(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas GERAL

Eles est�o na linha de frente. E t�m medo


postado em 23/03/2020 07:52

Na linha de frente no combate ao novo coronav�rus, m�dicos e enfermeiros confessam medo, inseguran�a e apreens�o com o avan�o da doen�a. Eles n�o temem apenas o pr�prio cont�gio, mas tamb�m a transmiss�o para a fam�lia - o que faz mudar at� a rotina dentro de casa. Al�m disso, os profissionais da sa�de se queixam de falta de materiais, como luvas, m�scaras e �lcool em gel, em algumas unidades hospitalares.

Os �ndices de contamina��o entre os profissionais de sa�de � alto. A Federa��o das Ordens dos M�dicos Cirurgi�es e Dentistas da It�lia, pa�s com maior n�mero de casos na Europa, criou um site em homenagem aos "mortos em combate". J� s�o 17 os m�dicos mortos pela covid-19 no pa�s europeu. No Brasil, n�o foram registrados �bitos de profissionais de sa�de - h� um caso em investiga��o em S�o Paulo.

O cirurgi�o de coluna Luiz Cl�udio Rodrigues, do Hospital Santa Marcelina, tamb�m usa a met�fora da guerra. "Estamos em uma guerra e fomos convocados. N�o temos op��o de dizer 'n�o'. A informa��o que a popula��o recebe � a mesma que temos", conta.

O Conselho Federal de Medicina e a Associa��o M�dica Brasileira orientaram os profissionais que atuam com quest�es n�o urgentes, como cirurgias eletivas e atendimentos ambulatoriais, a fecharem consult�rios. Foi o que aconteceu com Marcus Yu Bin Pai, especialista em dor e acupuntura. "Existe desinforma��o e incerteza. Existe grande temor de contamina��o entre os m�dicos que atuam nos prontos-socorros e hospitais."

Quando � poss�vel, os pr�prios m�dicos adotam para si uma esp�cie de quarentena. Aos 71 anos, o oncologista Artur Malzyner, consultor cient�fico da Cl�nica de Oncologia M�dica (Clinonco) e m�dico do Hospital Albert Einstein, afirma passar 90% do tempo em casa. "Temo a contamina��o, sim."

A preocupa��o tamb�m se estende a enfermeiros. "Nosso ambiente de trabalho est� tenso, pois estamos tendo conflitos. Os m�dicos est�o assustados e cobram mais de n�s", diz uma enfermeira que atua em uma Unidade B�sica de Sa�de (UBS) na zona leste de S�o Paulo. "O que mudou na nossa rotina foi trabalhar com medo."

Rog�rio Medeiros, coordenador nacional da Rede Sa�de Filantr�pica, entidade que re�ne as Santas Casas de Miseric�rdia, Hospitais e Entidades Filantr�picas, afirma que a falta de materiais � parcial. "Ningu�m trabalhava com estoque para esse tipo de demanda. J� existem programa��es de compra. A primeira semana � de desespero. O uso foi indiscriminado."

Ao menos 43 den�ncias de falta de prote��o adequada para profissionais de sa�de durante a pandemia do coronav�rus foram registradas desde ter�a-feira, no Sindicato dos M�dicos de S�o Paulo (Simesp). A entidade cogita procurar o Minist�rio P�blico e at� entrar com a��es na Justi�a.

Einstein

Alguns hospitais est�o adotando regras r�gidas com a preven��o dos funcion�rios. No Albert Einstein, pioneiro na detec��o de casos e com pacientes hospitalizados com coronav�rus, os cuidados com profissionais foram intensificados. � preciso usar a m�scara no momento em que o funcion�rio entra no hospital. Ela deve ser substitu�da a cada duas horas; a lavagem das m�os � constante. Casos com sintomas respirat�rios evidentes s�o isolados imediatamente para avalia��o. Em caso positivo para coronav�rus ou influenza, quarentena de 14 dias. N�o h� dados sobre funcion�rios afastados.

Al�m do receio de contamina��o, os profissionais de sa�de tamb�m se preocupam em n�o levar o v�rus para casa. Quando volta para casa, Luiz Cl�udio Lacerda Rodrigues tira os sapatos e passa direto para a lavanderia. O m�dico de 42 anos coloca para lavar toda a roupa que usou durante o dia. Tudo separado das outras pe�as. Em seguida, vai tomar banho. S� depois, ele abra�a e beija a mulher Glayce e os filhos, Luiz Felipe, de 18 anos, e Julia, de 9 anos. Antes n�o era assim. O abra�o na fam�lia era obrigat�rio logo na chegada.

J� uma enfermeira do Hospital Nove de Julho tomou uma atitude radical: decidiu usar as economias para alugar um apartamento e ficar longe dos pais por dois meses. Ela est� indo para o Jabaquara enquanto o pai, de 62 anos, e a m�e, 56, v�o continuar na zona norte. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)