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Estado de Minas GERAL

Buscas por desaparecidos seguem na Baixada Santista; j� s�o 32 mortos

A cidade mais atingida foi o Guaruj�, que concentra o maior n�mero de mortes


postado em 06/03/2020 20:34 / atualizado em 06/03/2020 21:42

O número atual de desabrigados é de 249 no Guarujá e 185 em Santos(foto: Amanda Perobelli/Reuters/Direito reservados )
O n�mero atual de desabrigados � de 249 no Guaruj� e 185 em Santos (foto: Amanda Perobelli/Reuters/Direito reservados )
Pelo quarto dia, os bombeiros trabalham nas buscas por desaparecidos da chuva que deixou um rastro de destrui��o em Santos, S�o Vicente e no Guaruj�. Quarenta e seis pessoas continuam desaparecidas. Trinta e duas morreram. A informa��o foi atualizada no come�o da tarde pela Defesa Civil.

A cidade mais atingida foi o Guaruj�, que concentra o maior n�mero de mortes, s�o 26. Outras 41 pessoas est�o desaparecidas. Na cidade, sete morros foram atingidos, sendo dois com maior gravidade: o da Barreira do Jo�o Guarda e o da Bela Vista, conhecido como Macaco Molhado.

Em Santos, h� quatro mortos e quatro desaparecidos. S�o Vicente registrou duas mortes e tem um desaparecido. O n�mero atual de desabrigados � de 249 no Guaruj� e 185 em Santos.

Ap�s quatro dias de buscas, familiares e amigos de desaparecidos come�am a perder a esperan�a em achar sobreviventes. "Daqui do morro, a gente n�o sai enquanto n�o achar o corpo do meu sobrinho. N�o tenho mais esperan�a de encontr�-lo vivo. � um sofrimento atr�s do outro, mas queremos o corpo, n�o importa como esteja", afirmou a diarista Rose Ara�jo, de 49 anos, moradora do Morro da Barreira do Jo�o Guarda.

J� os amigos Rafael Soares, de 22 anos, e Jefferson Nogueira, ambos de 26 anos, foram os primeiros a chegar nos escombros ap�s o deslizamento que atingiu os barracos do Morro da Barreira. Em meio ao escuro e � lama, eles conseguiram ajudar algumas pessoas a sair com vida do local. "Todos que est�o l� soterrados a gente conhece. J� estamos no quarto dia, ent�o n�o temos mais esperan�a de que algu�m seja encontrado vivo. A nossa maior alegria no meio disso tudo foi ter resgatado um beb� de tr�s meses que estava em um buraco", disse Soares.

Quem tamb�m aguarda por respostas � a faxineira Paloma Ara�jo, de 23 anos. Ela busca informa��es sobre o primo, ainda desaparecido. "Depois de tudo que a gente j� viu, n�o tenho mais esperan�a de que ele seja encontrado vivo, mas, pelo menos, queremos o corpo para darmos um enterro digno. Meu pai n�o dorme, est� l� procurando por ele desde o primeiro dia".

Morro do Macaco Molhado

O morro do Macaco Molhado � outro local do Guaruj� atingido pelos deslizamentos. Apesar de ter perdido tudo que tinha, o morador do local, o ajudante geral Bruno Xavier, de 29 anos, mant�m as esperan�as em encontrar seus amigos com vida. "Minha casa foi destru�da pela lama. Na hora, eu estava bem perto, ouvi um barulho de �rvore quebrando e, quando fui ver, meu barraco j� tinha desabado. A f� e a esperan�a nunca v�o acabar, mas � dif�cil", reconfortou-se.

O Corpo de Bombeiros come�ou a utilizar m�quinas para ajudar na retirada dos escombros, na tentativa de encontrar v�timas. Com sol nos �ltimos dois dias, o trabalho ficou mais f�cil, j� que a lama est� mais seca e o terreno fica mais prop�cio a aguentar o peso do maquin�rio. Atualmente, segundo informa��es do Gabinete de Crise montado pela Prefeitura de Guaruj�, 177 bombeiros trabalham na parte operacional nos locais atingidos pelos deslizamentos na Baixada Santista. Outros 20 agentes d�o apoio.

Refor�o Solid�rio

Na quinta-feira, 5, chegou ao bairro da Vila Edna, onde fica localizado o Morro do Macaco Molhado, a Unidade M�vel da Ag�ncia Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA Brasil). A carreta, que tamb�m foi instalada em Brumadinho ap�s a trag�dia do rompimento da barragem. Ela ser� usada para atender �s principais necessidades da popula��o, como preparo de alimenta��o, lavagem de roupas e tamb�m haver� no local apoio psicol�gico e jur�dico.

"Fazemos um pr�-cadastro de cada fam�lia. Quem deixou o nome num dia, traz as roupas para lavagem e secagem no dia seguinte. Tudo � feito dentro da unidade m�vel, inclusive os alimentos que v�o nas marmitas que servimos aos volunt�rios e bombeiros", explicou a coordenadora da Unidade M�vel, Cristiane Maximiano.

Os volunt�rios, que s�o ligados � Igreja Adventista do S�timo Dia, trabalham diuturnamente para servir, em m�dia, 350 marmitas por dia aos volunt�rios e bombeiros que trabalham no resgate das v�timas. Al�m disso, a carreta comporta m�quinas de lavar e secadoras, que t�m a capacidade de lavar e secar 50kg de roupas por hora.

A jovem Thamyres Souza, de 21 anos, teve sua casa invadida pela �gua, aproveitou a unidade m�vel para deixar a roupa de seus familiares. "Trouxe essas roupas que est�o cheias de lama porque n�o consigo lavar l� em casa. Acho uma �tima ideia porque ajuda bastante, nunca vi isso", afirmou.

A carreta deve ficar em Guaruj� para auxiliar no atendimento aos desabrigados, volunt�rios e bombeiros at� a pr�xima quarta-feira, 11.

Os munic�pios afetados j� receberam 30,5 toneladas de materiais de ajuda humanit�ria, incluindo colch�es, cobertores, cestas b�sicas, �gua sanit�ria e �gua pot�vel. O estoque ficar� armazenado no dep�sito do Fundo Social de Santos e ser� distribu�do mediante solicita��o das defesas civis locais.

O Coordenador Estadual de Prote��o e Defesa Civil, Coronel PM Walter Nyakas Junior, permanece na regi�o e em reuni�es com o Gabinete de Crise.

A sexta-feira, 6, come�ou com sol na Baixada Santista. No entanto, com os ventos �midos que continuam soprando do oceano em dire��o � costa, h� previs�o de chuva fraca nos per�odos da tarde e da noite, por�m sem risco de temporais. Como o solo j� est� encharcado pelo volume de �gua dos dias anteriores, o risco de novos transtornos e deslizamentos continua elevado.

Apenas no ver�o deste ano, o total de mortes por chuvas no Sudeste - S�o Paulo, Rio, Minas e Esp�rito Santo - j� chegou a pelo menos 143 - 70% a mais do que no ver�o passado, quando houve 82 v�timas. Dados da Defesa Civil compilados pelo Estado tamb�m apontam que a regi�o j� conta com mais de 87 mil pessoas desabrigadas ou desalojadas.


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