Cientistas independentes de uma universidade do sul da China divulgaram ontem uma pesquisa que associa o surto do coronav�rus ao tr�fico ilegal de pangolins. Em meio �s d�vidas sobre a propaga��o, por�m, o trabalho ainda � visto com ceticismo por outros cientistas - e mesmo com cr�ticas.
Segundo comunicado da equipe de pesquisadores, a descoberta tem "grande significado para a preven��o e controle da origem" (do surto). A sequ�ncia do genoma do coronav�rus identificado em pangolins aponta 99% de similaridade com a do surto em humanos. O animal - que � amea�ado de extin��o - seria hospedeiro intermedi�rio do v�rus entre os morcegos (principais suspeitos da propaga��o) e os humanos, sem apresentar sintomas da doen�a.
Os cientistas analisaram mil amostras de animais selvagens para chegar ao resultado. Acredita-se que o surto teria come�ado em um mercado ilegal de animais na cidade de Wuhan, que concentra grande parte dos casos. O novo coronav�rus causou ao menos a morte de 636 pessoas, a maioria na China.
Mam�fero t�pico da �sia, o pangolim lembra visualmente um tatu. Ele � uma das esp�cies mais visadas pelo tr�fico ilegal de animais, em especial para a retirada das escamas, que s�o utilizadas para fins medicinais, e para o consumo da carne.
Desconfian�a
O resultado apresentado pelos cientistas chineses ainda � visto com ceticismo por pesquisadores importantes, como James Wood, do Departamento de Medicina Veterin�ria da Universidade Cambridge. Ele questionou o fato de a pesquisa n�o estar publicada. "Simplesmente reportar a detec��o do v�rus com uma sequ�ncia similar em 99% n�o � suficiente. Esses resultados podem ter sido causados por uma contamina��o de um ambiente altamente infectado", afirmou. "N�s precisamos analisar todo o banco de dados gen�tico", explica Jonathan Ball, professor da Universidade de Nottingham, da Inglaterra.
Dirk Pfeiffer, professor de Medicina Veterin�ria da Universidade de Hong Kong, tamb�m apontou que � necess�rio fazer compara��es com outros animais. "Voc� apenas pode ter conclus�es mais definitivas se comparar a preval�ncia (do coronav�rus) entre diferentes esp�cies baseada em amostras representativas, o que essa (do estudo) provavelmente n�o �." As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.
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