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Estado de Minas

Motorista que hostilizou casal discriminou outros passageiros homossexuais

Moradores de Bras�lia, Eliseu e Ygor foram passar o r�veillon em Pernambuco e pediram uma corrida no aplicativo e, dentro do carro, foram discriminados


postado em 07/01/2020 17:11

Eliseu e Ygor foram hostilizados duas vezes: uma por um motorista de aplicativo e outra por um PM(foto: Reprodução/Facebook)
Eliseu e Ygor foram hostilizados duas vezes: uma por um motorista de aplicativo e outra por um PM (foto: Reprodu��o/Facebook)
O motorista de aplicativo que hostilizou um casal de homens no �ltimo s�bado (4/1) j� tinha o costume de discriminar passageiros homossexuais. Membros da fam�lia do motorista procuraram o secret�rio parlamentar Eliseu Neto e seu namorado, o estudante Ygor Higino, para se desculpar pela conduta e comentou sobre o comportamento homof�bico do parente, que se gabava a pessoas pr�ximas quando deixava “um frango no meio do caminho”.

“Entraram em contato comigo e contaram que � um comportamento recorrente do motorista. Os parentes disseram que ele faz isso mesmo, propositalmente, de pegar pessoas (homossexuais) e deixar na rua. Se gabar, dizer ‘ah, deixei um frango no meio do caminho agora’”, conta Eliseu. “� grave, n�? V�rias outras pessoas podem ter tentado denunciar e n�o conseguido. Se isso � recorrente e nada tinha estourado contra ele”, acrescenta.

Moradores de Bras�lia, Eliseu e Ygor foram passar o r�veillon em Pernambuco e pediram uma corrida no aplicativo 99 e, dentro do carro, sofreram a discrimina��o. "A gente trocou um carinho e ele encerrou a corrida, dizendo que n�o queria aquilo dentro do carro. Eu sa� e fui fotografar o ve�culo para poder reportar a queixa", relembra.

O motorista tinha parado perto de uma patrulha da PM. “N�o sei se ele falou algo, mas o policial chegou, me deu um empurr�o e eu ca� no ch�o. Disse ao PM que ele n�o podia fazer abordagem dessa maneira, e levei outro empurr�o”, discorre o psic�logo.

Desde ent�o, o que era para ser um per�odo de f�rias virou uma saga contra a homofobia. Primeiro, tentaram registrar um boletim de ocorr�ncia digital - em v�o, j� que no site da Secretaria de Defesa Social (SDS) s� d� para registrar roubo, furto ou depreda��o. O jeito foi esperar at� essa segunda-feira (6) para formalizar a queixa, indo pela manh� na Delegacia de Santo Amaro e, � tarde, na Corregedoria da SDS. 

“A gente tinha uma viagem para Jo�o Pessoa que foi cancelada. �amos para Porto de Galinhas, mas desistimos porque estamos envolvidos ainda nessa hist�ria. Esses tr�mites demoram muito. A pessoa acaba perdendo as f�rias”, lamenta Eliseu. 

Entretanto, o esfor�o n�o � encarado de forma negativa. Psic�logo e ativista dos direitos LGBT, Eliseu espera que a situa��o sirva para estimular mais pessoas a denunciarem casos de discrimina��o. Vale lembrar que ele foi um dos respons�veis pela a��o no Supremo Tribunal Federal (STF) que criminalizou a homofobia, em junho de 2019.

O caso ser� acompanhado pelo advogado Thomas Cris�stomo, visto que Eliseu e Ygor n�o moram no estado de Pernambuco. Nesta ter�a-feira (7/1), o caso foi reportado oficialmente � Promotoria de Justi�a de Direitos Humanos do Recife. “O promotor Maxwell Vignoli se comprometeu a instaurar um inqu�rito. Desde que a hist�ria come�ou, se mostrou muito sol�cito”, pontua Thomas.

Respostas oficiais


A Pol�cia Civil de Pernambuco instaurou inqu�rito para apurar o caso. A investiga��o ficar� sob responsabilidade do delegado Breno Varej�o, da Delegacia da Boa Vista. “Os trabalhos ser�o conduzidos com seriedade e dedica��o de modo a dar, no menor tempo poss�vel, a resposta � sociedade”, grifa a institui��o.

J� a Pol�cia Militar de Pernambuco diz que “at� agora n�o recebeu nenhum registro de queixa de conduta irregular de seus integrantes para com a suposta v�tima. Mesmo assim, o 16º BPM j� identificou os envolvidos e deu in�cio a um procedimento interno de investiga��o, para apurar poss�veis responsabilidades no caso”.

Respons�vel por apurar condutas de policiais, a Corregedoria da SDS ir� realizar “investiga��o preliminar a fim de que, caso haja elementos suficientes, seja instaurado Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) ou sindic�ncia para apurar os fatos relatados”.

A 99 informou � reportagem que o motorista em quest�o foi banido da plataforma. "Uma equipe especializada est� em contato com a v�tima e seu namorado para oferecer todo o apoio e acolhimento necess�rios. A companhia est� dispon�vel para colaborar com as investiga��es da pol�cia. A 99 orienta e sensibiliza os condutores a atenderem todos os passageiros com respeito", pontuou, em nota.

Quanto ao relato de outras hostiliza��es, a empresa n�o localizou outras queixas contra o condutor, ressaltando que qualquer ocorr�ncia deve ser reportada por meio do aplicativo ou do telefone 0800-888-8999.


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