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Estado de Minas GERAL

Fato de at� hipertens�o ampliar risco preocupa


postado em 05/04/2020 08:45

A letalidade do coronav�rus no Brasil est� em torno de 5%. Mas Fernando Bacal, diretor cient�fico da Sociedade Brasileira de Cardiologia, destaca que o novo coronav�rus mata n�o apenas por pneumonia, como muitos pensam. A doen�a covid-19 pode levar a enfarte, miocardite, trombose e a acidente vascular cerebral.

Al�m disso, n�o est� claro qual ser� o futuro quadro de sequelas dos que sobreviverem da doen�a. Por isso, valem medidas de isolamento social e uso de m�scaras.

Os primeiros estudos mostram que pessoas com problemas card�acos e circulat�rios t�m sido v�timas graves da infec��o pulmonar pelo Sars-Cov2. H� registro da qualidade de vida daqueles que conseguem sobreviver ao ciclo da doen�a?

Os dados iniciais s�o decorrentes dos estudos publicados pela China em grandes revistas, como a The New England Journal of Medicine, com uma casu�stica de um m�s atr�s. Foram feitos com mais ou menos 1,1 mil pacientes e mostraram que os com comorbidades, como hipertens�o, diabete, doen�a coronariana e doen�a ateroescler�tica, tinham mais chances de sofrer complica��es com a covid-19, com eventos desfavor�veis. Esses dados precisam ser mais bem refinados porque a gente n�o tem os detalhes claros. Mas chama a nossa aten��o que at� hipertens�o entrou nesse rol. E hipertens�o grande parte da popula��o tem. Falta ver se � hipertens�o severa, ou n�o controlada. Esses dados ainda faltam. Sobre os pacientes convalescentes, ainda n�o temos os dados. E a gente v� que existem complica��es cardiovasculares decorrentes da infec��o pela covid-19: os pacientes podem ter miocardite, pericardite e arritmias, al�m de eventos tromb�ticos, incluindo enfarte e acidente vascular cerebral. Os dados ainda n�o est�o claros. Mas principalmente o pulm�o, disparadamente, � o problema maior, porque esse v�rus tem uma a��o grande no pulm�o. Ent�o, o que causa todo esse quadro geral s�o as interna��es por pneumonia e insufici�ncia respirat�ria. Os pacientes precisam ser assistidos com ventila��o mec�nica. Mas h� uma quantidade pequena, 5% ou 10%, desses pacientes que pode precisar da ventila��o.

E sobre as sequelas?

Sabemos, pelos dados, que alguns pacientes evolu�ram com fibroses no pulm�o. Isso j� aconteceu em outras viroses, na Sars e na Mers. No cora��o, saber quantas dessas miocardites ficaram com sequelas a gente s� saber� com o tempo, com exames que v�o mostrar futuramente, a partir de resson�ncia magn�tica e an�lises mais acuradas. O mesmo vale para pacientes que precisaram receber ECMO, que � o aparelho de suporte de vida para os pacientes que evoluem com defici�ncia respirat�ria grave e choque. Ainda n�o temos esses dados.

A realidade do Brasil - o clima, a exist�ncia do Sistema �nico de Sa�de (SUS), enfim, as caracter�sticas do nosso Pa�s - pode mexer nessa taxa?

Ent�o, a gente sempre fala que nenhum sistema de sa�de est� preparado para uma pandemia. Mas o Brasil tem de favor�vel alguns pontos, como a temperatura, neste per�odo do ano. No momento, esses dados ainda precisam ser checados. Mas temos outros pontos tamb�m. Primeiro, que n�s conseguimos nos preparar. Hoje voc� consegue ver com anteced�ncia de 15, 20 dias, um m�s, o que est� acontecendo nos outros locais. E, com isso, tentar fazer uma previs�o. Isso n�o aconteceu na It�lia, por exemplo. Eles foram pegos de surpresa, com um sistema de sa�de n�o preparado e com um volume grande de pacientes que v�o ao hospital. Outra coisa: a gente costuma ver que eles v�o ao hospital e demoram a sair. Parte deles fica internada e parte vai para a UTI, onde tamb�m demora at� 15 dias, entubada, um tempo muito longo. Duas semanas � um tempo longo. H� uma quantidade pequena que sai com alta, mas muitos pacientes est�o chegando. Ent�o, no Brasil, conseguimos prever isso.

E teve o isolamento, iniciado em mar�o.

Sim. E conseguimos colocar precocemente o isolamento social, que ajudou. E preparamos os hospitais para receber essa demanda. Inicialmente os hospitais privados, porque eram os pacientes que vinham do exterior contaminados pelo coronav�rus e que transmitiram a doen�a. Agora a doen�a j� chegou ao sistema p�blico. E hoje temos hospitais exclusivos para tratar disso, contratando pessoal. Mas numa pandemia sempre � dif�cil ter total controle. Se a gente tiver menos casos infectados e conseguir bloquear ou achatar a curva, como querem os m�dicos e epidemiologistas, teremos uma previsibilidade dos pacientes que chegam ao hospital e, ent�o, conseguiremos dar assist�ncia a todo mundo que procura uma unidade hospitalar.

Voltando ao v�rus, ele ataca pulm�o, mas ataca tamb�m o sistema circulat�rio, age direto nos vasos? Ele tem a��o tamb�m fora dos pulm�es?

Tem sim:nos vasos e no cora��o. Parece que ele atua via alguns receptores. � assim que o v�rus entra na c�lula. Ele infecta por receptores. Esses receptores s�o distribu�dos em v�rias partes do corpo, no pulm�o, no cora��o, e tamb�m nos vasos sangu�neos.

E quanto tempo ser� necess�rio para termos a vacina? Teremos para esta epidemia?

Acho que n�o teremos. Se fosse observar o tempo certo para uma vacina, precisar�amos de um ano. Acho que v�o encurtar esse tempo. Mas, para esta epidemia, n�o teremos.

Na �sia, � comum vermos todo mundo com m�scaras. Por que aqui n�o? N�o � eficiente?

� eficiente. Os estudos est�o mostrando que isso inibe, diminui o cont�gio. Voc� se protege e protege o outro. Mas a m�scara tem de ser bem manipulada. N�o adianta voc� estar com a m�scara e botar a m�o nela. Quando voc� usa a m�scara, voc� se protege, mas tamb�m pode contamin�-la. Para os pa�ses asi�ticos, isso � rotina. Todo mundo usa.

As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.


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