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Estado de Minas GERAL

Infectologista v� grandes chances de pandemia do coronav�rus nos pr�ximos meses


postado em 08/02/2020 10:28

Infectologista da Universidade Federal do Rio (UFRJ), Edimilson Migowski acredita que a chance de enfrentarmos uma pandemia do novo coronav�rus nos pr�ximos meses � "muito grande". Para ele, hoje diretor do Instituto de Pediatria da UFRJ, o ideal para o pa�s � impedir ou, ao menos, retardar ao m�ximo, a entrada do v�rus no Brasil. At� agora, nenhum caso da doen�a foi registrado no Pa�s.

Migowski recomenda a vacina��o maci�a contra a gripe comum, "para n�o sobrecarregar o sistema de sa�de", que tem poucos leitos com isolamento apropriado dispon�veis no caso de uma epidemia. Ainda assim, o ex-coordenador de vigil�ncia sanit�ria do Estado e ex-presidente do Instituto Vital Brazil consegue ver um lado positivo na crise. "Se os brasileiros redobrarem os cuidados com a higiene das m�os, a exemplo do que ocorreu em 2009 e 2010, vamos reduzir muitas outras doen�as infecciosas", disse.

At� agora, as �nicas a��es para deter o avan�o do novo coronav�rus s�o a quarentena, o isolamento dos doentes e as medidas simples de higiene, como lavar mais as m�os ou usar m�scaras. At� que ponto tais medidas s�o eficazes?

Realmente, at� este momento, as medidas que podem ser adotadas na preven��o dessa doen�a infecciosa s�o a boa higiene das m�os, manter dist�ncia de 1,5 metro a 2 metros das pessoas infectadas ou que apresentem algum tipo de infec��o respirat�ria, principalmente se forem provenientes de alguma regi�o de risco. Outra medida � que as pessoas que apresentam problemas respirat�rios usem a m�scara. As pessoas saud�veis s� devem usar a m�scara se estiverem convivendo com as infectadas.

Numa entrevista anterior, o senhor falou que na �ltima pandemia enfrentada pelo mundo, de influenza H1N1, entre 2009 e 2010, a insist�ncia global na mensagem sobre "lavar as m�os com mais frequ�ncia" acabou reduzindo a incid�ncia de v�rias outras doen�as infecciosas. A aten��o redobrada com medidas simples poderia ser um aspecto positivo da mobiliza��o mundial?

MIGOWSKI: Sim. De toda crise, podemos tirar algumas li��es. Neste momento, a exemplo do que ocorreu entre 2009 e 2010, se os brasileiros redobrarem a aten��o com a higiene das m�os, usarem �lcool a 70% e lavarem as m�os com �gua e sab�o v�rias vezes por dia, evitarem colocar as m�os n�o higienizadas nos olhos, na boca e no nariz; isso certamente vai reduzir bastante a incid�ncia de diversas doen�as infecciosas, como conjuntivite, gripe, resfriado, gastroenterite. V�rias doen�as podem ser evitadas de forma eficiente apenas com o cuidado redobrado com a higiene das m�os.

O Brasil optou por trazer os cidad�os que estavam em Wuhan, epicentro da epidemia na China, e os deixar isolados por 18 dias. O senhor acha que essa quarentena � realmente necess�ria?

Acho prudente manter o grupo em quarentena por pelo menos duas semanas. A quarentena evita que o v�rus circule entre n�s. E quanto menor a circula��o, melhor para todos n�s. Outro detalhe importante � que essas pessoas est�o vindo de lugares diferentes de Wuhan. Ent�o, minha proposta � que elas fiquem isoladas delas mesmas. Quer dizer, que cada fam�lia fique em um local reservado e n�o tenha contato direto com outras. Porque se um desses brasileiros desenvolver a doen�a n�o vai submeter os outros ao mesmo risco.

Em sua opini�o, quais as chances de o novo coronav�rus se transformar numa pandemia mundial?

A chance de termos algo mundial � muito grande. � uma doen�a de transmiss�o respirat�ria, contagiosa entre as pessoas, um v�rus para o qual 100% da popula��o mundial � vulner�vel. O potencial para uma pandemia � grande

Se enfrentarmos uma pandemia, quais seriam as consequ�ncias mais graves para o Pa�s?

O grande problema de termos uma pandemia � que os pacientes desse novo coronav�rus demandam isolamento respirat�rio e de contato. Alguns pacientes, cerca de 15% do total, evoluem para uma forma mais grave. Se muitas pessoas adoecerem ao mesmo tempo h� um risco de sobrecarga do sistema de sa�de. O n�mero de leitos com isolamento, tanto no setor p�blico quanto no privado, � muito restrito. Ent�o podemos enfrentar uma falta de vagas apropriadas. Nem todos os doentes poder�o ficar internados da forma ideal tanto para ele pr�prio quanto para os profissionais de sa�de. Para evitar sobrecarga ainda maior, sugiro que todos se vacinem contra a gripe.

De que forma a vacina��o maci�a contra a gripe comum pode ajudar?

Embora a vacina��o contra a gripe n�o proteja contra o novo coronav�rus, muitos dos sinais iniciais das duas doen�as s�o muito parecidos. Se tivermos uma boa cobertura vacinal, evitaremos a circula��o do v�rus da gripe e reduziremos o n�mero de pessoas chegando aos hospitais com um quadro cl�nico inicial semelhante ao do coronav�rus, causando confus�o e sobrecarga.

H� alguma li��o positiva que se possa tirar desse epis�dio?

Sim, a import�ncia da higieniza��o das m�os e de pessoas saud�veis manterem uma dist�ncia de 1,5 metro a 2 metros das enfermas. Seja o v�rus que for. Um resfriado leve numa pessoa pode causar um quadro bem mais grave em uma outra, mais idosa. Uma outra li��o importante � a do uso da m�scara pelas pessoas que apresentem algum quadro infeccioso. Essas s�o li��es que certamente poderemos levar para outras epidemias, sobretudo de v�rus respirat�rios.


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