A Pol�cia Civil indiciou Ana Fl�via Gon�alves e Carina Ramos pela morte de Flaviana Gon�alves, Romuyuki Gon�alves e Juan Victor Victor Gon�alves, m�e, pai e irm�o de Ana Fl�via. Nessa sexta-feira (31/1), a pol�cia pediu novas pris�es de suspeitos ligados ao caso.
As suspeitas voltaram a ser ouvidas nesta sexta e fizeram mudan�as na vers�o que haviam apresentado. At� as 20h, elas continuavam prestando depoimento na sede da Delegacia de Investiga��es Criminais, de S�o Bernardo. Os investigadores ainda aguardam laudos e per�cias que poder�o fornecer novos dados ao inqu�rito e ajuda a esclarecer completamente o caso.
O indiciamento � um reconhecimento formal da pol�cia de que existem elementos suficientes para apontar a autoria do crime para Ana Fl�via e Carina. Elas poder�o responder ao crime de triplo homic�dio qualificado na Justi�a, mas isso ainda depender� da analisa do Minist�rio P�blico fizer do caso. � o MP o �rg�o respons�vel por apresentar uma den�ncia criminal formal ao judici�rio, mas isso n�o tem prazo para ocorrer.
A fam�lia de Flaviana Gon�alves, encontrada morta com o marido e o filho em um ve�culo incendiado em S�o Bernardo do Campo, disse n�o ter d�vidas quanto ao envolvimento da filha da v�tima no triplo homic�dio. Ana Fl�via Gon�alves e sua namorada, Carina Ramos, est�o presas desde a quarta-feira sob suspeita de terem cometido o crime. Outros suspeitos s�o investigados.
Nesta sexta, elas voltaram � Delegacia de Investiga��es Criminais de S�o Bernardo para prestar o terceiro depoimento. Dessa vez, ela est�o sendo confrontadas tamb�m pela m�e de Flaviana, Vera Guimar�es, que participou das oitivas. Vera � av� de Ana Fl�via e a pol�cia esperava que a presen�a dela pudesse alterar a vers�o que a suspeita bem apresentando, de negar envolvimento no caso.
Diogo Reis, primo de Flaviana, falou na porta da delegacia nesta tarde. "Hoje a fam�lia n�o tem mais d�vida", disse quando questionado sobre a percep��o dos parentes quanto �s suspeitas que recaem sobre Ana Fl�via e Carina. "A fam�lia foi v�tima de uma emboscada", acrescentou.
Ele refutou as informa��es de que as v�timas seriam homof�bicas. "A Ana Fl�via j� foi casada, eles (os pais) foram padrinhos de casamento da filha com uma mulher. Tem as fotos aqui, todos felizes no casamento", contou. Reis disse que as restri��es dos pais se dirigiam especificamente ao namoro mais recente da filha, que j� dura dois anos com Carina.
"Existia um descontentamento da fam�lia em rela��o ao relacionamento com a Carina. Mas n�o que n�o aceitavam relacionamento homossexual. (O problema ocorria) por conta do jeito que era a Carina com eles. N�o tem nada de homof�bico. Quem cometeu o crime vai tentar destruir a imagem da fam�lia", disse o primo da v�tima.
Reis contestou tamb�m a informa��o dada por Ana Fl�via e Carina de que as v�timas sa�ram naquela noite para realizar o pagamento de um agiota. "O primeiro ponto que colocaram era que o Romuyuki saiu de casa para pagar um agiota. Ele era um executivo de sucesso, com duas lojas, que trabalhava ainda na Volkswagen. Ele n�o ia sair de 1h da manh� para pagar d�vida com o filho dentro do carro", disse.
Essa desconfian�a tamb�m � levantada pela pol�cia, que viu contradi��es no depoimento das suspeitas e pediu a pris�o delas. Elas j� haviam prestado depoimento na madrugada da ter�a, quando o carro incendiado foi encontrado, e na tarde desta quinta, ap�s a pris�o. Nesta sexta, elas voltaram � delegacia para novo depoimento, mas o teor da oitiva n�o foi divulgado. A pris�o de ambas tem prazo de 30 dias.
Cronologia do caso
Perto das 3h da ter�a-feira, 28, a pol�cia � acionada para uma ocorr�ncia envolvendo um carro incendiado na Estrada do Montanh�o, em S�o Bernardo. No porta-malas do Compass, encontram corpos carbonizados, mas naquele momento n�o conseguem quantificar o n�mero de v�timas. Os corpos s�o levados para o IML e identificados a partir da arcada dent�ria. Eram Romuyuki, Flaviana e Juan Victor.
Na madrugada da ter�a, Ana Fl�via e Carina prestam depoimento na pol�cia. Elas dizem que a fam�lia tinha uma d�vida de R$ 200 mil com um agiota e que ele era violento. Acrescentam que Flaviana saiu de casa, de madrugada, para realizar o pagamento, e disse que iria para Minas Gerais na sequ�ncia.
Informa��es levantam primeiras suspeitas da pol�cia, principalmente em raz�o da presen�a de Juan Victor num pagamento a um agiota de madrugada, o que � pouco prov�vel.
Outras contradi��es levam a pol�cia a apresentar � Justi�a um pedido de pris�o tempor�ria de Ana Fl�via e Carina. O pedido � deferido e elas s�o presas na noite de quarta-feira (29/1). Elas ficar�o presas por no m�nimo 30 dias.