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Estado de Minas GERAL

Tr�s meses ap�s regras, patinetes somem das ruas


postado em 09/02/2020 12:26

Tr�s meses ap�s o in�cio das regras que regulamentam o uso de patinetes el�tricos em S�o Paulo, o n�mero de equipamentos em circula��o caiu e a Prefeitura ainda n�o criou as esta��es onde eles devem ser deixados. Enquanto parte dos paulistanos se queixa da dificuldade de encontrar os patinetes em locais que j� haviam se tornado tradicionais, h� quem sinta certo al�vio.

Na Pra�a Silvio Romero, no Tatuap�, na zona leste, n�o havia nenhuma unidade quando o Estado visitou a �rea, no dia 31. Nas Avenidas Faria Lima, na zona sul, e Paulista, na regi�o central, que h� um ano estavam tomadas pelo modal, tamb�m � poss�vel observar menor n�mero de equipamentos. As empresas n�o informaram quantos patinetes circulam na capital nem qual foi a redu��o de equipamentos nas �ltimas semanas.

O comerciante Paulo Vin�cius Aires, de 18 anos, ficou surpreso com a retirada de patinetes no Tatuap�. "Sempre usei, desde o in�cio, para ir at� o Carr�o. Era uma alternativa mais r�pida." Na Faria Lima, o Estado encontrou dez patinetes estacionados no acesso ao metr� e outros cinco quebrados e sem bateria atr�s de uma banca. O consultor de neg�cios Vitor Soares, de 22 anos, reclamou. "Os patinetes est�o sumindo. J� me acostumei a us�-los do Metr� Faria Lima at� a Avenida Pedroso de Morais, onde trabalho, mas agora tem vezes que n�o encontro nenhum."

Na Paulista, a situa��o � semelhante. Menos de dez patinetes estavam na cal�ada do lado oposto ao Museu de Arte de S�o Paulo (Masp), mesmo local que j� teve o dobro de unidades. "O n�mero de patinetes por aqui caiu bastante, infelizmente. Com ele, consigo chegar mais r�pido. Mas acredito que � preciso ter mais infraestrutura e respeito por parte dos usu�rios", avalia o gar�om Leandro Henrique, de 32 anos.
Enquanto usu�rios j� acostumados com o modal lamentam, h� quem tenha ficado aliviado com a redu��o. "Ainda vejo crian�as com o equipamento, mesmo com a proibi��o. � preciso refor�ar a fiscaliza��o para evitar acidentes e incentivar o uso de capacete", diz o administrador Danilo Alves, de 37 anos.
Desde que os patinetes come�aram a circular no Pa�s, uma s�rie de acidentes foi relatada. O mais grave aconteceu em setembro de 2019, em Belo Horizonte. O empres�rio Roberto Pinto Batista J�nior, de 43 anos, morreu ao bater a cabe�a depois de cair do patinete.

Fim das opera��es. O sumi�o de patinetes est� relacionado � sa�da de empresas que operavam em S�o Paulo ou � redu��o da opera��o daquelas que continuam aqui. Procuradas, startups afirmaram que a decis�o de deixar S�o Paulo foi tomada em raz�o de quest�es estrat�gicas ou de sustentabilidade financeira. Apesar de manifestar insatisfa��o na �poca da regulamenta��o, nenhuma operadora citou as novas regras da Prefeitura como motivo para sa�da ou diminui��o da opera��o.

A Grow, dona das marcas Grin e Yellow, diz que "reduziu a quantidade de patinetes por quest�es estrat�gicas", sem dar n�meros. "As mudan�as ocorrem para que a companhia promova um ajuste operacional", afirmou, em nota. A Grow come�ou a atuar em S�o Paulo em novembro de 2018 e um ano depois fez parceria com o Rappi. Patinetes que antes levavam a marca Yellow foram substitu�dos pelas etiquetas laranjas do aplicativo de entregas. Em dezembro de 2019, a empresa reduziu a opera��o no Brasil - o equipamento foi suspenso em 14 cidades e mantido em S�o Paulo, Rio e Curitiba.

A Lime operou durante seis meses em S�o Paulo e Rio e em 9 de janeiro anunciou o fim da opera��o. Sem dar detalhes, a empresa alegou apenas que a decis�o se trata de "estrat�gia global para alcan�ar sustentabilidade financeira e concentrar esfor�os em mercados com mais potencial de rentabilidade".

A Scoo tamb�m n�o citou n�meros. Com exce��o das Esta��es Luz e Rep�blica, todas as outras ofertam o equipamento para aluguel. J� a Uber se prepara para come�ar a operar em S�o Paulo - a licen�a saiu no dia 24 de janeiro.

A Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes afirmou que a redu��o de patinetes est� relacionada a "uma decis�o de mercado das empresas".

"A expectativa � de que, juntos, mercado, sociedade, poder p�blico e operadoras encontrem o denominador socioecon�mico vi�vel para explorar da melhor maneira o mercado", disse Jos� Muritiba, diretor executivo da Associa��o Brasileira de Startups (Abstartups).

Neg�cio. Para o professor Paulo Furquim, coordenador do Centro de Regula��o e Democracia do Insper, a cria��o de uma regulamenta��o restritiva - e n�o a falta de demanda - � a hip�tese mais plaus�vel para a sa�da de empresas de S�o Paulo.
"� um modelo de neg�cio com viabilidade econ�mica. O ponto principal para ele funcionar bem - tanto para a cidade quanto para a empresa - � que se tenha alguma pol�tica voltada para tornar vi�vel e segura a utiliza��o desse meio." Ele acredita que o compartilhamento tem potencial na cidade, por ser um op��o de transporte complementar a �nibus e metr�.

Para Furquim, o poder p�blico focou na restri��o antes que o modal tivesse se popularizado. "Em Paris, por exemplo, primeiro houve a inten��o de viabilizar, fazer crescer o uso at� o ponto de ficar problem�tico, e depois autoridades vieram com medidas restritivas. Em S�o Paulo a gente inverteu: primeiro jogou as restri��es para depois falar em criar estrutura."

Esta��es. As esta��es para onde as operadoras levar�o patinetes ap�s o uso, previstas na regulamenta��o, ainda n�o foram criadas pela Prefeitura. Segundo a gest�o Covas (PSDB), a Secretaria de Transportes, por meio da Companhia de Engenharia de Tr�nsito, "est� se reunindo com as empresas credenciadas para definir os locais". Pelas regras, os patinetes n�o podem ser deixados em qualquer lugar.

J� os usu�rios podem estacionar o equipamento em vias com ciclovias ou ciclofaixas, independentemente da velocidade regulamentada ou em vias sem ciclovias ou ciclofaixas, com velocidade menor ou igual a 40 km/h, respeitando condi��es como per�odo de perman�ncia. Da rua, o equipamento ser� levado para as esta��es.

Outro ponto ainda em an�lise pelo Comit� Municipal de Uso do Vi�rio, �rg�o ligado � Prefeitura, � a obrigatoriedade do capacete. Em maio, decreto provis�rio do prefeito Bruno Covas exigiu o uso do equipamento, mas a medida foi suspensa ap�s pedido de uma das operadoras � Justi�a. Na mesma �poca, houve ainda apreens�o de patinetes nas ruas, por parte da Prefeitura. O decreto definitivo foi publicado em agosto./ COLABOROU ISAAC DE OLIVEIRA As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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