Morre, aos 99 anos, Ana Maria Primavesi, precursora da agroecologia no Brasil

A pesquisadora e engenheira agr�noma Ana Maria Primavesi morreu aos 99 anos neste domingo, 5, em S�o Paulo, em decorr�ncias de problemas card�acos. Nascida na �ustria e radicada no Brasil desde os anos 1940, trabalhou durante quase 80 com ci�ncia, dedicando-se especialmente � agroecologia, �rea em que foi pioneira no Pa�s.

Ao longo de d�cadas, a cientista publicou livros sobre agricultura org�nica e sustent�vel, como o Manejo Ecol�gico do Solo e Manual do Solo Vivo. O enterro da pesquisadora estava marcado para as 16h30 deste domingo, no Cemit�rio de Congonhas, na capital.

Em 2012, a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo visitou o s�tio da pesquisadora em Avar�, no interior paulista, que � descrito como um "laborat�rio vivo de agroecologia e manejo ecol�gico dos solos". O local foi comprado pela pesquisadora nos anos 80, quando estava degradado e inf�rtil, cujas mata nativa e nascentes foram recuperadas nas d�cadas seguintes.

A trajet�ria da pesquisadora � contada na biografia Ana Maria Primavesi - Hist�rias de vida e Agroecologia, de Virg�nia Knabben e publicada pela editora Express�o Popular. Parte do material foi publicado em 2019 em um site com o nome da pesquisadora.

Segundo a biografia da pesquisadora, Ana Maria nasceu em 3 de outubro de 1920 em um castelo no distrito de St. Georgen ob Judenburg, na �ustria. Filha de um bar�o, se formou na Universidade Agr�cola de Viena em 1942, logo depois fez doutorado e, durante o per�odo em que trabalhava na Pol�nia, ajudou na transfer�ncia de refugiados judeus durante a 2� Guerra Mundial.

Ainda de acordo com o livro, a pesquisadora se casou em 1946 com o fazendeiro e diplomata Artur Primavesi, com quem se mudou para o Brasil dois anos depois para lecionar na Universidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. O casal chegou a viver tamb�m em Minas Gerais e S�o Paulo.

A morte da pesquisadora foi lamentada especialmente por organiza��es ambientais e cientistas. "Descansa uma mente not�vel, uma mulher de for�a incomum e um ser humano raro", diz nota da Associa��o dos Pesquisadores Cient�ficos do Estado de S�o Paulo (APQC).