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Estado de Minas GERAL

Ap�s dez anos da morte, fam�lia quer tornar Zilda Arns santa


postado em 12/01/2020 10:14

Dez anos ap�s sua morte, v�tima de um terremoto em Porto Pr�ncipe, no Haiti, a m�dica Zilda Arns Neumann (1934-2010) segue lembrada por seu legado social, as tr�s indica��es ao Nobel da Paz e sua trajet�ria de vida. Conforme Lilian Arns, sua sobrinha, disse ao Estado, todos os dias chegam depoimentos sobre feitos realizados por ela - material que, organizado em sigilo, est� se tornando o dossi� que pode ajud�-la a ser reconhecida como santa pela Igreja Cat�lica.

Irm� de Paulo Evaristo Arns (1921-2016), frade franciscano que foi cardeal da Igreja e arcebispo de S�o Paulo, Zilda formou-se em medicina pela Universidade Federal do Paran� em 1959, especializou-se em sa�de p�blica, pediatria e sanitarismo. Em 1983, a convite da Confer�ncia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), criou a Pastoral da Crian�a.

"Seu trabalho foi um marco na hist�ria dos cuidados com crian�as no Brasil. Gra�as ao trabalho coordenado por ela, houve uma mudan�a significativa nos cuidados b�sicos da sa�de das crian�as em comunidades mais pobres, com redu��o de mortalidade e desnutri��o infantil", avalia a sobrinha Lilian Arns, coordenadora diocesana da Pastoral da Crian�a de Crici�ma (SC).

Zilda Arns estava no Haiti a trabalho, em miss�o da Pastoral da Crian�a, quando acabou se tornando uma das milhares de v�timas de um terremoto de intensidade 7. Ela havia chegado ao pa�s dois dias antes. Cinco anos depois de sua morte, em 2015, a Igreja Cat�lica abriu um processo de canoniza��o. Pelas normas eclesiais, os trabalhos foram iniciados em Porto Pr�ncipe, no Haiti - local de sua morte. Contudo, gra�as a esfor�os da Pastoral da Crian�a no Brasil houve uma transfer�ncia do processo para Curitiba, no Paran�, onde ela viveu a maior parte da vida.

Especialistas ouvidos pelo Estado afirmam que essa transfer�ncia para o Brasil � fundamental. Isso porque, na fase diocesana, um processo de canoniza��o depende justamente de relatos, testemunhos e pesquisas biogr�ficas que atestem a potencial "santidade" do candidato.

Fila da canoniza��o. Segundo informa��es obtidas pelo Estado com a Comiss�o para a Causa dos Santos da CNBB, atualmente s�o 134 os brasileiros na fila da canoniza��o. Cinquenta e dois est�o no �ltimo degrau - foram beatificados -, 14 est�o na fase romana - s�o vener�veis - e 68 ainda est�o na primeira etapa, a diocesana, caso de Zilda. Estes s�o considerados servos de Deus.

"O caminho da canoniza��o passa por v�rias etapas. Primeiro, a diocese precisa receber da Santa S� a autoriza��o para come�ar um processo de investiga��o sobre a vida de quem se quer promover aos altares", explica dom Jaime Vieira Rocha, presidente da Comiss�o para a Causa dos Santos. "Neste per�odo, o candidato � chamado de servo de Deus e j� se investiga poss�veis milagres."

Quando esta fase � conclu�da, o material � enviado para a Congrega��o para as Causas dos Santos, �rg�o do Vaticano, "que atrav�s de seus consultores e peritos ir� propor o reconhecimento da pr�tica das virtudes heroicas, tais como a f�, a esperan�a, a caridade". Um decreto, ent�o, reconhece o candidato como vener�vel. Um primeiro milagre � necess�rio para a beatifica��o. A canoniza��o depende de um segundo.

M�dicos santos. Levantamento nos dados do Vaticano mostra outra curiosidade. Se Zilda Arns se tornar santa, ser� o terceiro caso desde 1588 - quando foi criada, pelo papa Sisto VI (1521-1590), a congrega��o que uniformizou de modo criterioso os processos de canoniza��o - de um m�dico canonizado. Antes, o papa Jo�o Paulo II (1920-2005) tornou santos os m�dicos italianos Giuseppe Moscati (1880-1927), em 1987, e Gianna Beretta Molla (1922-1962), em 2004.

Considerando o rol daqueles brasileiros que j� foram santificados, Zilda ainda tem um predicado interessante: ao contr�rio dos demais, foi uma leiga, e n�o uma religiosa. Dentre os 37 santos do Brasil reconhecidos pelo Vaticano, s� n�o s�o padres ou freiras 28 dos 30 canonizados conjuntamente como "m�rtires de Cunha� e Urua�u", feitos santos de forma coletiva pelo papa Francisco, em 2017. Ou seja: todos aqueles que foram canonizados individualmente tinham uma vida religiosa.

"Acreditamos que, mais do que algo pessoal para ela, seria um reconhecimento para o ex�rcito de leigos crist�os que atuam na entidade", comenta o coordenador internacional da Pastoral da Crian�a, Nelson Arns Neumann, filho de Zilda.

Criado em 2014, museu em Curitiba relembra legado

Em Curitiba, foi criado em 2014 o Museu da Vida, memorial que re�ne fotos hist�ricas, pr�mios e itens pessoais de Zilda Arns. Em 2019, o espa�o, com entrada gratuita, recebeu 50 mil visitantes. Para este fim de semana, a cidade tamb�m tem uma programa��o especial. Segundo Vanuza Wistuba, coordenadora de comunica��o da Pastoral, haver� um tr�duo em A��o de Gra�as pelos 35 anos da Pastoral da Crian�a e homenagem pelos dez anos da morte. "Esperamos receber em torno de 10 mil pessoas durante os tr�s dias", diz ela. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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