Em entrevista exibida neste domingo, 12, pelo Fant�stico, da TV Globo, o ministro da Sa�de, Luiz Henrique Mandetta, pediu para que as pessoas mantenham o isolamento social para conter o avan�o do novo coronav�rus e, em recado ao presidente Jair Bolsonaro, cobrou uma "fala �nica" sobre o problema para n�o confundir a popula��o.
Para o ministro, os meses de maio e junho ser�o os mais duros no enfrentamento da covid-19 no Pa�s. A fala de Mandetta contraria a posi��o de Bolsonaro, que afirmou neste domingo, em videoconfer�ncia com lideran�as religiosas, que a "quest�o do v�rus est� come�ando a ir embora".
"Eu espero que essa valida��o dos diferentes modelos de enfrentamento dessa situa��o possa ser comum e que a gente possa ter uma fala �nica. Isso leva para o brasileiro uma dubiedade. Ele n�o sabe se escuta o ministro da Sa�de, o presidente", disse Mandetta.
"Isso preocupa, porque a popula��o olha e fala assim �Ser� que o ministro da Sa�de � contra o presidente�? Quem a gente tem de ter foco, esse aqui que � o nosso problema � o coronav�rus. Ele � o principal inimigo. Se eu estou ministro da Sa�de, por obra de nomea��o do presidente. O presidente olha pro lado da economia. O Minist�rio da Sa�de entende a economia, mas chama pelo lado de prote��o � vida", disse Mandetta.
Bolsonaro vem manifestando insatisfa��o com Mandetta por conta da maneira como o ministro lidera a crise. A insist�ncia pelo distanciamento social � um dos pontos que provocaram desaven�as entre os dois.
Bolsonaro defende um isolamento seletivo, restrito para pessoas dos grupos de risco, como forma de reduzir o impacto da pandemia sobre a economia.
Os dados atualizados at� este domingo apontam 1.223 mortes no Pa�s em decorr�ncia da covid-19. No mundo, o total de v�timas j� ultrapassou 114 mil.
Pico. Na entrevista, Mandetta voltou a dizer que o per�odo mais preocupante da crise da covid-19 ainda n�o chegou. "No m�s de maio, junho, teremos os dias muito duros. Dias em que seremos tachados. �Ah, voc�s n�o fizeram o que tinham de fazer, �deviam ser mais duros�, �menos duros, porque a economia est� assim�. Sempre vai haver os engenheiros de obra pronta. Ser�o dois, tr�s meses de muitos questionamentos das pr�ticas."
Indagado sobre uma proje��o de infectados no Pa�s ao longo deste ano, Mandetta disse que n�o existe "absolutamente nada que influencie mais essa resposta do que como a sociedade brasileira vai se comportar nos pr�ximos dias".
Ele tamb�m criticou o comportamento de pessoas que t�m furado o isolamento social. "Quando voc� v� as pessoas entrando em padaria, supermercado, fazendo fila, piquenique isso � claramente uma coisa equivocada", avaliou o ministro. "Tem muita gente que gosta da internet. Que v� que � fake news dizendo que � inven��o de pa�ses para ganhar vantagem econ�mica ou v� compl� mundial."
Em celebra��o com lideran�as religiosas neste domingo, 12, Bolsonaro afirmou que "a quest�o do v�rus est� come�ando a ir embora". O minist�rio prev� que o pico da doen�a, ao menos em S�o Paulo e no Rio de Janeiro, ser� no final de abril e no in�cio de maio.
Obra. No �ltimo s�bado, Bolsonaro e Mandetta visitaram obras de um hospital de campanha constru�do na cidade goiana de �guas Limpas, a 56 quil�metros de Bras�lia. Ap�s o compromisso, o presidente foi ao encontro de apoiadores, que se aglomeraram para cumpriment�-lo.
Questionado sobre o motivo de n�o ter acompanhado Bolsonaro na ida aos populares, o ministro respondeu seguir orienta��es de distanciamento. "Eu procuro seguir uma l�gica de n�o aglomera��o", disse.
O desentendimento entre ambos alcan�ou o �pice ap�s Bolsonaro dizer, no domingo passado, que poderia usar sua caneta contra pessoas do governo que "de repente viraram estrelas". No dia seguinte, sob expectativa de demiss�o, Mandetta disse que ficaria no cargo, pediu "paz" e reclamou de cr�ticas que, em seu modo de ver, criam dificuldades em seu trabalho.
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