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Estado de Minas GERAL

Cientistas brasileiros descobrem novo alvo para terapias contra o c�ncer


postado em 08/01/2020 16:48

Alguns pacientes de c�ncer reagem muito bem � quimioterapia, enquanto outros simplesmente n�o reagem a esse tratamento - um dos mais usados contra a doen�a. As raz�es por tr�s dessas diferen�as n�o s�o ainda totalmente compreendidas, mas um grupo de cientistas do Brasil e do exterior apresentou nesta quarta-feira, 8, um estudo in�dito sobre o assunto que explica parte do que acontece. O trabalho tamb�m aponta para o desenvolvimento de novas terapias.

J� se sabia que a prote�na P53 protege o DNA de altera��es que podem levar � forma��o de tumores cancer�genos. Por isso, ela � conhecida como 'anjo protetor' ou 'guardi�' do genoma. Mais da metade dos casos de c�ncer em todo o mundo est�o associados a muta��es gen�ticas nessas prote�nas.

Essas muta��es levam � forma��o de agregados an�malos de prote�na no n�cleo das c�lulas. Com isso, a prote�na n�o s� deixa de proteger o organismo contra o c�ncer, como tamb�m induz � cria��o de uma resist�ncia ao tratamento por quimioterapia e facilita o surgimento de met�stases.

Os cientistas n�o sabem exatamente o que provoca as muta��es. Em geral, elas s�o aleat�rias. J� se sabe, no entanto, que h�bitos como fumar e beber �lcool em excesso podem contribuir para as altera��es.

O novo estudo foi publicado na iScience (da Cell), um grupo de pesquisadores liderado pelo bioqu�mico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Jerson Lima Silva. Os cientistas identificaram grande quantidade desses aglomerados an�malos em c�lulas resistentes � quimioterapia derivadas de glioblastoma, um tumor cerebral muito agressivo. Foi a primeira vez que essas estruturas foram observadas no n�cleo de c�lulas vivas.

"Quando comparamos duas c�lulas, uma com a prote�na normal e outra com a prote�na com muta��o, vemos que a segunda fica ainda mais oncog�nica, com maior tend�ncia � met�stase", explicou Lima Silva. "Nosso estudo foi feito com um glioblastoma, que � um tumor praticamente intrat�vel; e a �nica droga que existe n�o funciona diante da muta��o."

O grupo de Lima Silva estuda as altera��es da P53 h� mais de quinze anos. O laborat�rio da UFRJ foi o primeiro a constatar que a prote�na tende a formar agregados an�malos quando sofre uma muta��o, desempenhando um papel crucial no desenvolvimento do c�ncer.

O mesmo grupo j� tinha observado que esses agregados an�malos de P53 est�o presentes tamb�m em c�nceres de mama, ov�rio e pr�stata. No novo estudo, os cientistas constataram que os aglomerados est�o presentes tamb�m em casos de glioblastoma e, ainda, na resist�ncia � temozolomida, o principal rem�dio usado no tratamento desse tipo de tumor.

A pesquisa foi realizada a partir de uma muta��o espec�fica na P53, conhecida como M237I.

"Isso � importante porque a P53 com outras muta��es j� estudadas ou sem muta��o alguma n�o � capaz de conferir o mesmo quadro de resist�ncia", ressalta um dos coordenadores do estudo, Guilherme de Oliveira, pesquisador visitante da Universidade de Virginia.

A expectativa agora � usar os aglomerados an�malos como poss�veis alvos para o desenvolvimento de novos tratamentos.

"O nosso estudo indica que agregados do mutante P53 s�o alvos formid�veis para o desenvolvimento de novas estrat�gias terap�uticas contra o c�ncer", resumiu Lima Silva.

O estudo foi financiado pela Faperj e pelo CNPq.


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