PM de SP aguarda negocia��o para cumprir reintegra��o no Jaragu�

A Pol�cia Militar de S�o Paulo aguarda, nesta ter�a-feira, 10, a conclus�o de negocia��es para cumprir a reintegra��o de posse de um terreno ao lado da terra ind�gena Jaragu�, na zona noroeste de S�o Paulo. Representantes de �ndios guaranis e vereadores da oposi��o na C�mara Municipal tentam protelar o cumprimento de uma ordem judicial que determina a devolu��o da �rea � construtora Tenda, que recebeu autoriza��o para construir um conjunto habitacional do programa Minha Casa Minha Vida no local. Os ind�genas ocupam o terreno desde 30 de janeiro em protesto contra o empreendimento.

A Tropa de Choque da PM est� na rua em frente ao terreno desde as primeiras horas da manh� desta ter�a e aguarda um desfecho das conversas entre a Prefeitura, a construtora e os ativistas pr�-ind�gena para determinar como ir� agir. Os �ndios, com o apoio de ativistas, ocuparam a rua em frente ao terreno e se recusam a sair do local.

"N�o d� para ter esse empreendimento aqui, porque existe um impacto muito grande que coloca um risco para n�s", diz o l�der ind�gena Thiago Henrique Karai Djekupe, de 26 anos. A comunidade defende a cria��o de um parque ecol�gico no local. "O que n�s estamos exigindo � que seja feito o estudo de impacto s�cio-ambiental, com componente ind�gena. Eu tenho certeza que o estudo vai provar que o empreendimento n�o � vi�vel."

A reintegra��o de posse foi marcada para esta ter�a por determina��o da ju�za Maria Claudia Bedotti, da 4.� Vara C�vel do Foro Regional da Lapa, que atendeu ao pedido da construtora Tenda na a��o. Na esfera da Justi�a Federal, por�m, h� uma decis�o que determina que o Ibama e a Funda��o Nacional do �ndio (Funai) deem seus pareceres sobre um projeto a ser apresentado pela construtora para a constru��o na �rea.

O empreendimento aprovado pela Prefeitura prev� a constru��o de 11 torres que devem abrigar um total de 880 apartamentos. A constru��o est� a menos de 500 metros de duas aldeias do Jaragu�, que � a menor terra ind�gena j� homologada no Brasil.

Segundo o vereador Gilberto Natalini (PV), que tem apoiado os ind�genas, a PM deu at� as 15h desta ter�a como prazo para que a negocia��o seja conclu�da. "O coronel est� com boa vontade, n�o quer tirar o pessoal de l� na marra. Quer fazer uma negocia��o", disse Natalini.

Negocia��o

Tr�s vereadores da oposi��o, que acompanhavam a a��o da pol�cia no Jaragu� durante a manh� desta ter�a, tentam marcar uma reuni�o de emerg�ncia com o prefeito Bruno Covas (PSDB) para negociar um adiamento da reintegra��o de posse. Al�m de Natalini, o vereador Eduardo Suplicy (PT) e Eliseu Gabriel (PSB) integram o grupo. Eles deixaram do Jaragu� por volta de 12h em dire��o ao centro da capital, ainda sem garantia de que seriam recebidos por Covas.

Eles dizem estar em contato com secret�rios municipais para protelar a a��o. "N�s vamos pedir para que ele possa colocar o secret�rio de Justi�a (Rubens Rizek Jr.) na conversa e negociar uma tr�gua. L� tem muita crian�a, tem idosos, n�s n�o queremos que tenha viol�ncia nessa a��o", diz Natalini.

Em nota, a construtora Tenda disse que "tem participado de todas as audi�ncias de concilia��o com as partes envolvidas e segue aberta ao di�logo com a comunidade ind�gena e autoridades para o encontro de uma solu��o ao impasse pol�tico e s�cio ambiental". A empresa afirma, ainda que tem "todos os documentos necess�rios" para dar in�cio �s obras e que acatou a decis�o da Justi�a Federal de paralisa��o das obras at� 6 de maio, data da nova audi�ncia p�blica para tratar do tema.

"No entanto, ontem (9 de mar�o), antes de uma audi�ncia p�blica sobre o caso na C�mara de Vereadores de S�o Paulo, a sede da Tenda na regi�o central da cidade de S�o Paulo foi invadida e depredada por l�deres ind�genas armados que mantiveram funcion�rios sob amea�a de arcos e flechas, como uma forma de intimida��o �s v�speras da reintegra��o de posse do terreno, determinada pelo Tribunal de Justi�a do Estado", diz a empresa. "A companhia respeita os questionamentos dos ind�genas, que s�o antigos e v�o al�m da quest�o ambiental, mas repudia qualquer a��o de inseguran�a e viol�ncia para a solu��o de conflitos."