
Um dos decretos recentes do Vaticano prev� que "um sacerdote pode dar a absolvi��o geral aos penitentes, internados em um hospital por conta do coronav�rus", comenta Geraldo.
"Os sacramentos est�o adiados", afirma o te�logo e fil�sofo Fernando Altemeyer Junior, professor da PUC-SP. "Batismo, crisma, matrim�nios, ordena��es podem esperar o fim da quarentena. J� os dois sacramentos de cura, penit�ncia e un��o de enfermos, est�o sendo praticados nos lugares mais cruciais onde a doen�a est�. Por isso, padres italianos morreram."
Tem havido ainda proposi��es de confiss�o auricular por celular. "Mas � preciso verificar condi��es de sigilo e personifica��o para evitar fake pecador, fake pecados e fake padres."
Suspens�es
"A orienta��o do meu bispo � para que n�o se marque celebra��es de batismos e casamentos. Os que j� est�o marcados, que sejam celebrados sem a presen�a de convidados", diz o padre Lucas Gobbo, reitor da Casa de Forma��o S�o Caetano e vig�rio da Par�quia de S�o Geraldo, em Guarulhos. "Jamais me recusaria a dar un��o a enfermos, ir at� o local para poder lhe conceder isto. � meu dever como padre."
Para ele, sacramentos de emerg�ncia, de cura, s�o essenciais. "N�o podemos fechar totalmente (a possibilidade de) que esses sacramentos aconte�am. E que n�o exigem participa��o p�blica", pontua.
Caso emblem�tico � o da confiss�o. A Igreja n�o permite que seja feita de forma remota. O papa Francisco j� orientou que, por conta da pandemia do novo coronav�rus "as pessoas possam se confessar diretamente a Deus - mas que n�o se esque�a de, assim que poss�vel, procurar um padre", diz Gobbo.
"� o sacramento mais prejudicado no momento", avalia o vaticanista Filipe Domingues, doutor pela Pontif�cia Universidade Gregoriana de Roma. "Exige presen�a. N�o pode ser feito por redes sociais, por telefone, por Skype. S� o pecador e o padre, sem qualquer mediador. A Igreja nunca vai mudar isso."
"Depois da quarentena, acho que n�o vamos dar conta de tantos atendimentos", comenta padre Eug�nio Ferreira de Lima, da par�quia Cristo Rei, de Ipatinga. "O decreto do Vaticano prev� seguir na vida da igreja e voltar a se confessar quando for poss�vel", ressalta.