Ao liberar a contrata��o da gr�fica respons�vel pela impress�o do Exame Nacional do Ensino M�dio (Enem) 2019, o Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) recomendou ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais An�sio Teixeira (Inep) buscar nas pr�ximas edi��es "incorporar evolu��es tecnol�gicas de digitaliza��o e automatiza��o dos processos gr�ficos relacionados � impress�o e prepara��o das provas" para garantir mais seguran�a.
O jornal O Estado de S. Paulo apurou que a falha identificada nas notas do �ltimo exame ocorreu em uma etapa em que a aferi��o � feita por funcion�rios e n�o com o uso de tecnologia. Da forma como � preparada a prova atualmente, os cart�es de respostas dos candidatos n�o t�m nenhum dispositivo tecnol�gico para identifica��o, como leitor �ptico, por exemplo. A identifica��o dos cart�es para a corre��o das provas � feita por funcion�rios.
Segundo o governo, o problema na corre��o teria ocorrido por erro na identifica��o dos cart�es de resposta dos candidatos e da respectiva cor das provas que fizeram. A falha teria ocorrido na gr�fica, a empresa Valid: os arquivos com essas informa��es foram repassadas ao Inep com diverg�ncias. Ou seja, o aluno fez a prova de uma cor, mas a nota foi corrigida como se fosse de outra. Oficialmente, o instituto estimou que o problema atingiu um n�mero inferior a 9 mil candidatos.
A recomenda��o do TCU foi feita em abril, quando o �rg�o liberou em car�ter excepcional ao Inep contratar a Valid sem licita��o. A empresa que imprimiu as provas dos anos anteriores, a RR Donnelley, decretou fal�ncia no dia 1.� de abril e o Inep alegou n�o haver tempo suficiente para abrir uma nova licita��o e, por isso, contratou a segunda colocada do �ltimo preg�o feito para o Enem, a Valid.
Ao liberar a contrata��o, o tribunal determinou que o Inep modifique para os pr�ximos anos as regras das suas sele��es, que foram consideradas na �poca lesivas � livre concorr�ncia. Os principais problemas apontados pelos ministros foram o modelo de qualifica��o econ�mico-financeira dos participantes e a experi�ncia, mas tamb�m apontou a necessidade de a autarquia exigir nos pr�ximos contratos "inova��es tecnol�gicas".
Em resposta ao TCU, em outubro, o presidente do Inep, Alexandre Lopes, disse que, para estudar quais novas inova��es tecnol�gicas podem ser adotadas determinou que fosse feito um contrato com a Associa��o Brasileira de Tecnologia Gr�fica (ABTG). � �poca, ele disse que a contrata��o aconteceria em um prazo de 120 dias.
Procurados pela reportagem, o MEC e o Inep n�o responderam sobre as recomenda��es do TCU e se j� estudam quais novos recursos tecnol�gicos v�o exigir da empresa respons�vel pela produ��o do pr�ximo Enem.
Apesar de apontar que o erro aconteceu na gr�fica, o presidente do Inep afastou a possibilidade de puni��o � empresa. "Situa��es, problemas, sempre podem acontecer. O que temos que ter primeiro � transpar�ncia", disse no s�bado, 18.
A reportagem questionou ao �rg�o se j� determinou ou se pretende analisar a responsabilidade do erro, mas n�o obteve resposta. O Estado tamb�m questionou quem vai arcar com os custos dos procedimentos extras que foram feitos em raz�o da falha, mas tamb�m n�o houve resposta.
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