
Deste n�mero, 262 relatos foram enviados de Minas Gerais. A maior parte das den�ncias est� relacionada � falta de m�scaras dos modelos N95 e PFF2, correspondendo a 85% das queixas. Em seguida, com 75%, aparecem �culos e face shield (esp�cie de m�scara protetora). Capote imperme�vel, gorro, �lcool gel 70%, luvas e outros tamb�m fazem parte da lista.
Belo Horizonte aparece como a cidade com mais den�ncias em Minas, com 48 relatos. Uberl�ndia, no Tri�ngulo Mineiro, vem em seguida, com 18, um a mais que Juiz de Fora, na Zona da Mata. Uberaba, tamb�m no Tri�ngulo, aparece com 10. J� Montes Claros, localizado no Norte do estado, contabilizou nove registros de falta de materiais.
O estado que lidera as estat�sticas � S�o Paulo, com 855 den�ncias, sendo 109 munic�pios relatados. J� o Rio de Janeiro aparece na segunda coloca��o, com 273 queixas. Um caso que chamou a aten��o no estado foi na capital. Profissionais de um hospital em Bangu, na Zona Oeste da cidade, estariam utilizando os mesmos itens descart�veis constantemente. Minas completa o ranking de estados.
Outro dado alarmante: falta �lcool gel 70% em 35% dos mais de 1.200 estabelecimentos denunciados. Em 30% dos casos, todos os EPIs est�o em falta. Mas quem lidera a lista s�o as m�scaras, em 90% dos relatos. �culos e/ou face shield (72%), capote imperme�vel (65%), gorro (46%) e luvas (27%) s�o os itens que mais est�o ausentes em hospitais e unidades de sa�de.
O presidente da AMB, Lincoln Ferreira, alerta que a falta de EPIs pode colocar em risco o profissional da sa�de e o paciente. O m�dico alerta sobre a maneira assintom�tica que a COVID-19 � capaz de atingir algu�m, com alto risco de cont�gio.
“N�o d� para voc� enfrentar uma doen�a contagiosa sem proteger adequadamente o profissional, por dois motivos: o profissional se infecta, p�e a sua sa�de em risco e sai da linha de frente para constituir em mais um doente afetado. O profissional da sa�de, pela pr�pria caracter�stica, pela posi��o que ele ocupa, no per�odo que ele tem o contato com o v�rus e que ele ainda n�o tem sintomas, ele pode transmitir para outras fam�lias e para v�rios pacientes que forem procurar os seus servi�os. Ent�o temos uma espiral negativa, ou seja, sem os EPIs, voc� rapidamente diminui a capacidade de atendimento enquanto aumenta a dissemina��o da doen�a”, disse.
Lincoln ressalta que o canal de den�ncias da AMB n�o tem como objetivo encontrar culpados, mas sim achar solu��es que garantam seguran�a para todos os envolvidos em um atendimento.
“A situa��o neste momento � de crise sanit�ria. A ideia � que a gente colabore para que ela n�o se transforme em cat�strofe sanit�ria. O que que pode colaborar para a crise se transformar em cat�strofe? O p�nico certamente � um desses elementos. N�o vamos perder tempo procurando culpados. N�o � esse o objetivo. O objetivo � resolver o problema da melhor forma poss�vel. Eu sou gestor de uma cidade x. Chegou at� mim que est� faltando luvas e aventais. Vou destinar o meu recurso para aquilo que est� faltando. Este � o esp�rito que permeia as a��es da AMB”, destacou.
Preven��o � o melhor rem�dio
Nesta quarta-feira (1º), o Minist�rio da Sa�de admitiu que est� encontrando dificuldades para adquirir EPIs no mercado chin�s. A principal recomenda��o passada pelo ministro Luiz Henrique Mandetta foi de redobrar a aten��o quanto � preven��o � COVID-19, para que o sistema de sa�de n�o fique sobrecarregado, com risco de faltar ainda mais itens de seguran�a.
Esta, tamb�m, � a principal orienta��o da AMB. Lincoln Ferreira pede para que a popula��o busque informa��es t�cnicas de qualidade e que tenham aten��o no cotidiano com pequenos modos, como no momento da tosse e higieniza��o das m�os.
“� fundamental que as pessoas se guiem por informa��es t�cnicas adequadas. H� muitas pessoas trabalhando para que a gente tenha um conhecimento racional da doen�a. Que as pessoas cuidem de si mesmas, ou seja, coisas b�sicas: lavar a m�o, manter dist�ncia, etiqueta na hora de tossir, n�o tocar olhos, boca, nariz. Quando for ao toalete lavar as m�o antes e depois. Com isso, a gente consegue retardar ao m�ximo a prolifera��o da doen�a”, concluiu.
Como denunciar?
O profissional da sa�de que identificar a aus�ncia de EPIs no centro m�dico, pode acessar o link e relatar o caso de forma an�nima. A partir disso, a AMB comunica os estabelecimentos apontados na den�ncia, pede esclarecimentos e atualiza��o das informa��es, al�m de notificar o Minist�rio da Sa�de, o Conselho Regional de Medicina (CRM), as Secretarias de Sa�de Municipal e Estadual, o Conselho Federal de Medicina (CFM) e o Minist�rio P�blico.