Jogador Daniel Alves estreia bloco de carnaval em S�o Paulo

Idealizado pelo jogador de futebol Daniel Alves, o bloco Good Crazy estreou no carnaval na tarde deste domingo, 23, na Avenida Faria Lima, na zona oeste da capital paulista. O desfile tem o cantor Seu Jorge e o DJ Malifoo como principais atra��es e encerramento programado para �s 18 horas. "Vai ser o meu primeiro carnaval no Brasil de verdade. A �ltima vez, eu tinha 16 anos, n�o me dava por gente ainda. Passei na Bahia, disfar�adinho na 'pipoca'", disse o jogador do S�o Paulo. "N�o podia vir aqui sem botar o meu bloco na avenida."

O jogador afirmou que o bloco � feito junto de pessoas amigas, "quase uma fam�lia", e, por isso, escolheu dois artistas pr�ximos para se apresentarem. "A ideia � levar alegria. Foi no r�veillon que come�amos a planejar colocar o bloco. Antes j� quer�amos", comentou ele, que quer levar o bloco para outras cidades.

"Penso que aqui (S�o Paulo) vai ser o melhor carnaval do Brasil, sem a menor d�vida. N�o quer dizer que fique s� por aqui. Tamb�m sou baiano, um dos carnavais que mais adoro � o da Bahia. Demos o pontap� por aqui." O jogador teve a ideia do bloco no r�veillon deste ano, quando realizou o primeiro evento da produtora FashMusic, na qual � um dos s�cios. Para a festa de S�o Jo�o, em junho, prev� um camarote nas festividades de Campina Grande (PB), que tamb�m ter� o nome de Good Crazy, apelido do jogador.

O Good Crazy � um dos 39 megablocos do carnaval de rua de S�o Paulo. Ao todo, 678 desfiles est�o previstos na capital paulista, cuja programa��o come�ou em 14 de fevereiro e vai at� 1� de mar�o. Os grandes desfiles t�m concentrado p�blico e patroc�nio, al�m de aumentar os custos de produ��o para blocos m�dios e tradicionais.

Ap�s cerca de 1h30 de apresenta��o do DJ Malifoo, Seu Jorge come�ou a cantar por volta das 15h40. O clima de balada, com m�sica eletr�nica e emiss�o de jatos de gelo seco, mudou para o de um grande show na rua, de ritmos brasileiros.

O bloco atraiu foli�es de fora da cidade, assim como torcedores do S�o Paulo. � o caso do estudante de Engenharia Civil Stefano Maneiro, de 21 anos, que improvisou um cartaz "ontem teve gol do Good Crazy" em cartolina com as cores do time, que jogou neste s�bado e ganhou de 4 x 0 do Oeste.

"Fiquei sabendo que ele estaria e fiz o cartaz, j� que n�o trouxe a camiseta do time", disse o rapaz, que � de Piracicaba e est� passando os quatro dias do carnaval na capital junto de amigos."(O cartaz) tamb�m � um pouco uma provoca��o ao Flamengo."

J� o estudante Diego Gabriel Vieira, de 19 anos, estreou no carnaval deste ano no bloco, vestindo uma camiseta do S�o Paulo, junto de uma amiga e a namorada. "Nem fui em outros. Vim s� pelo Dani e pelo Seu Jorge."

Tamb�m forasteiros no carnaval paulistano, os estudantes Felipe Merten, de 21 anos, Susan Schneider, de 21 anos, e Klaus Dietrichket, de 20 anos, vieram de Porto Alegre passar o carnaval em S�o Paulo. "Era mais barato que outras op��es. Porto Alegre � mais ou menos nessa �poca de carnaval", explicou Felipe.

Eles vestiam adere�os com uma dobradura em cartolina verde para simular que s�o personagens do jogo The Sims. "� porque a gente gosta muito", salientou o rapaz.

Outra turma de fora era a de quatro amigos de Goi�nia, formado pelo m�dico Lucas Oliveira, de 25 anos, a rela��es p�blicas Fernanda Milanesa, de 25 anos, a jornalista Maria Presto, de 26 anos, e o bi�logo Davi Oliveira, de 21 anos. "Em Goi�nia, o carnaval n�o � t�o forte", justificou Oliveira.

O grupo vestia camisetas confeccionadas especialmente para os quatro dias de carnaval, com a parte frontal com a frase "made in Goi�s" e um QRCode na parte de tr�s, que direcionava para o perfil de cada um no Instagram ao ser escaneado com o celular. Al�m disso, vestiam chap�us cobertos de glitter. "� pela tradi��o do sertanejo de Goi�nia", argumentou Maria.

Outro grupo de sete amigos se inspirou em recente declara��o do ministro da Economia, Paulo Guedes, para se vestir de "patroa", Mickey, Minnie e dom�sticas na Disney. "� uma cr�tica c�mica, um ministro da Economia, uma pessoa t�o importante, dizer que a classe trabalhadora n�o pode se divertir mostra que esse � um governo que prioriza os mais abastados", criticou o mestrando em Sustentabilidade Gabriel Bispo, de 25 anos, que vestia guarda-p�, uma tiara do Mickey e carregava uma Minnie de pel�cia.

Na semana passada, Guedes defendeu uma taxa de c�mbio em n�veis mais altos para o d�lar. Segundo o ministro, a moeda americana mais barata estava prejudicando as exporta��es e permitindo que "todo mundo" pudesse ir para a Disneyl�ndia, e citou "empregadas dom�sticas". A frase causou pol�mica.

"O carnaval � um bom momento de expressar o que a gente n�o concorda", defende o personal trainer Hugo Alc�ntara, de 32 anos, que tamb�m estava de dom�stica na Disney e carregava at� mesmo um espanador. Na embalagem, que lembrava a de um produto de limpeza, levava uma mistura alco�lica. "Muita gente pediu pra tirar foto", garantiu a profissional de recursos humanos Morinny Silva, de 21 anos, que estava de Minnie.

O grupo foi para a Faria Lima de metr�, onde fez performances em que a turism�loga Milena Martins, de 24 anos, era a patroa que mandava as empregadas limparem o vag�o. Junto ao grupo, o banc�rio Paulo Alc�ntara, de 30 anos, levou um Mickey de quase um metr� de altura que pegou emprestado do sobrinho de 3 anos de um amigo.

J� o vendedor ambulante Luciano Barreto, de 37 anos, vestia uma fantasia no formato de uma garrafa de cerveja da mesma marca da bebida que comercializa. "� para fazer um marketing, o pessoal tamb�m vem pedir para tirar foto, porque � novidade", relatou. "Fico de boa dan�ando e vendendo."