Uma pesquisa vai rastrear o novo coronav�rus e avaliar seu n�vel de circula��o em nove munic�pios da Baixada Santista, no litoral do Estado de S�o Paulo. O plano � usar os dados para reduzir gradualmente o isolamento social e retomar as atividades econ�micas com base cient�fica. O estudo epidemiol�gico se baseia na aplica��o de testes r�pidos por amostragem em 10 mil pessoas - um teste a cada 180 moradores, j� que a regi�o tem popula��o de 1,8 milh�o de habitantes.
Trabalho semelhante j� foi feito no Rio Grande do Sul, em Nova York (EUA) e tamb�m come�ar� a ser feito em S�o Paulo.
A realiza��o da pesquisa foi aprovada no �ltimo s�bado, dia 18, pelos nove prefeitos do Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista (Condesb), em reuni�o virtual. O conselho bancar� o custo do estudo. As nove prefeituras ceder�o estrutura e pessoal de apoio para a aplica��o dos testes.
O trabalho dos pesquisadores e de universidades da regi�o, que analisar�o o resultado dos testes, ser� coordenado pela Ag�ncia Metropolitana da Baixada Santista (Agem) e pelo �rg�o regional da Secretaria da Sa�de do Estado.
O prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), disse que a pesquisa � importante para a tomada de decis�es sobre a pandemia. "Santos tem mais de 80 mil pessoas acima de 60 anos. Seria uma irresponsabilidade abrir tudo, ent�o tomaremos decis�es ouvindo especialistas. Vamos buscar respostas na ci�ncia. Cada vez mais, estamos perto de voltar �s atividades, mas precisamos fazer com responsabilidade e pedimos que as pessoas tenham respeito �s regras. � importante ter consci�ncia coletiva", disse.
O m�dico infectologista Marcos Caseiro, do Hospital Em�lio Ribas, de Guaruj�, um dos coordenadores da pesquisa, disse que os testes ser�o aplicados a partir da coleta de sangue dos dedos de cada participante, que ainda responder� a um question�rio sobre sua sa�de e seu comportamento em isolamento social. "Vamos medir o porcentual de pessoas na Baixada Santista que j� teve contato com o v�rus, pois j� sabemos 80% s�o assintom�ticos ou com sintomas leves, 14% com sintomas moderados e 5% com sintomas graves. O estudo vai apontar a preval�ncia da infec��o pela covid-19 em cada n�cleo urbano", explicou.
A pesquisa ser� feita por amostragem, por bairros ou aglomerados, com o uso de softwares j� dispon�veis para estudos epidemiol�gicos. O trabalho ser� realizado em quatro etapas de 15 dias cada uma. Cada etapa vai abranger 2,5 mil pessoas - a primeira ser� conclu�da at� 10 de maio. At� esta segunda-feira, 20, a Baixada Santista tinha 46 mortes confirmadas e outras 25 em investiga��o pelo novo coronav�rus. A regi�o tem 694 casos positivos e 270 pacientes em hospitais.
Subnotifica��o
No Rio Grande do Sul, um estudo similar apontou que o n�mero de casos no Estado � aproximadamente 15 vezes maior do que o n�mero de casos confirmados oficialmente. Os dados, preliminares, com base em levantamento feito nos dias 11 e 13 deste m�s, faz parte da pesquisa Epidemiologia da Covid-19 no Rio Grande do Sul, que usa metodologia similar � das pesquisas de inten��o de voto para estimar o n�mero real de infec��es.
"Os n�meros oficiais d�o conta apenas dos casos mais graves; s�o apenas a ponta do iceberg que precisamos conhecer para combater a covid-19", afirmou o coordenador do estudo, o epidemiologista Pedro Hallal, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Ele vai coordenar um estudo nacional dentro dessa metodologia.
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