
Na primeira noite do carnaval 2020 de S�o Paulo, escolas de samba carregaram na cr�tica social em meio � folia do Anhembi. Teve alegoria gigante de Marielle Franco e cr�tica � viol�ncia policial e contra as mulheres. Mas houve tamb�m quem n�o quis misturar pol�tica e Samb�dromo.
Mais elaborada que em edi��es anteriores, a festa teve como ponto baixo um intervalo for�ado de cerca de 1h20, ap�s um carro aleg�rico enroscar na rede el�trica durante a dispers�o, deixar parte da arena sem luz e atrasar as apresenta��es seguintes.
O incidente aconteceu por volta das 2h, no fim do desfile da atual vice-campe�, a Drag�es da Real – a terceira escola da noite. O abre-alas, que havia passado normalmente sob o p�rtico que mede o limite de altura na avenida, bateu em um fio na sa�da do Anhembi e derrubou a luz de �reas externas do Samb�dromo, como banheiros e tendas de alimenta��o. O cron�metro oficial tamb�m parou de funcionar. A companhia de luz Enel teve de ser acionada e a Avenida Olavo Fontoura ficou travada. A escola, no entanto, n�o deve perder ponto, j� que o problema ocorreu ap�s o fim do desfile.
Embora as apresenta��es tenham continuado depois de o problema ser resolvido, houve quem se sentiu prejudicado. "A gente n�o preparou o desfile para acontecer � luz do dia, ent�o infelizmente acaba atrapalhando"", disse Eduardo dos Santos, presidente da Acad�micos do Tatuap�. Prevista para se apresentar ainda de madrugada, a agremia��o cruzou a linha de chegada j� de manh�.
Em comum, as escolas puderam comemorar que a poss�vel tempestade, aguardada com apreens�o, ficou s� na amea�a. J� era de manh�, no pen�ltimo desfile, quando uma chuva moderada come�ou a cair, �s 7h. Depois parou. "Gra�as a Deus, S�o Pedro segurou as torneiras", comentou Paulo S�rgio Ferreira, o Serginho, presidente da Liga das Escolas de Samba de S�o Paulo, ao abrir as festividades. A expectativa era de um p�blico entre 25 mil e 30 mil.
Atual campe�, a Mancha Verde levantou a plateia com desfile repleto de mensagens pol�ticas e entra forte pelo bi-campeonato. Durante a apresenta��o, a torcida chegou a abrir dois bandeir�es. Outro destaque foi a Drag�es da Real, apesar do problema do lado de fora da avenida.
Barroca Zona Sul
De volta � elite do carnaval de S�o Paulo ap�s 15 anos, coube � Barroca Zona Sul abrir as apresenta��es. A escola contou a hist�ria da l�der quilombola Tereza de Benguela, com personagens e adere�os cheios de refer�ncias � cultura africana. Pela avenida, sambaram orix�s e passistas de turbante. Nas fantasias, muitos detalhes com b�zios.
Com objetivo de se manter no grupo especial, o ativismo fez parte do desfile. J� no primeiro carro, em cores escuras, trouxe a tristeza pela escravid�o. Em uma das alas, exibiam-se frases de efeito. "Lute como uma mulher", dizia uma das placas. Mas sucesso mesmo fizeram dezenas de crian�as que, vestidas com batas, distribu�am tchauzinhos e gestos de cora��o � plateia. Por onde passava, o carro arrancava suspiros.
A escola, entretanto, foi das poucas que enfrentaram problemas. Precisou apressar o passo para encerrar o desfile na risca dos 65 minutos. Um dos carros aleg�ricos por pouco n�o bateu na grade lateral de prote��o e teve de ser empurrado para voltar � avenida. "Fizemos um carnaval para o povo cantar e o meu povo cantou", comemorou, ao fim, o diretor de carnaval Marcus Guimar�es, o Marc�o.
Tom Maior

Segunda a se apresentar, a Tom Maior subiu ainda mais o tom. Em destaque, a escola levou uma alegoria gigante da vereadora do Rio Marielle Franco, assassinada a tiros em 2018, e tamb�m representou na avenida epis�dios de viol�ncia policial. "As minorias s�o a maioria", exibia uma faixa.
Com o enredo "� coisa de preto", a Tom Maior relembrou em 21 alas uma s�rie de personalidades negras, desde personagens consolidados, como Aleijadinho e Machado de Assis, a refer�ncias mais recentes, como Maria Carolina de Jesus, Madame Sat� e Mano Brown. Um dos destaques ficou a cargo da bateria – uma homenagem ao trapalh�o (e sambista) Mussum.Para encerrar o desfile, a escola tamb�m precisou correr, o que gerou afli��o entre seus integrantes. Outro susto foi quando o principal mestre-sala da escola, Jairo Silva, passou mal ap�s o desfile e precisou ser socorrido pelos bombeiros e levado a um hospital. Segundo uma respons�vel pelos casais de mestre-sala e porta-bandeira, a fantasia � leve e n�o deve ter influenciado.
Drag�es da Real

A julgar pela anima��o dos integrantes ao fim do desfile, a atual vice-campe�, Drag�es da Real, desponta entre as favoritas ao t�tulo. Tendo o riso como pano de fundo, a escola fez um desfile din�mico, com acrobacias a�reas, apresenta��o de pole dance e carros equipados com luz de led, lan�adores de fuma�a e at� escorregadores.
"Fazia tempo que eu n�o via a Drag�es ser aplaudida de p� e, hoje, foi", afirmou o presidente Renato Remondini, o Tomate, bastante abra�ado ao fim da apresenta��o.
Com o samba-enredo marcado pelo bord�o "Qu� qu� ra qu� qu�", o desfile explorou atividades relacionadas � felicidade. Entre refer�ncias, trouxe Charles Chaplin (cinema), Beethoven (m�sica) e m�dicos do Doutores da Alegria – mas nenhuma refer�ncia pol�tica.
Fora da avenida, a Drag�es acabou marcada por ter sido respons�vel por atrasar o desfile seguinte, mas n�o deve perder ponto. Na dispers�o, o abre-alas enroscou na rede el�trica na sa�da do Anhembi. Por causa do incidente, a Mancha Verde s� entrou no Samb�dromo mais de uma hora depois do previsto, �s 3h50.
Mancha Verde

Apesar da demora para finalmente entrar na avenida, a atual campe� do carnaval de S�o Paulo, a Mancha Verde, mostrou um desfile colorido e bastante engajado. A escola ainda desfilou com uma emo��o "extra", sem os cron�metros da avenida. Os rel�gios foram desligados com a queda de energia e o tempo teve de ser marcado em celulares dos organizadores.
Em uma das alas, chamada "Homem veste azul, Mulher veste rosa", a escola trouxe com ironia uma frase pol�mica da ministra da Mulher, da Fam�lia e dos Direitos Humanos, Damares Alves. Em outra, a "Penhas e Marias", a escola abordou a quest�o da viol�ncia contra mulheres. Por fim, houve refer�ncias a m�es que perderam seus filhos para a viol�ncia, relembrando epis�dios como o ocorrido no baile funk de Parais�polis.
Durante o desfile, a Mancha Verde levantou a arquibancada, com direito a bandeir�es. Um deles, com a imagem de Jesus Cristo e a frase (que tamb�m � o lema da escola): "Pai, perdoai. Eles n�o sabem o que fazem". A rainha de bateria Viviane Ara�jo foi outro grande destaque da escola.
Acad�micos do Tatuap�
A escola levou precisos 2.761 componentes para homenagear a cidade de Atibaia, no interior de S�o Paulo. Em clima de ro�a, apresentou no Samb�dromo refer�ncias da culin�ria ao turismo da cidade. Em uma das alas, exibiu 60 bonecos de personagens como Cebolinha e Pato Donald, t�picos do carnaval local.
Outro carro lembrou a tradi��o na produ��o de flores. Atibaia representa cerca de 25% das flores produzidas no pa�s e teve um carro aleg�rico dedicado ao tema. Durante o desfile, integrantes do setor de Harmonia borrifavam perfume para cima.
Sem entrar em pol�micas, a apresenta��o transcorreu com calma e a escola cruzou a linha de chegada aos 61 minutos. Ainda assim, integrantes reclamaram de ter entrado na pista atrasado, uma vez que a Tatuap� estava programada para se apresentar ainda � noite, mas amanheceu no meio do desfile.
Imp�rio de Casa Verde

A escola da zona norte foi outra a se esquivar dos enredos politizados. A escola entrou j� de manh� e trouxe o enredo "Marhaba Lubn�n", homenageando o L�bano e a comunidade libanesa no Brasil. A tricampe� no carnaval paulistano n�o pareceu se importar com a hora de atraso e trouxe um desfile forte para o samb�dromo.
Com alegorias brilhantes e bastante luxo e movimento, a escola mostrou tradi��es da cultura libaensa, refer�ncias ao deserto e at� sarc�fagos girat�rios num dos carros aleg�ricos.
A escola ainda enfrentou chuva mais para o fim do desfile, que n�o atrapalhou a evolu��o. "Foi para lavar a alma do atraso", comentou um dos integrantes. A Imp�rio de Casa Verde cruzou o fim da avenida aos 62 minutos de desfile com muita comemora��o das equipes com a conclus�o.
X-9 Paulistana
�ltima escola do primeiro dia de desfiles, a X-9 encarou pista molhada, mas j� sem chuva. Sob enredo bem brasileiro, chamado "Batuques Para um Rei Coroado", levou para avenida fantasias ornadas com tambores, pandeiros e toda sorte de instrumento de percuss�o. A licen�a po�tica ficou por conta da bateria, fantasiada de cora��o: o mais importante dos batuques.
A escola esbanjou colorido nos adere�os e apresentou carros aleg�ricos ricos em detalhes, usando ladrilhos, espelhos e at� vasos de planta. Por causa do avan�ado da hora, o Anhembi j� estava esvaziado. O p�blico que ficou para conferir, no entanto, se emocionou.
Uma das alegorias apresentou problemas durante a passagem da X-9. O carro, composto de duas partes, se separou e precisou ser manobrado com cuidado e for�a extra das equipes respons�veis. A escola encerrou desfile com 63 minutos de avenida.
Veja a ordem dos desfiles do Grupo Especial neste s�bado:
22h30 - P�rola Negra
23h35 - Colorado do Br�s
0h40 - Gavi�es da Fiel
1h45 - Mocidade Alegre
2h50 - �guia de Ouro
3h55 - Unidos de Vila Maria
5h - Rosas de Ouro
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