causas do derramamento de �leo ainda s�o desconhecidas. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.