Cerca de 70 pessoas participaram na manh� desta sexta-feira de ato contra demiss�es anunciadas pela diretoria da TV Escola, principal produto da Associa��o de Comunica��o Educativa Roquette Pinto (Acerp) e que n�o teve o seu contrato renovado pelo Minist�rio da Educa��o (MEC) no final deste ano. De acordo com sindicalistas que apoiam os 357 trabalhadores da Acerp, as demiss�es ainda n�o foram divulgadas, mas s�o esperadas para hoje e podem atingir 100 pessoas.
Na porta da sede da Roquette Pinto, na zona sul do Rio, a diretora do Sindicato dos Jornalistas do Munic�pio do Rio de Janeiro, Rosa Leal, se dizia indignada com as demiss�es confirmadas na v�spera pelo presidente da Acerp, Francisco C�mpera, que ontem fez a primeira reuni�o sobre o assunto, mas se recusou a receber um grupo de representantes dos empregados e se reuniu com sindicalistas.
Al�m da TV Escola, a Acerp � respons�vel pela TV Ines, em libras, que teve o contrato renovado, e pela Cinemateca Brasileira, em S�o Paulo, ainda sem destino definido.
"Estamos vendo com muita preocupa��o desde que houve o an�ncio de que a TV Escola seria fechada, � um ve�culo de educa��o p�blica de qualidade, laico, inclusivo", aponta Rosa.
O MEC anunciou em meados de dezembro que n�o renovaria o contrato com a Acerp, e na semana passada despejou os 20 funcion�rios que trabalhavam na TV Escola nas depend�ncias do minist�rio, em Bras�lia.
"No dia 12 de dezembro o MEC anunciou que n�o renovaria com a TV Escola, embora tivesse em novembro afirmado que ia renovar e teria recursos da ordem de R$ 40 milh�es a R$ 50 milh�es em 2020", afirma Rosa, que participou da reuni�o com C�mpera. "Ele disse que ia cortar gordura e que ia garantir os empregos que fossem poss�veis, mas que em Bras�lia seriam demitidas 20 das 24 pessoas que ficam l�", completou.
Os funcion�rios que ficarem na empresa ser�o transferidos para a TV Ines, segundo ela. J� sobre a Cinemateca, segundo a sindicalista, nada foi alterado at� o momento.
"N�o tem nada que justifique isso, � pura retalia��o. Vem de um governo que � contra a cultura, o povo, o jornalismo. � muita coincid�ncia que isso tenha sido resolvido depois da s�rie do Olavo de Carvalho", diz, em refer�ncia a uma s�rie exibida pela TV Escola.
Segundo o presidente do Sindicato dos Radialistas do Rio, Leonel Quirino, a Acerp � uma Organiza��o Social (OS) privada e poderia fazer contrato com outras empresas com a marca TV Escola, como acenou C�mpera, mas perderia a fun��o p�blica do ve�culo de atualizar professores e ajudar estudantes de baixa renda em eventos como Enem.
"� um esc�rnio o ministro (Weintraub) dizer que aqui � um antro de esquerdista. Nunca teve vi�s ideol�gico para ser contratado aqui, passaram v�rios governos e ningu�m mexeu com a TV Escola, mas se ele acha que defender a educa��o � quest�o de esquerda, sinto muito", afirmou. "� pela TV Escola que chegam informa��es para os professores, e alunos de baixa renda t�m refor�o gratuito; � uma TV aberta que chega nos rinc�es do Brasil", completou.
Em nota, o Minist�rio da Educa��o se limitou a informar que o contrato de gest�o com a Associa��o de Comunica��o Educativa Roquette Pinto (Acerp), respons�vel por gerir a TV Escola, se encerra no fim deste ano e n�o ser� renovado.
"O MEC estuda a possibilidade de as atividades do canal serem exercidas por outra institui��o da administra��o p�blica", acrescentou, sem dar detalhes.
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